quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pequenas empresas desenvolvem ações para manter talentos

Inserir o profissional no contexto e na rotina de negócios é a melhor maneira de não perder talentos.

Lei Geral das micro e pequenas empresas completa quatro anos e
Sebrae irá orientar micro e pequenas empresas sobre Lei do Turismo.

Dados do Sebrae indicam que micro e pequenas empresas empregam 52,3% dos 24,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada no Brasil e formam a maior parte dos profissionais que migram para empresas maiores. Perder um talento para uma grande empresa, no entanto, não é nada interessante para os pequenos empresários, que investiram na formação do profissional e o projetaram no mercado.

Para tentar frear essa tendência, as micro e pequenas empresas estão apostando em estratégias para fazer frente às tentadoras propostas das grandes. O diretor da empresa de desenvolvimento para web I8, Carlos Eduardo Penteado, afirma que para ter um colaborador efetivo na empresa vale tudo. "Oferecemos uma série de vantagens, entre elas até três salários extras por ano e meio dia por semana para desenvolvimento de inovação", afirma.

Para ele, o importante é proporcionar ao colaborador desafios e atividades que quebrem a rotina, além da acessibilidade total aos sócios. "Adotamos iniciativas em que as atividades são realizadas sabendo qual é o objetivo final, ou seja, as pessoas não são meros executantes de tarefas, são colocadas dentro de um contexto em que se enxerga os objetivos", explica.

Outras preferem investir num ambiente organizacional leve e descontraído, focado na cooperação e colaboração. Kornelius Hermann Eidam, diretor executivo da Mobiliza, especializada em Educação à Distância. Para ele, a proposta para manter os talentos passa por oportunizar um ambiente favorável ao aprendizado e ao desenvolvimento profissional de cada colaborador.

"Buscamos, sempre que possível, alocar a pessoa em atividades relacionadas com suas áreas de interesse pessoal, isso faz com que se aumente a produtividade e novas ideias surjam", destaca Kornelius.

Já a consultora de RH e gerente executiva da Kombo, empresa que desenvolve tecnologia para a área de recursos humanos, acredita que a promessa de um rápido crescimento junto com a empresa é algo comum nas PMEs. "É um sonho dividido pelo empreendedor com todos os colaboradores", diz.

Porém, Paula lembra que se a empresa não conseguir cumprir com o sonho ou caso o colaborador não seja preparado especialmente na questão comportamental para assumir cargos de liderança, a iniciativa pode ser transformar em armadilha. "Antigamente, o rápido crescimento de carreira representava um período de dez anos, mas atualmente, com a geração Y, a expectativa de crescimento por parte dos colaboradores é de no máximo quatro anos", comenta.

Fonte: www.administradores.com.br

sábado, 11 de dezembro de 2010

Universidade Aberta do SUS é implantada pelo governo

O governo federal oficializou a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece cursos de especialização à distância aos profissionais da rede pública. O decreto presidencial que institui o sistema foi publicado hoje (10) no Diário Oficial da União.

Criado há dois anos, o sistema é integrado por 12 universidades públicas, cinco núcleos do Telessaúde Brasil, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e secretarias de Saúde da Bahia e de Minas Gerais. A coordenação fica a cargo do Ministério da Saúde e da Fiocruz.

Com a implantação oficial da universidade aberta, instituições e estudantes interessados terão acesso livre ao material dos cursos e mais universidades podem aderir ao programa.

Segundo o ministério, desde 2008, mais de 23 mil profissionais passaram pelos cursos de saúde da família, mental, ambiental, materno-infantil e gestão participativa, áreas consideradas prioritárias para o SUS.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desvendando a geração Y

Quem são, o que desejam e quais seus desafios no mercado de trabalho. Assista aos vídeos sobre o tema que foi discutido em Insights com Época Negócios.

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI190798-16714,00-DESVENDANDO+A+GERACAO+Y.html


Fonte: Época online negócios

EAD e a pós-graduação.

Apesar do preconceito que ainda existe contra a metodologia e dos desafios estruturais a vencer, como o acesso à internet no país, a Educação a Distância (EaD) vem se consolidando e se expandindo rapidamente no Brasil, com opções de qualidade também na pós-graduação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, completa 15 anos de atuação nesse segmento. O número de MBAs e especializações saltou de cinco, em 2007, para 15 em 2010, sendo dois internacionais. Este ano, os 51 mil alunos do primeiro semestre superaram todos os matriculados em 2009, considerando todos os cursos. No Senac-Rio, quando a modalidade começou, em 2005, eram duas as pós-graduações; hoje, são nove.

Na área pública, o segmento também vem crescendo, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), um programa vinculado à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Secretaria de Educação a Distância do MEC, e que fomenta e dá apoio aos cursos de 92 universidades públicas. São oferecidos 275 cursos de especialização. O modelo é inspirado no Consórcio de Educação a Distância do Estado do Rio (Cederj), que faz parte da UAB, mas só oferece graduação. A diferença é que, por uma questão de logística, cada instituição faz o seu processo de seleção. No Cederj, há um vestibular único para as seis universidades públicas participantes.

- Uma das grandes missões da UAB é oferecer pós em todas as áreas. Começamos esse trabalho há dois anos. E isso vai ser intensificado - afirma o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, idealizador do Cederj.


Segundo o diretor executivo do FGV Online, Stavros Xanthopoylos, a educação a distância cresce no mundo todo e faz parte de um cenário em que os meios de comunicação e as redes sociais são cada vez mais fundamentais no dia a dia das pessoas. Em países como Canadá, Alemanha e Espanha, diz, empresas já preferem contratar profissionais formados na educação a distância:

- Os alunos de EaD, por exigência própria da metodologia, leem e escrevem mais, são mais disciplinados e flexíveis, relacionam-se bem em equipe e estão totalmente familiarizados com as novas ferramentas de comunicação. No Brasil, o CensoEaD 2008, feito pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), comprovou que 75% das empresas que praticam educação corporativa não fazem distinção entre os alunos provenientes da educação a distância e aqueles vindos do ensino tradicional. Além disso, 50% afirmaram não haver diferença entre os dois modelos de aprendizagem.

Para o professor, ainda existe receio com o método, mas isso tende a diminuir com a sua disseminação, principalmente na educação corporativa e na qualificação profissional. Gerações anteriores aos nativos digitais (da chamada geração Y) também devem passar por um processo de adaptação, na sua opinião. Por isso, os cursos da FGV procuram integrar os alunos à tecnologia.

- Os profissionais mais jovens, da geração Y, têm muito mais facilidade. Para eles, o uso da EaD nada mais é do que uma extensão da forma natural com que buscam conhecimento: pela internet, em redes sociais, Wikipedia, Google, jornais e revistas on-line, entre outros.

Denise Pozas, gerente de Educação Corporativa do Senac Rio, diz que, nos últimos anos, muitas empresas perceberam as vantagens da educação a distância na qualificação de seus funcionários:

- Em 2009, por exemplo, o Senac Rio desenvolveu os materiais de treinamento a distância das 220 mil pessoas envolvidas no Censo Demográfico 2010 do IBGE. Estão em andamento programas para empresas como SulAmérica, White Martins, para o Banco do Nordeste e o Secovi (Sindicato da Habitação).

De acordo com o MEC, hoje existem 208 instituições credenciadas em EaD, sendo 162 para oferecer graduação e especialização e o restante, somente especialização. Em 2005, 71 tinham credenciamento pleno. São, aproximadamente, três milhões de alunos. O ministério faz um controle maior sobre a graduação. Não há dados específicos de quantos estão se especializando. No caso da pós, o MEC apenas autoriza o início dos cursos, por entender que eles apresentam outra lógica, mais voltada ao mercado. Mas o secretário Carlos Bielschowsky diz que existem alguns critérios para escolher uma boa especialização:

- Primeiro, a pessoa deve checar se a instituição e o polo (instalações de apoio) são credenciados. No caso da pós, ter polo não é necessário. Depois, verificar o nível da instituição, pelo IGC (Índice Geral de Cursos) e por outros elementos, como saber se a escola tem uma boa tradição. Na graduação, a pessoa também deve visitar as instalações. Tem curso que requer laboratório. Por último, ela deve perguntar aos alunos se estão estudando muito. Curso fácil eu não faria de jeito nenhum. Tem que ter um rigor. Curso a distância não é mais fácil.

No endereço do Sistema de Consulta de Educações Credenciadas para Educação a Distância e Polos de Educação Presencial , é possível checar as instituições e polos credenciados pelo MEC.

Fonte: O Globo on line

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Geração Y no cenário da educação mundial

O Relatório de Competitividade Global 2010/2011, publicado no segundo semestre deste ano pelo Fórum Econômico Mundial, ressalta que o Brasil tem um ensino superior aceitável, embora a educação de base apresente preocupantes indícios de piora.

É importante lembrar que, quando falamos sobre educação, estamos na verdade falando da capacidade do país em manter seu crescimento nas próximas décadas. E não há como se falar em educação hoje, sem considerar as características específicas da Geração Y e daquelas que a sucedem.

Longe de ser um fenômeno que simplesmente ocorreu, a Geração Y surgiu como fruto, entre outras coisas, de um cenário conturbado onde a educação ainda tem indicadores de qualidade pífios – como já mencionado, se bem que com tendências consistentes de melhoria. Um quadro onde a preocupação com o futuro se mistura à desesperança, na medida em que se navega pelos diferentes extratos da sociedade e onde trabalho e estudo já não são vistos como meios viáveis de realização pessoal.

E engana-se quem pensa que o problema está atrelado à falta de recursos do governo para investir. Nações economicamente destacadas no mundo ombreiam com o Brasil – algumas ficam abaixo dele – quando o assunto é qualidade de ensino. O que significa dizer que há esperança para nós, desde que não a confundamos com a posição de quem espera por algo que aconteça por si só.

Na tentativa de melhorarmos este panorama, algumas ações como o ensino a distância, revitalização do ensino técnico, uso de novas mídias, Universidades Corporativas, entre outras, estão sendo incentivadas, de forma mais ou menos articulada. Tudo visando a preparação desta geração para a missão de conduzir o país a um futuro mais promissor e estável do que aquele que vislumbramos a cada marola da economia mundial.

Porém, falar de educação inclui, necessariamente, a capacidade de manter uma comunicação com uma geração que é exímia no uso de recursos tecnológicos de última geração e que tem, a um só tempo, sede de conhecimento e pouca paciência para assimilá-la nas formas convencionais que ainda são usadas para transmiti-lo.

Diante deste fato, urge uma discussão ampla sobre as diversas dificuldades encontradas por pais, educadores e organizações no trato com aquelas pessoas que progressivamente estão direcionando o mercado de consumo, assumindo posições de decisão dentro das empresas e, por fim, tomando as rédeas de um mundo que lhes é deixado como uma herança não muito alentadora.

Tal iniciativa se faz necessária quando verificamos a tendência de algumas empresas estrangeiras de criarem departamentos de expatriação de profissionais, com o objetivo de fixar aqui profissionais trazidos de fora, para ocuparem cargos que a nossa mão de obra não se mostra capaz de tocar. Seja pai, educador, profissional de RH ou simplesmente cidadão engajado, é preciso se abrir para esta discussão que vai da educação à comunicação, da criatividade à legislação, do amor à urgência.


Osmar Rezende de Abreu Pastore é mestre em Administração, professor da Universidade Anhembi Morumbi, consultor e coordenador do Fórum de Educação e Comunicação do Movimento INOVAcomm.

Fonte: Techlider

Tecnologia em sala de aula

Os professores das faculdades têm dificuldades para despertar a atenção dos alunos com as aulas tradicionais. Inga Carboni, professora-assistente do College of William and Mary Mason School of Business, por exemplo, proibiu os laptops e telefones celulares em suas aulas. Ela diz que os alunos ficam surfando na internet e enviando mensagens de texto durante suas aulas, mas, no geral, não tem nada contra a tecnologia.

A professora Carboni, que ensina comportamento organizacional, usa regularmente vídeos e arquivos de áudio para ilustrar seus ensinamentos e estimular o debate em sala de aula. Para introduzir uma lição sobre diferentes estilos de liderança, por exemplo, exibe uma conversa do bombástico técnico de basquete Bobby Knight, gravada secretamente no intervalo de um jogo, que foi parar no YouTube.

"Longe de ser simplesmente uma distração em classe, acho que esse tipo de material aprofunda o aprendizado", afirma. Na medida em que as escolas de negócios e seus corpos docentes decidem as melhores maneiras de mobilizar essa geração tão íntima da tecnologia, muitas estão incorporando a multimídia - blogs, vídeos, arquivos de áudio e outras tecnologias virtuais - em cursos e seminários, uma mudança no ensino que no entender de muitos professores enriquece as aulas.

A Geração Y abrange jovens com idades entre 15 e 30 anos. Eles cresceram mergulhados no mundo digital, acostumados a surfar na internet, enviar mensagens de texto, ouvir música e assistir televisão ao mesmo tempo. Muitos mal conseguem se lembrar de como eram suas vidas antes do Facebook. Atrair a atenção desses jovens na classe, com aulas tradicionais e discussões de estudos de casos, é um desafio.

Sam Dunn, diretor de tecnologia da Olin Graduate School of Business do Babson College, diz que a maneira como a nova geração aprende e a absorve informações é muito diferente. "Um dos desafios envolve o intervalo de atenção. Pedir a eles para que se sentem e leiam um livro durante três horas pode ser demais. Nosso corpo docente precisa passar conteúdo da maneira que eles estão acostumados a digerir."

Dentro desse espírito, escolas de negócios de todas as partes do mundo vêm equipando seus prédios com uma série de tecnologias que possibilitem aos professores intercalar vídeos com planilhas, sites da internet e exibições em Powerpoint. Muitas estão testando softwares que ajudam os alunos a tomarem notas enquanto gravam versões em áudio das aulas; alguns professores pedem aos alunos que levem celulares para a aula, para decidir tópicos de discussões por mensagens de texto.

Escolas de negócios que incluem a Babson e a Fuqua School of Business da Duke University, estão experimentando sistemas de videoconferência que permitem aos professores incluir transmissões de palestrantes convidados a distância. Elas também usam essa tecnologia para possibilitar a participação nas discussões dos alunos fora do campus. "Trazer a tecnologia social da informação para o ensino é uma mudança grande", afirma Dunn.

Tom Smith, professor-assistente de finanças da Goizueta School of Business da Emory University, por exemplo, adota uma postura mais prática em seu curso de macroeconomia. Os alunos vão para as aulas armados com o computador Mac e, ao longo do curso, precisam baixar da internet dados oficiais do governo, representar graficamente o PIB e então alterar os percentuais para entender o que cada dado revela. "Em vez de ficar com discussões teóricas, nós olhamos para situações específicas. Em algum momento, seus questionamentos acabam levando as coisas de volta para a teoria e as ideias abrangidas nos textos. Mas elas precisam ser relevantes", afirma Smith.

É claro que a nova tecnologia na sala de aula não é uma garantia de melhoria da experiência de aprendizado; há quem diga que as quinquilharias eletrônicas prejudicam a qualidade das discussões. Bill Gribbons, diretor do programa de design da informação da McCallum School of Business da Bentley University, é seletivo em relação ao uso da tecnologia. "Pedagogicamente, você precisa pensar no que está tentando conseguir. Um vídeo pode ser melhor para passar um determinado conteúdo, mas uma aula normal pode ser melhor que um blog em outro conteúdo", afirma. "O que me preocupa são os professores que estão abraçando a tecnologia apenas pelo seu valor de entretenimento. Precisamos ser cautelosos, porque isso pode promover o pensamento raso", acrescenta.

Linda Anderson - Do Financial Times

Fonte: Valor Econômico

domingo, 7 de novembro de 2010

Educação superior a distância em debate

Cuiabá - Representantes de universidades e institutos federais de todo o país reuniram-se em Cuiabá para o 7º Congresso Brasileiro de Educação Superior a Distância da rede federal. Até esta sexta-feira, professores, tutores, especialistas discutiram os 15 anos de experiência pública na área.

Representando o ministro da Educação na cerimônia de abertura, o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, fez um balanço das ações realizadas na área. Para Bielschowsky, a modalidade tem avançado de forma quantitativa e qualitativa no Brasil. No entanto, segundo ele, o sistema cresceu de forma muito rápida, sem estar consolidado. Para superar as falhas foram necessárias ações do Ministério da Educação para intensificar os processos de regulação e supervisão de cursos ofertados, afirmou. O número de matrículas em graduação a distância saltou de 1.682 em 2000 para 814 mil em 2010.

No setor público, o secretário destacou a criação, em 2007, do primeiro curso da Universidade Aberta do Brasil. O sistema, idealizado pelo Ministério da Educação, engloba 92 instituições de ensino superior públicas, cerca de 180 mil alunos em 587 polos localizados em diversas cidades do país. Em 2009, foram investidos R$ 385 milhões na Universidade Aberta do Brasil para oferta de cursos de licenciatura, bacharelado e especialização. Para 2010, está prevista a aplicação de R$ 819 milhões.

Maria Lúcia Neder, reitora da Universidade Federal do Mato Grosso, instituição pioneira na oferta de educação a distância no país, observou que essa modalidade de ensino tem oferecido oportunidades a pessoas que vivem no interior e não têm acesso ao ensino superior. Lembrou que a Universidade Federal do Mato Grosso iniciou seu primeiro curso em 1995, com o objetivo de oferecer formação para professores da educação básica. A educação a distância permite a oferta de formação inicial e continuada para professores, disse.

Durante o encontro, os participantes discutiram as formas de avaliação de aprendizagem nos cursos superiores de educação a distância, as práticas pedagógicas de formação, material didático, tecnologias no processo de ensino, entre outros temas relevantes para a melhoria da qualidade da oferta.

Fonte: MEC

sábado, 30 de outubro de 2010

Estudante multitarefa e o novo papel do professor

Currículo defasado e falha na capacitação são desafios na formação de docentes

SAMIA MAZZUCCO


Currículos acadêmicos desatualizados e falha nos programas de capacitação e de avaliação dos docentes. São esses os desafios apontados pelos especialistas na qualificação de professores para trabalhar com as TICs (tecnologias da informação e comunicação) em sala de aula -do ensino infantil a universidades.
Segundo eles, a reforma dos currículos é uma das prioridades, porque é preciso formar um novo professor, para que a tecnologia seja um instrumento que atraia este novo aluno, cada vez mais "multitarefa".

Pesquisa da Fundação Victor Civita, em parceria com o Ibope e o Laboratório de Sistemas Integráveis da USP, mostrou que 70% dos entrevistados dizem estar pouco ou nada preparados para usar tecnologia na educação. A pesquisa, que ouviu 400 escolas públicas em 12 capitais brasileiras em 2009, também revelou que apenas 116 dessas instituições (29%) ofereceram cursos de capacitação para seus funcionários.
O bom uso das novas tecnologias auxilia professores na diversificação e no desenvolvimento das aulas, além de motivar os estudantes.

EFEITOS
É consenso entre os especialistas que ainda não é possível medir com precisão os efeitos do uso das novas tecnologias. O investimento recente em capacitação de docentes e a falta de mecanismos de avaliação são alguns dos motivos.
"Uma proposta é a autoavaliação, em que a escola reflita o uso pedagógico da tecnologia e gere relatórios para os gestores avaliarem os programas de formação", diz Maria Inês Bastos, consultora em novas tecnologias para educação da Unesco.
A única certeza é que o uso das tecnologias torna o aprendizado mais atraente.
Para Bastos, o modelo massificado de educação "está falindo ou já está falido". Por isso defende o uso da tecnologia como aliada do professor, que precisará saber estimular a criatividade e a troca de conteúdo entre os seus próprios alunos.

Fonte: Folha de São Paulo

Ensino a distância completa presencial

Ambientes virtuais de aprendizagem gratuitos facilitam uso interativo e pedagógico da internet, com chats, fóruns e blogs



No inverno de 2009, a ameaça da gripe suína levou escolas de São Paulo a suspender as aulas. Para não perder dias letivos, algumas delas colocaram o material didático em seus sites. Professores ficaram de plantão para tirar dúvidas, e alunos fizeram as lições em casa.

Essas aulas a distância foram depois validadas pelo governo estadual. O evento mostrou como a tecnologia pode complementar ou até substituir atividades em sala.

A difusão de sistemas gratuitos e de fácil manuseio para a criação de cursos a distância, como o australiano Moodle (moodle.org) e os brasileiros Solar (solar.virtual.ufc.br) e TelEduc (teleduc.org.br), impulsionou o uso pedagógico de ferramentas interativas, como blogs, chats, fóruns e wikis.

As tecnologias permitem, por exemplo, que alunos postem redações em blogs para avaliação dos colegas. Os estudantes também podem realizar discussões em fóruns on-line.

Além de permitir que o professor acompanhe a troca de ideias e registre a contribuição de cada um, o método pode estimular os mais tímidos a se expressarem.

MAPAS
É possível também acessar mapas, animações, simulações e vídeos em arquivos educacionais. No Brasil, um dos maiores é o do Ministério da Educação (objetoseducacionais2.mec.gov.br).

Embora muitas ferramentas de educação a distância estejam sendo usadas nos níveis fundamental e médio, é no ensino superior que elas tiveram maior impacto.
Em 2000, havia no Brasil apenas dez cursos de graduação a distância, com 1.682 alunos matriculados. Isso representava apenas 0,02% do total de graduandos no país.

Em 2008, o número de cursos saltou para 647, com 728 mil matriculados, ou 12,5% do total no ensino superior, segundo a Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância).

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Curso de ensino à distância que também é rede social

Empresária cria curso de ensino à distância que também é rede social

O currículo de Ana Gabriela Pessoa é invejável: aos 28 anos, ela é diplomada em Política, Filosofia e Economia pela Universidade da Pensilvânia, tem mestrado de Política Educacional por Harvard e fez um estágio em Nairobi, no Quênia, junto a ONU.

Com esta bagagem, o desejo de trabalhar com desenvolvimento econômico ganhou forma. Desde 2001, Ana queria fazer a diferença para o Brasil através da educação, criando uma plataforma inovadora e pró-ativa. Foi daí que, há quase dois anos, abriu o Ezlearn, um curso de ensino à distância que promove o aprendizado através de um rede social. "A tecnologia é revolucionária por levar educação a quem não tem acesso", diz. Por enquanto, o Ezlearn só oferece curso de idioma (www.meuingles.com), mas a ideia é criar uma rede de capacitação focada na empregabilidade.

Como funciona a rede social da Ezlearn?

Temos 40 mil cadastrados. Cada usuário tem um perfil com foto e informações, tal como acontece nas principais comunidades que existem por aí. Mas a nossa é focada na educação: cada aula tem um fórum, onde o aluno pode interagir com professor e outros alunos.

O que o curso de vocês tem de diferente em relação aos outros que já estão no mercado?

Criamos um algorítimo que, através da coleta de 50 perguntas, nos permite avaliar perfis de aprendizado. O curso possui 500 horas de conteúdo, é todo online e não há linearidade. O processo de uma pessoa pode ser diferente da outra em mesmo nível, somente pelas respostas dadas na tal pesquisa.

E após o curso de inglês?

Somos focados em empregabilidade. Pretendemos dar cursos rápidos de inglês para taxista, hotelaria, tecnologia da informação... Mas não quero concorrer com ensino técnico. Não pretendo, por exemplo, instituir aulas para garçons. Estamos negociando um piloto para uma escola pública do ensino médio. Em dez anos, quero capacitar um milhão de pessoas através do Ezlearn.

Igor Fidalgo

Fonte: O Globo on line

Uso de redes sociais em ensino - qual o seu potencial?

Por Larissa Leiros Baroni, de Florianópolis

O uso das redes sociais como plataformas de aprendizagem gerou controvérsias entre os participantes do 1º Seminário Internacional GUIDE (Global Universities in Distance Education) de Educação Superior Virtual, realizado na manhã desta sexta-feira, 15 de outubro, em Florianópolis. De um lado, os que apostam no potencial das ferramentas. Do outro, os que acreditam que os espaços informais não assumem o papel no sistema de aprendizagem.

Segundo Anna Beatriz Waehneldt, do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio), cerca de 80% do aprendizado se substancia fora do ambiente formal. "Daí a importância de incluir dentro do próprio ambiente acadêmico virtual espaços e informações que completem o processo de formação dos estudantes", afirmou Anna Beatriz, que aponta a ferramenta como alternativa para a construção do relacionamento entre os alunos e professores. "É extremamente possível produzir dentro desses ambientes questionamentos produtivos", garantiu.

A afirmação de Anna Beatriz foi compartilhada por Marcelo Fabián Maina, da UOC (Universitat Oberta de Catalunya), na Espanha, que apresentou a própria experiência da instituição espanhola para justificar a suposta efetividade das redes sociais no processo de aprendizagem. "O Facebook tem sido utilizado por nossos professores como plataforma de intercâmbio de informação e comunicação. O Twitter também tem substituído em alguns casos os chats, com a promoção de debates", exemplificou ele.

Em contra partida, Jucimara Roesler, diretora da UnisulVirtual - programa de educação a distância da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) -, acredita que as redes sociais não são espaços de aprendizagem e formação, principalmente pela banalização das ferramentas no contexto social. Ela justificou sua afirmação com o resultado de uma pesquisa realizada entre os alunos da UnisulVirtual e da UOC sobre o uso dos espaços interativos. "Grande parte dos entrevistados apontou a preferência pela utilização de meios instrucionais que viabilizem o processo de ensino ou o contato com os professores", declarou ela.

As redes de aprendizagem, segundo Jucimara, são compostas por ações didáticas, recursos tecnológicos, conectividade e narrativas virtuais. "As redes sociais funcionam apenas como uma estratégia institucional, mas não como parte do processo educacional", acrescentou a diretora da UnisulVirtual.

Maiana aposta no potencial das redes sociais. Para ele, basta que as instituições de Ensino Superior adaptem as ferramentas aos objetivos educacionais dos programas virtuais. "Cada rede possui distintas funções a disposição das universidades, que podem testá-las aos poucos e avaliar a receptividade dos alunos e a influência dessas ferramentas no processo de ensino", sugeriu ele.



Fonte: Portal Universia

1.º Seminário Internacional Guide de Educação Superior Virtual

O 1.º Seminário Internacional Guide de Educação Superior Virtual, realizado semana passada em Florianópolis, mostrou que a educação a distância pode crescer no País, mas precisa ter qualidade. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Fredric Litto, o preconceito em relação à modalidade está diminuindo. "A taxa de evasão é semelhante à do ensino presencial, o que prova que, quem está fazendo, está gostando", afirmou. Litto lembrou ainda que todo mundo pode aprender de forma virtual, independentemente de fazer um curso formal. "Temos bibliotecas e museus em que se pode fazer visitas virtuais."

Para Jucimara Roesler, diretora-geral da UnisulVirtual, instituição organizadora do seminário, o evento internacional demonstra o peso que a educação a distância está ganhando no País. "Pudemos discutir as perspectivas e inovações, aprender o que está sendo feito na Europa, por exemplo", afirmou.
Também foram discutidos no evento temas como os desafios de superar as barreiras culturais e de idiomas no uso do e-learning, ensinar e aprender com o uso do mobile learning.

Fonte: O Estado de São Paulo

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O admirável mundo digital

O admirável mundo digital


Vivemos hoje a era digital em sua plenitude. Ela significa comunicação instantânea, em qualquer lugar e a qualquer hora, TV digital com imagens de alta definição e 3D, chips multinúcleos, internet de banda larga, softwares de produção gráfica, realidade virtual, sistemas de multimídia e dispositivos de armazenamento de muitos terabytes.

A maior parte dessa revolução ocorreu nos últimos 20 anos. Nesse curto período da história humana, a tecnologia criou um Admirável Mundo Novo Digital, designação que escolho por analogia com o título do famoso livro de ficção científica de Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo, publicado em 1932.

Esse novo mundo está sendo construído a cada dia por bilhões de seres humanos, com a crescente popularização e disseminação do computador pessoal, do celular, da internet, da fibra óptica e, em breve, do Blu-ray e da TV digital com imagens tridimensionais (3D).

A fotografia é um caso exemplar das profundas mudanças de nosso tempo. Em apenas duas décadas, a tecnologia digital sepultou os velhos, custosos e lentos processos fotoquímicos dos velhos filmes e substituiu-os por avançados processos eletrônicos e digitais. Por isso, posso fazer 10 fotos ou uma centena, pelo mesmo preço. Ou distribuir milhares de fotos pela internet, gastando uma quantia ínfima.

Duas décadas. A teia mundial (worldwide web ou www) marcou o nascimento da internet como a conhecemos, em 1990. Hoje, essa rede já conecta 2 bilhões de seres humanos, a metade deles com acesso em banda larga, via cabo, fibra óptica ou redes sem fio, como o celular 3G, Wi-Fi ou WiMax.

Há 20 anos, ficávamos boquiabertos com a comunicação de dados à velocidade de 9,6 quilobits por segundo (kbps). Hoje, as transmissões entre corporações podem alcançar uma velocidade um milhão de vezes mais elevada, ou 10 gigabits por segundo (Gbps).

O processo de digitalização e a microeletrônica são, sem dúvida, as alavancas tecnológicas mais poderosas e responsáveis pelas profundas transformações sociais e econômicas de nosso tempo. Ao longo das últimas décadas, elas revolucionaram não apenas as novas tecnologias da informação e da comunicação como todos os demais segmentos da economia e da indústria.

É claro que essa revolução não começou há 20 anos, mas, sim, com a invenção do transistor, na metade do século passado. Em seguida, vieram o circuito integrado e o chip ou microprocessador. Três palavras inglesas resumem a revolução dos componentes microeletrônicos: smaller, faster, cheaper (menores, mais rápidos e mais baratos).

O que muda. O mundo começa a viver a Sociedade do Conhecimento em sua plenitude. Nessa nova sociedade, a produtividade alcança níveis impensáveis, impelida por todas as formas de automação, pela expansão mundial da internet e pelo crescimento explosivo das redes de telecomunicações.

Essa revolução tecnológica muda quase todos os paradigmas anteriores. Substitui processos analógicos por digitais, átomos por bits, ferramentas físicas por virtuais, banda estreita por banda larga, comunicações fixas por móveis, serviços unidirecionais por interativos, máquinas e equipamentos dedicados por multifuncionais.

As ferramentas de meu trabalho jornalístico mudam incessantemente. Hoje, quando viajo, acoplo ao meu netbook um dispositivo externo de memória do tamanho de um telefone celular, que armazena 4 terabytes (TB) de informação digital, ou seja, mais do que a NASA tinha em seus computadores em 1990. Nesse dispositivo, estão mais de 10 mil artigos e textos, fotos, documentos e fontes de informação de que posso precisar em viagem.

Em meu novo tablet, posso levar hoje comigo cerca de 1.500 livros, armazenados digitalmente, sem com isso acrescentar um grama sequer ao peso de minha pasta. Com meu netbook e meu celular, posso acessar os maiores serviços de informações e de busca do mundo, para que eu possa garimpar informação em qualquer ponto da Terra.

As memórias de estado sólido (SSD, de Solid State Drive) já armazenam muitos terabytes - em lugar de gigabytes. A capacidade de processamento da informação da maioria dos desktops lançados em 2010 supera a dos mainframes dos anos 1970. Como se diz, com bom humor, o supercomputador de hoje será o desktop de amanhã.

Como será 2025. Imagine, leitor, que, daqui a 15 anos, o mundo terá cerca de 9 bilhões de celulares, ou seja, mais celulares do que habitantes. A metade desses dispositivos serão smartphones avançados.

Em 2025, só as famílias mais pobres verão a TV aberta, em broadcasting. E notem que, mesmo no Brasil, essa TV gratuita e aberta já dá sinais de preocupação diante da TV paga. As grandes ameaças ao seu modelo, no entanto, serão a IPTV, a TV Google, a Apple TV e outras. As imagens 3D se tornarão populares no cinema, nos laptops, nas câmeras fotográficas e filmadoras de vídeo.

Com a popularização dos leitores eletrônicos (e-readers), jornais, livros e revistas impressos em papel se tornarão cada vez mais raros. O turismo internacional e a maioria das viagens de trabalho utilizarão uma alternativa muito mais interessante e ecológica: os sistemas de telepresença e o turismo virtual, nos home theaters 3D, muito mais democratizantes e mais amigáveis ao meio ambiente.

Bem-vindos ao admirável mundo novo digital.

ETHEVALDO SIQUEIRA - O Estado de S.Paulo

Fonte: O Estado de São Paulo

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tecnologia não substitui gente capacitada

A tecnologia da informação por si só não faz milagres. É preciso ensinar as pessoas a extraírem o melhor do contexto em que estão inseridas.

Por Adriano Filadoro

Geralmente as empresas destinam entre 1% e 3% da receita anual para projetos de tecnologia. Não há dúvida de que à indústria de TI e seus acelerados avanços pode ser atribuída grande parte do sucesso e do crescimento da economia mundial. Mas há que se considerar que nenhuma tecnologia é boa o suficiente se atrás dela não houver pessoas capacitadas.

Nos últimos 50 anos o mundo desenvolvido se sentiu desafiado a ganhar mais e mais produtividade. Chega a ser impressionante a velocidade com que o progresso bate à nossa porta, muito em função da tecnologia da informação e comunicação. Estamos ganhando uma velocidade de transformação e de criação ímpares.

Mas, analisando o capital humano que lida com tamanha evolução, percebemos que urgem mudanças estruturais nas empresas. É preciso capacitar às equipes de trabalho de modo que as pessoas sejam estimuladas a desenvolver mais suas habilidades de conhecimento, análise, intuição e criatividade.

A tecnologia da informação por si só não faz milagres. É preciso ensinar as pessoas a extraírem o melhor do contexto em que estão inseridas. Vejamos: determinada empresa investe na infraestrutura de rede, contando com uma estação de trabalho para cada vendedor/atendente. Investe, também, em aplicativos que permitem elaborar e transmitir orçamentos aos clientes em curto espaço de tempo. Entretanto, ao não capacitar sua mão de obra apropriadamente, se arrisca a perder aquele cliente que faz contato por telefone – na esperança de que um profissional especializado compreenda suas necessidades e possa contribuir para a realização de uma compra acertada.

Enquanto o colaborador se preocupa com a "formalização", o cliente se frustra porque não conseguiu obter "informação". No âmbito das pequenas e médias empresas, esse tipo de relacionamento mal resolvido é muito comum, gerando insatisfação. O cliente se queixa do vendedor que, por sua vez, se queixa do sistema que trouxe consigo mudanças no atendimento. Imagine o quanto seria melhor se o vendedor/consultor pudesse destinar cinco minutos daquele dia para ouvir o cliente, compreender como poderia atender àquele pedido de modo que resultasse numa equação "ganha-ganha", em que todos saem satisfeitos.

Numa outra situação, uma fila de pacientes aguarda – com cara amarrada – a volta do sistema, que "saiu do ar". De repente, os mesmos atendentes que até bem pouco tempo colhiam dados do paciente, transcrevendo tudo para o papel e repassando depois para os médicos e para a administração, sentem-se incapazes de resolver qualquer coisa que dependa do acesso ao computador. Não fazem isso por vontade própria, é claro. Mas porque faltou à direção da empresa capacitá-los para que desenvolvessem o senso de oportunidade e improviso. Preferem, também nessa situação, arriscar o relacionamento com o cliente.

Não se pode duvidar que a tecnologia nos dotou de velocidade suficiente para atender às demandas da nova economia. Mas é preciso aguçar o senso crítico e perceber que a tecnologia, por mais avançada que seja, ainda não substitui a tomada de decisão dos seres pensantes que fazem uso dela. O sucesso não vem fácil, mas chegará mais rapidamente se os empreendedores privilegiarem seus colaboradores e incentivarem o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e comportamentais.

Adriano Filadoro - diretor de tecnologia da Online Brasil, empresa com 17 anos de atuação na indústria de TI, com foco em Data Center Inteligente.

Fonte: www.administradores.com.br

57% das crianças entre 5 e 9 anos já usaram computador

Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil ouviu mais de 2.500 crianças

Nathalia Goulart

A nova geração já é digital. Essa é uma das conclusões da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e da Comunicação por Crianças no Brasil, divulgada nesta quinta-feira, que mostra que 57% das crianças entre 5 e 9 anos de idade já usaram o computador. No entanto, o acesso à internet ainda se mostra restrito, já que apenas 23% dos entrevistados já navegaram na web.

A pesquisa foi realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) em parceria com o instituto Ipsos Public Affairs. Foram realizadas 2.502 entrevistas com crianças de todo o país entre os dias 21 de setembro e 27 de outubro de 2009.

Segundo o levantamento, as habilidades para o uso do computador se originam principalmente na escola: 20% das crianças mencionaram ter aprendido a utilizar o equipamento na instituição de ensino. Os pais, por outro lado, têm uma participação secundária nesse processo. Eles foram mencionados por apenas 16% das crianças que usam o computador como mestres na iniciação da vida digital. A mesma proporção de crianças declarou ter aprendido a usar a ferramenta sozinha.

Apesar de a escola ser a principal referência em matéra de educação digital, ela não é o local onde as crianças mais usam os computadores. Nesse quesito, o lar figura em primeiro lugar: 29% dos entrevistados revelaram que usam o computador preferencialmente em casa. A escola vem em seguida, com 14%; 12% usam a máquina na casa de outra pessoa e outros 12%, em lanhouses ou telecentros.

O uso que as crianças fazem dessa peça da tecnologia é interessante. Precisamente 80% delas utilizam o computador para desenhar, 64% escrevem textos e 60% ouvem músicas.

Internet – A diferença entre a parcela das crianças que já utilizaram um computador (57%) e aquelas que já acessaram a internet (23%) chamou a atenção dos pesquisadores. "Em nenhuma outra faixa etária da população adulta essa diferença é tão grande, de 34 pontos percentuais”, observa Juliano Cappi, responsável pela análise dos dados.

O maior ou menor distanciamento das crianças em relação à web poderia ser explicada pela renda familiar, segundo o pesquisador. Somente 10% das crianças que compõem famílias cuja renda mensal é de no máximo um salário mínimo já tiveram contato com a rede. Quando a renda atinge ou ultrapassa dez salários mínimos, o percentual salta para 80%.

Outro aspecto relevante revelado pela pesquisa é o papel secundário das escolas no acesso à internet. Enquanto 27% das crianças declararam ter usado a internet nesse local, somente 14% citaram a instituição de ensino como lugar onde utilizam a rede com frequência. Até mesmo as lanhouses registram um índice mais significativo: 17%. Os resultados revelam a importância do uso domiciliar: 49% declararam utilizar a internet em casa, e 46% afirmaram ser este o lugar em que mais se usa a rede.

Entre as atividades mais realizadas pelas crianças na rede, as tarefas lúdicas foram as mais citadas. Segundo pesquisa, 91% dos entrevistados utilizam a rede para jogar, enquanto 27% aproveitam o acesso para visitar algum site de relacionamento.

Fonte: Valor on line

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Geração Y e os novos tempos

A chamada geração Y propõe, com o seu comportamento insubordinado, uma mudança no paradigma administrativo. As gerações anteriores estabeleceram o nosso direito a sobrevivência. Na sequência natural da evolução, esta geração quer mais do que simplesmente ver garantida a sua subsistência. É um grupo que busca sentido em tudo que faz, seja no trabalho, no lazer, nos relacionamentos, e em qualquer situação vivida. Quando se busca um sentido, a referência passa a ser interna, naquilo que é vivido diretamente. Em resumo, a pessoa precisa sentir-se bem para que a atividade seja válida. Não se faz coisas para que o outro aprove, promova, se ganhar mais dinheiro, ou qualquer outro valor externo. A geração Y fará o que for preciso para se sentir bem, para sentir-se plena, engajada e feliz.

Assim a manutenção física e material deu lugar à outra preocupação, a satisfação da alma. Mas poucos sabem disto e buscam aquilo que seu interior anseia pulando de uma atividade para outra, de um relacionamento para outro, de um emprego para outro, na medida em que a situação já não se mostra mais de acordo com seus apelos internos. Esta geração Y é uma conquista da própria sociedade, é a realização do sonho de muitas famílias que criaram seus filhos para serem felizes, e não simplesmente para cumprirem com seus deveres na ordem social. O cumprimento dos deveres está implícito, pois tem o exemplo da geração anterior como modelo, mas a proposta de ir além disto está também fortemente enraizada nesta turma irrequieta.

Por isso o perfil do gerenciamento desta geração Y não é aquela do líder carismático, onde o chefe empresta o seu entusiasmo e energia para motivar seus subordinados. A geração Y é motivada internamente, a partir do que sente e acredita. As lideranças empresariais na medida em que aceitam e compreendem esta natureza poderão aproveitar todo este potencial em beneficio de todos os envolvidos.

Este quadro aponta também para uma individualização do trabalho, onde o papel do líder torna-se limitado, pois cada pessoa precisa possuir dentro de si a noção dos objetivos corporativos, para sentir-se engajada no processo. Este processo de individualização proposto pela geração Y aponta para uma necessidade muito particular de capacitação pessoal. Isto significa investir em autoconhecimento, para proporcionar ao funcionário uma maior sintonia entre o trabalho realizado e seu perfil interno.

Tendo em vista que o funcionário da geração Y não permanecerá na empresa por fatores externos ou de sobrevivência, a sua atividade precisa estar finamente ajustada com o seu perfil interno, ou seja, precisa estar em sintonia com quem ele é como pessoa. Isso exige do setor de recursos humanos outra ótica em direção à colocação do empregado com esta característica da geração Y. Não basta uma qualificação técnica, o engajamento pessoal precisa ser priorizado, prevendo inclusive deslocamentos horizontais para que o entusiasmo e a visão do todo sejam privilegiados. Se esta ordem não for obedecida, a tendência ao desligamento espontâneo do funcionário continuará assombrando o quadro organizacional das empresas neste terceiro milênio.

- Marília Vargas é psicóloga, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trabalha com Psicoterapia há mais de 20 anos. Ministra cursos e palestras sobre temas relacionados ao aprimoramento humano na busca por uma vida mais rica e feliz. ieme8@iemecomunicacao.com.br

Fonte: LogWEB

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Empresas flexibilizam horários para atrair a Geração Y

Como estratégia para reter os profissionais da chamada Geração Y, 40% das empresas adotam a flexibilidade de horários, revelou pesquisa realizada pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) com gestores de Recursos Humanos das empresas associadas.

A Geração Y é formada por profissionais nascidos a partir da década de 1980 até meados dos anos 2000. Caracterizados por serem otimistas, sociáveis, apegados às amizades, terem facilidade para aprender, disposição em exercer a cidadania, adeptos do trabalho coletivo e terem alto interesse na vida profissional, os Ys têm dificuldade para lidar com pessoas difíceis no ambiente corporativo.

Mais peculiar, essa geração exige esforço das empresas. Não é à toa que a pesquisa revelou que 34,5% das companhias abordadas criam planos de carreira específicos para esses jovens colaboradores.

Desafios
Dos desafios apontados pelos entrevistados para lidar com essa geração, estão a necessidade constante de motivação para atuação em projetos e tarefas cotidianas, citada por 52,9%, e ajustes na adaptação aos modelos hierárquicos de gestão, lembrados por 35,6% das empresas.

O estudo mostrou que metade das companhias participantes conta com mais de 30% dos jovens da geração em seu quadro de funcionários. Questionados sobre as vantagens de terem profissionais da Geração Y na equipe, 63,2% citaram as ideias e práticas criativas como as mais importantes, enquanto outro aspecto importante lembrado sobre estes profissionais foi o melhor uso das ferramentas tecnológicas nas empresas.

De acordo com a Amcham, com base em conclusões obtidas no seu Comitê de Gestão de Pessoas, os jovens têm planos de permanecerem nas companhias, desde que possam exercer suas funções com autonomia, espaço para ideias, relação de confiança com os chefes e oportunidades de emprego.

Fonte: InfoMoney - São Paulo/SP

sábado, 18 de setembro de 2010

Educar na Cultura Digital

Fundações lançam grupo de estudos

Em uma parceria digital, as fundações Santillana e Telefônica lançam na internet um novo Grupo de Estudos sobre a cultura digital nas escolas: o grupo Educar na Cultura Digital. A proposta é incitar através da rede o debate sobre como professores e escolas poderão se apropriar da tecnologia digital para educar uma nova geração de estudantes, contemporâneos às redes sociais, aos sites de busca e a todos os recursos digitais que a rede oferece.

O Grupo de Estudos foi projetado em um espaço online, com ambiente interativo, na plataforma tecnológica de ensino à distância do Programa EducaRede, da Fundação Telefônica. As inscrições para participar do debate já podem ser feitas, gratuitamente, no endereço www.educarnaculturadigital.org.br.

Quem participar do curso terá acesso a materiais didáticos de apoio, com indicação de fontes de pesquisa, além de recursos como bate-papos e palestras com especialistas que serão transmitidas via streamer pela TV Web da Editora Moderna, que no Brasil é controlada pelo grupo Santillana.

De agosto a dezembro deste ano, o Grupo de Estudos seguirá a realização de cinco módulos de pesquisa, em torno dos seguintes temas: Mundo Digital; Geração Interativa (ou Geração Y); Aprendizagem na Cultura Digital; Ensino e Inovação Pedagógica; e Avaliação do uso das TIC.

Fonte: Terra - Educação

Concessões das empresas para se adaptar à rotina da geração Y.

Por que jovens profissionais são tão valiosos para as empresas?



O que essa tal geração Y possui para contribuir dentro das empresas?
Embate de gerações: como motivar os profissionais da "Geração Y"?
Jovens da geração Y podem ser divididos em quatro tipo de profissionais
Mais de um terço das empresas buscam adaptar-se às exigências da geração Y. Isso é o que mostra um estudo realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham). O levantamento aponta que 34,5% das companhias criam planos de carreira específicos para estes jovens e 40% adotam flexibilidade de horários.

De acordo com o especialista em carreiras e diretor Geral da Trabalhando.com no Brasil, Renato Grinberg, a adaptação é benéfica. "Os mais experientes estão tentando entender os objetivos e as vontades daqueles que compõem a geração Y e, como é interessante mantê-los na equipe, adotam tais mudanças", afirma o executivo.

Grinberg acredita, no entanto, que ainda falta sinergia entre as gerações. "Será que os jovens estão com a mesma disposição (das empresas) para adaptarem-se?", questiona. Segundo o especialista, essa é a grande dificuldade, pois os profissionais mais novos nem sempre estão dispostos a ceder em prol da contratante. "Alguns, inclusive, preferem procurar outra oportunidade mais adequada a tentar mudar determinado comportamento", explica Grinberg.

Os participantes da pesquisa concordam que entre os maiores desafios para lidar com estes colaboradores e mantê-los na equipe estão a necessidade constante de motivação em projetos e tarefas cotidianas, segundo 52,9%; e adaptação aos modelos hierárquicos de gestão, para 35,6% dos gestores.

Em contrapartida, contratar jovens talentos tem muitos benefícios. De acordo com Renato Grinberg, entre as características positivas deles estão a agilidade e a criatividade, ponto também abordado na pesquisa, realizada com 87 gestores de Recursos Humanos de empresas associadas à Amcham.

De acordo com as informações apuradas, aproximadamente 63% dos entrevistados ressaltaram as idéias e práticas criativas como o mais importante entre os mais novos. Outro aspecto fundamental é o melhor uso de ferramentas tecnológicas nas empresas. "Quando o assunto é tecnologia, eles certamente saem na frente", ressalta Grinberg.

"Diferente dos mais experientes, eles já nasceram na era do computador e da Internet, tendo mais facilidade na aprendizagem e um conhecimento de novas ferramentas quase natural. E isso é algo que as empresas buscam aprimorar sempre, independente da sua área de atuação", complementa o executivo.

A adaptação para reter talentos sempre houve nas companhias, porém, para os especialistas é preciso ter em mente que em todo relacionamento deve haver uma troca mútua. "Espera-se da empresa que entenda seus funcionários, mas está a cargo da equipe valorizar as mudanças e procurar uma troca justa entre as partes", finaliza Grinberg.

Fonte: www.administradores.com.br

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Inovação tecnológica impulsiona inovação pedagógica

"A inovação tecnológica não traz, sozinha, a mudança; ela impulsiona a inovação pedagógica", diz Maria Elizabeth Almeida, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), sobre o programa UCA (Projeto Um Computador por Aluno), do governo federal. A professora, que ajudou a implantar o piloto da ação no país, diz que as inovações tecnológicas, tais como os computadores do projeto, são apenas ferramentas para que haja a inovação pedagógica", diz.

Segundo Elizabeth, que participou do 3º encontro sobre laptops na educação, em São Paulo, não há resistência por parte dos professores para a aplicação do projeto, mas a alta rotatividade dos docentes temporários das redes públicas e a rigidez dos currículos podem limitar o uso de micros em sala. "É difícil transformar a mobilidade tecnológica em mobilidade pedagógica, porque os currículos têem margem de abertura pequena. O computador provoca a abertura disso, e isso provoca o repensar sobre o que é o currículo", diz.

Durante o encontro, foi reforçada a ideia de que o docente não deve somente repassar conhecimento, mas deve ser um "facilitador", ou seja, ele também deve atender às demandas das crianças e pode, inclusive, aprender com elas.
Sala de computação x computador

A professora explica que a principal diferença entre uma sala de computação e programas que dão um computador aos alunos é que, no primeiro, não ocorre a imersão do estudante: "Não se faz mudança ou imersão indo [na sala de computação] de vez em quando. Os alunos já chegam na escola com a linguagem digital, mas o uso na sala de aula é mais intenso", diz.

"Isso não significa que seja uma digitalização da educação. O uso do computador deve ser feito quando ele traz contribuições efetivas; mas ele tem que estar à mão para que isso aconteça."
Burocracia na implantação

Ela concorda que a burocracia torna o processo de aquisição dos micros mais lento, e destaca que, além do tempo da compra, há também o tempo da implantação: segundo a docente, isso varia de acordo com o nível de inclusão digital dos professores. Outra questão que Elizabeth ressalta é que, na implantação, é necessário que se crie oportunidades para que os docentes façam parte do projeto: "O que não pode ter é um treinamento; o desenvolvimento deve ser em conjunto", diz.

"É um projeto que nos desafia, mas se acreditarmos que a inserção do país na sociedade tecnológica passa pela inclusão digital, isso deve passar também pela escola", conclui.


Fonte: Uol - Educação

sábado, 11 de setembro de 2010

Consultor da Unesco defende maior uso de ensino a distância para aumentar acesso à educação

O maior acesso a tecnologia apresentado na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de Municípios) 2009 é um incentivo ao uso de EAD (Educação a distância) no país, defende o consultor da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Célio da Cunha. "O Brasil tem condições de fazer a educação chegar em locais mais longínquos, não podemos perder essa oportunidade", diz.

"Se for bem organizada e de qualidade, ela [a EAD] preenche o seu papel e tem condições de adquirir qualificação pública. Mesmo nas escolas tradicionais é possível ampliar o uso desse sistema", diz.

Para Cunha, o país está "acordando" para a importância da educação, mas ainda não ostenta resultados bons. "Precisamos transformar a educação numa prioridade do país, numa política de Estado; não podemos cometer o erro de não priorizá-la", opina.

Os principais problemas da pasta, na visão do consultor, são o financiamento, a formação e carreira dos professores e a falta de um sistema federativo de educação. "Precisamos acordar um pacto entre união e Estados e municípios para que todos olhem na mesma direção, para que as políticas fiquem acima de disputas partidárias. Esse é um tripé fundamental para uma próxima política de educação", diz.
Analfabetismo funcional

Sobre o analfabetismo funcional, o consultor, que também é professor da UnB (Universidade de Brasília), diz que é preciso que a educação seja de forma continuada. "Entramos na era da educação continuada, essa expressiva população tem que ser objeto de políticas de educação continuada, aliando um componente fundamental: a educação profissional, que é, historicamente, deixada de lado."

"Praticamente um terço dos estudantes brasileiros abandonam a escola porque ela não atende às suas ambições. É preciso que haja o aumento de vagas nos cursos técnicos. Não se presta atenção no mercado informal, mas falta oferecer a esse grande contingente uma educação que possa melhorar a vida dessas pessoas, aumentar seus rendimentos", diz.

Fonte: Uol - Educação

terça-feira, 7 de setembro de 2010

As redes sociais na escola

Como professores e alunos estão usando Orkut, Twitter, Facebook, MSN e blogs na sala de aula?

O estudante põe os livros de lado e dá uma escapada para ver os recados do Orkut, as novidades do Twitter, os últimos vídeos do YouTube... E aí a concentração já era. É por isso que professores se queixam de ter que disputar a atenção dos jovens com o descompromisso das redes sociais. Alguns educadores, porém, decidiram usar esses sites a seu favor. Eles perceberam que os recursos podem ajudar, e muito, no processo de aprendizagem.

No Brasil, o professor está começando a olhar as redes como ambientes virtuais que oferecem muitas formas de interação e estimulam o contato com a diversidade sociocultural, acredita Sônia Bertocchi, capacitadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). As iniciativas ainda são acanhadas. Poucos experimentam, por exemplo, mediar um debate on-line sobre um assunto determinado. Eles estão engatinhando no uso da tecnologia na educação, e o das redes, então, é menos explorado ainda, diz a pesquisadora Luciana Maria Allan, diretora do instituto Crescer para a Cidadania. Segundo ela, falta formação específica para a área, tanto no setor público quanto no privado. Os professores têm que se familiarizar com a tecnologia e, depois, saber usar para finas educacionais, o que é outra história.`

Os educadores que tentam manejar as redes, em geral, agem por conta própria, sem que sejam incentivados pela escola. O comum são ações isoladas, confirma Sônia, que também é gestora da rede social Minha Terra, criada em 2007 com fins puramente educacionais. Gerida pelo Cenpec em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a rede conta com mais de 9 mil alunos e professores inscritos, quase todos de escolas públicas sediadas em 24 estados. No portal, que incorpora Twitter e YouTube, é possível criar comunidades e blogs, participar de fóruns de discussão e partilhar imagens e textos. Os educadores devem perder o preconceito de que as redes e outras ferramentas da Web 2.0 são inimigas do processo educativo, defende outro gestor da Minha Terra, Claudemir Viana. Muitos deles são acomodados e usam a desculpa de que essas tecnologias fazem a escola perder a razão de ser, mas é o contrário. O bom uso delas depende da mediação do educador, complementa.

A aula não para

Os alunos matriculados na disciplina "computadores na educação", da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB), usam um blog e uma comunidade no Orkut para discutir, indicar textos e divulgar vídeos hospedados no YouTube. A mediação é feita pelo professor Gilberto Lacerda. Eu organizo a disciplina de modo que eles dominem esses recursos, ressalta. Crio intertextos e obrigo os alunos a transitarem de uma rede para outra, o que dinamiza a relação educativa. Gilberto acredita que os currículos acadêmicos estão se adaptando. “Não somente na UnB, mas nas faculdades Brasil afora, há uma crescente preocupação com esse tipo de formação no uso da tecnologia.

Um de seus aprendizes, Pedro Nascimento, 23 anos, afirma que a disciplina ocorre a todo tempo no mundo virtual. De madrugada você pode ir lá e postar um comentário”, explica. Ele diz que acessa seu perfil no Orkut cerca de seis vezes por dia, mesma frequência da colega Patrícia Ruas, 22 anos. A gente aprende a ver as redes com outros olhos, revela a moça. O problema é que tem gente que só usa o Orkut para fazer amigo, arrumar namorado. Em um fórum de discussão, você pode encontrar gente mais experiente, que pode te indicar um livro, uma monografia, acrescenta o rapaz.

Informalidade na relação entre professor e aluno

A internet é algo recorrente na vida dos alunos. A gente tem que mergulhar nesse mundo também, afirma o professor de biologia Marcelo Lasneaux, do colégio Galois. Ele mantém um blog no qual publica textos relacionados à sua disciplina e ancora uma página com os slides usados nas aulas. Também tem um espaço para enquete. Praticamente todo dia eu tenho resposta. Os alunos escrevem comentários, dúvidas, destaca. Marcelo também é seguido pelo Twitter, no qual divulga datas de provas e notícias relevantes publicadas na imprensa. Ele evita contatar os estudantes pelo Orkut. Ele está totalmente desacreditado, do ponto de vista educacional, justifica. É uma coisa que trouxe muitos problemas, como rixas entre os alunos, cyberbullying. E tem essa história dos fakes (perfis falsos), que eles inventam, usam o nome de outra pessoa, observa.

Em sua preparação para o vestibular, Gustavo Dias, 18 anos, aproveita a iniciativa do professor Marcelo. O blog facilita o estudo. Às vezes, ele passa um conteúdo que não entendi muito bem, aí em casa eu baixo os slides e reviso. Apesar disso, suas pesquisas pela internet não rendem muito. Eu me desconcentro, fico acessando outros sites que não têm nada a ver, admite. Ele também não costuma recorrer ao Orkut. É uma coisa que me distrai demais. É raro você ver gente que o utiliza para pesquisa, é um recurso que podia ser mais bem trabalhado. Mesmo assim, Gustavo aprova o uso das redes sociais. A relação com o professor fica mais próxima, não se dá somente no tempo da aula. Às vezes uma pessoa meio tímida se sente à vontade para fazer perguntas que não faria em sala, afirma. Pedro, aluno de Gilberto Lacerda, concorda: Por ser um meio mais informal, dá segurança ao aluno, que vê o professor como alguém que quer construir conhecimento com ele e em prol dele.

Educar para a cultura digital

O pesquisador Lúcio França, também da FE da UnB, coordenou a criação de uma espécie de YouTube dedicado exclusivamente à atividade educacional. O site, batizado de Proeja Transiarte Tube, foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Goiás e teve financiamento do MEC. O portal inclui o compartilhamento de gravações em áudio, documentos e fotos. A vantagem de criar nosso próprio site é que nele só podem ser publicados arquivos de caráter educacional, afirma França. A rede é utilizada apenas por alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos de uma escola da Ceilândia, mas está aberta a qualquer pessoa ou instituição que queira se cadastrar. Há muito conhecimento espalhado pelas redes sociais. Você pode encontrar pessoas com os mesmos interesses intelectuais, opina o pesquisador, ao ressaltar que o uso de redes sociais no processo educacional é hoje quase uma necessidade. Os educadores ainda estão lentos para perceber essa importância porque foram educados com base no papel. Muitos resistem, lamenta.

Preocupadas com a segurança de seus alunos, algumas escolas preferem criar redes internas para poder controlar as informações publicadas e evitar que sejam vistas por qualquer um. "Não concordo. É a mesma coisa que ter um filho e não deixá-lo ir à rua porque pode ser atropelado, pego por um pedófilo", argumenta Sonia Bertocchi, capacitadora do Cenpec. "Temos que ensinar o jovem a estar na internet, passar conceitos de responsabilidade e privacidade. Cabe à escola educar para a cultura digital", defende. A estratégia de uso da rede deve ser bem planejada pelo educador. “Dá para tirar proveito de qualquer ferramenta, desde que se saiba do que o grupo precisa e quais recursos são mais adequados para atingir suas finalidades", explica Luciana Maria Allan, do instituto Crescer para a Cidadania. "O professor precisa estimular o aluno a pesquisar e refletir. O importante é não só entulhar o espaço virtual de material, mas criar um ambiente de permanente debate."

Seu professor deve utilizar as redes sociais como ferramentas de aprendizagem?

Eu acho muito mais legal quando a disciplina agrega essas tecnologias. A gente está acostumada com aquela aula chata, o professor lá na frente, falando. Acaba que todas as aulas ficam iguais, o aluno perde o interesse. É bom quando surge algo diferente. Nunca tive um professor que usasse as redes sociais nesse sentido educacional, para promover discussões... O aprendizado seria mais dinâmico. Normalmente, quando a gente entra nas redes é para se distrair mesmo, não para ver coisas relacionadas a estudo. Eu mesmo nunca usei para pesquisar nem nada assim. Mas talvez desse certo: as pessoas acessam muito as redes e de vez em quando poderiam entrar no que o professor pedisse. A relação entre ele e a gente ficaria mais informal, já que a gente usa na internet uma linguagem mais solta. Eu uso muito o Orkut também para perguntar para os meus amigos coisas de escola, tirar dúvida sobre alguma matéria. Se tivesse um professor (na rede), seria mais legal.

O melhor tipo de aula é aquela em que o professor se expressa bem e os alunos são realmente interessados na matéria. O diferencial é sempre o educador em sala de aula. Porém, essas ferramentas virtuais, como as redes sociais, são meios de chamar mais os estudantes. O problema é que as redes são mais usadas para conversar futilidades, os jovens teriam resistência a vê-las como instrumentos de educação. Existem comunidades no Orkut, por exemplo, que se preocupam com o debate intelectual, mas elas são minoria. Aqui na universidade, eu tive um professor que criou uma comunidade para a disciplina dele, mas quase nenhum aluno entrou. Ele também fez um blog, só que a gente não utilizava, faltou interatividade. O hábito até poderia ajudar: a pessoa que tem o costume de acessar determinada rede, que já tem familiaridade com ela, também poderia passar a usá-la para discutir temas relevantes, indicar leituras, se fosse orientada por um professor. Para que isso acontecesse, a relação ent re professor e aluno teria que ser mais íntima e informal. Com o tipo de professor que gosta de manter uma relação hierárquica com os alunos, a utilização das redes seria infrutífera.

Fonte: Correio Braziliense - DF

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

16º Congresso Internacional de Educação a Distância

Por Larissa Leiros Baroni, de Foz do Iguaçu (PR)

- Evasão em EAD é menor do que em cursos presenciais

Evasão na modalidade a distância é menor do que a do ensino presencial. Enquanto 18, 5% dos alunos que ingressam nos cursos de EAD não concluem a graduação, o índice da desistência nos programas presenciais das instituições privadas é de 19,1%. Os dados foram apresentados durante o 16º Congresso Internacional de Educação a Distância, na tarde desta quarta-feira, 1° de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná. O evento será realizado até 3 de setembro.

Ainda que os números da EAD sejam favoráveis se comparados ao panorama da educação presencial, Bruno Jorge, assessor de diretoria do Cesumar (Centro Universitário de Maringá), afirma que o índice de evasão tem acompanhado o crescimento do setor. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2008, 430.259 estudantes ingressaram em programas de educação a distância, mas apenas 70.068 se graduaram. Em 2002, a proporção era de 20.685 ingressos para 1.712 concluintes. [Leia a matéria na íntegra](site do Universia.)

- Redes sociais em debates

Com crescimento das redes sociais, tema ganha destaque no 16º Congresso Internacional de Educação a Distância, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ainda que a comunidade acadêmica reconheça o potencial dessas ferramentas, práticas que aproximam a tendência tecnológica aos processos pedagógicos da educação a distância ainda não são expressivas.

Na opinião de Patrícia Lupion Torres, diretora da área de Educação da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), as instituições estão mais abertas para recorrer às redes sociais - Orkut, Facebook, Twitter - principalmente para intensificar seus processos de marketing. Falta, no entanto, segundo ela, explorar o potencial dessas ferramentas no processo pedagógico. "A maioria dos professores são imigrantes digitais, por isso ainda não estão totalmente adaptados com as novidades tecnológicas", afirma ela. [Leia a matéria na íntegra](site do Universia)

- Faltam docentes qualificados para EAD, diz secretário

Faltam profissionais qualificados para atender à demanda de crescimento da EAD no Brasil. Foi o que disse Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de educação a distância do MEC (Ministério da Educação), durante a primeira sessão plenária do 16º Congresso Internacional de Educação a Distância, realizada na manhã desta quarta-feira, 1º de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná.

O investimento em mão de obra qualificada, segundo ele, é essencial para garantir a qualidade dos cursos oferecidos na modalidade a distância. Ainda que a importância seja reconhecida pela comunidade acadêmica, Bielschowsky afirma que são poucas as instituições de Ensino que priorizam essa prática. "Para fazer educação a distância é preciso gastar. Não dá para cobrar mensalidade de R$ 100 e, ao mesmo tempo, assegurar a qualidade do Ensino", garante o secretário, que aponta a contratação de recursos humanos como um dos itens mais caros do processo. "EAD tem docência. É inevitável pensar em um sistema de Ensino sem a figura de um professor, mesmo que a distância". [Leia a matéria na íntegra] (site do Universia)

Serviço:
16º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância
Local: Mabu Thermas e Resort, em Foz do Iguaçu
Data: De 31 de agosto a 3 de setembro
Informações: www.abed.org.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Encontro de EAD

Encontro no RJ vai debater potencial da Educação a Distância

ENSP, publicada em 10/08/2010

Com o tema EAD como estratégia para a implementação de políticas públicas, a ENSP/Fiocruz, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, realizará o III Encontro Nacional de Educação a Distância para a Rede de Escolas de Governo. Voltado para gestores representantes das Escolas de Governo e das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, o evento, que acontecerá entre os dias 27 e 29 de outubro, no Rio de Janeiro, irá discutir o potencial da EAD. As inscrições para o envio de trabalhos estão abertas até o dia 13 de setembro.

O encontro será divido em mesas-redondas, oficinas, sessões de pôsteres comentados, discussão em rodas e sessão cultural. Seu principal foco é colocar, no centro da discussão, o potencial da educação a distância neste processo e contribuir para criar instrumentos para que todas as Escolas de Governo que integram a Rede possam desenvolver e operar um sistema de formação baseado na educação a distância. Dentre os temas já definidos para o encontro estão: a elaboração e produção de vídeos, com o Vídeo Saúde; as tecnologias aplicadas à Educação a Distância, com a EAD/ENSP; e a elaboração de projetos de educação a distância, também com a EAD/ENSP.

A comissão organizadora do evento tem como presidentes o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, e a presidente da Enap, Helena Kerr do Amaral. O coordenador geral da comissão é Victor Grabois, pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento da ENSP.

As inscrições para o evento são gratuitas, mas, por se tratar de um encontro direcionado a gestores, o aceite da inscrição estará condicionado à avaliação da comissão organizadora. Os interessados devem preencher o formulário e criar login e senha para acessar a página do evento, enviar trabalhos, acompanhar e imprimir comprovante de inscrição. Os resumos, que serão recebidos até 13 de setembro, deverão ser enviados exclusivamente por meio do formulário eletrônico.

Confira, aqui, todos os detalhes para submissão de trabalhos

Os resumos devem abordar o temário de experiências, com apresentação de resultados relevantes em educação a distância para a formação em políticas públicas nas seguintes áreas: saúde; educação; inclusão social; gestão; mecanismos de participação e controle social; defesa do patrimônio público, da fiscalização da utilização de recursos públicos e ao incremento da transparência da gestão; e poder judiciário e no poder legislativo em escala nacional, estadual e municipal.

Saúde: apoio às políticas de qualificação da gestão do SUS, da construção e gestão das redes e da organização e gestão de políticas voltadas a segmentos específicos - saúde materno-infantil; prevenção da violência contra a criança; saúde do trabalhador, entre outras áreas.

Educação: apoio às políticas de qualificação do magistério, da gestão educacional, ao desenvolvimento e gestão de políticas de educação inclusiva, entre outras áreas.

Inclusão Social: apoio às políticas de qualificação da gestão de programas sociais, ao desenvolvimento e gestão de iniciativas vinculadas à geração de emprego e renda.

Gestão: apoio às políticas de qualificação na gestão pública, ao desenvolvimento de políticas voltadas à gestão por competências nos órgãos da Administração Pública.

Mecanismos de Participação e Controle Social: apoio às políticas de qualificação do controle social das políticas públicas e de fortalecimento dos mecanismos de participação da população e dos usuários dos serviços públicos.
Defesa do patrimônio público, da fiscalização da utilização de recursos públicos e ao incremento da transparência da gestão: apoio às políticas de qualificação da defesa do patrimônio público, e do fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e do incremento da transparência da gestão.

Poder Judiciário e no Poder Legislativo em escala nacional, estadual e municipal: apoio às políticas de qualificação da gestão e do incremento da transparência na gestão.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Educadores e as tecnologias

Escolas precisam se abrir às novidades que alunos já dominam.

Nathalia Goulart

A educação não pode mais ser planejada no contexto da "era de Gutemberg" - ou seja, dos tipos móveis e, portanto, do livro de papel. Na visão de Salete Toledo, especialista em educação e editora executiva da Edições SM, é preciso pensar o ensino em constante contato com as novas tecnologias e mídias. Para isso, os currículos escolares precisam assimilar as tecnologias, o que, na visão de Salete, demanda transformações nas intituições de ensino. "Nossa escola segue um modelo fechado. Precisamos de um ambiente onde possam circular mais informações, e essas informações estão fora dos muros da escola", diz a especialista, convidada a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo. Confira a seguir os principais trechos da entrevista com ela.

No âmbito da educação, as novas tecnologia vêm sendo aplicadas de maneira efetiva no Brasil?
De maneira geral, o uso das mídias ainda não é efetivo. Existem algumas experiências em curso, mas são projetos incipientes e ainda há um longo caminho a ser percorrido. O projeto Um Computador por Aluno, por exemplo, é uma experiência efetiva. Também temos escolas principalmente as particulares – que usam recursos para ministrar aula interativas, como as lousas digitais. Essa realidade, porém, ainda não está disponível para todos os estudantes e professores.

Uma recente pesquisa da Fundação Victor Civita mostrou que 72% dos entrevistados não se sentem seguros em utilizar computadores na escola. Como a senhora enxerga essa situação?
Ainda existe um investimento a ser feito na formação dos professores. Algumas universidades começam a tratar das novas tecnologias em seus currículos, mas esse ainda é um fenômeno muito recente. A dificuldade dos professores é fruto de falta de conhecimento.

Quais os maiores desafios em matéria de integração da tecnologia às escolas?
A primeira dificuldade está na escola. Nossa escola hoje é uma escola fechada e com horários determinados. Precisamos de um ambiente onde possam circular mais informações. E essa informações estão fora dos muros da escola. É preciso pensar também em uma mudança de currículo e da forma como encaramos a escola. O papel do professor mudou ele já não é mais o detentor do conhecimento, mas apenas o mediador e precisa de orientação para isso. Essa é a grande reflexão que precisa ser feita: dentro dessa nova realidade, o que podemos fazer para ajudar esse professor a se aproximar dessa realidade tão viva que está fora da escola? Os desafios são variados, vão desde o material que o docente não possui até a própria visão do que a escola é. Esses são os grandes desafios e eles são grandes mesmo!

A escola muitas vezes é descrita pelos alunos como cansativa e pouco atraente. A incorporação das novas tecnologias pode aumentar o interesse dos alunos pelos conteúdos?
Elas facilitam na medida em que são usadas de forma significativa. Se eu quiser apresentar um conteúdo de gramática usando o computador da mesma forma que faria sem a máquina, não teremos nenhum impacto, e o aluno terá, igualmente, pouco interesse. Porém, se eu usar uma tecnologia para fazer com que o aluno participe do conhecimento e construa junto com outros colegas conceitos, textos e projetos, isso pode ser interessante. O aluno já faz isso fora da escola, mas a escola ainda não se apropriou disso. Se as tecnologias forem usadas de um modo significativo para o aluno, com certeza ele vai se sentir participante, porque deixará de ser expectador e passará a ser colaborador. Não é mais possível pensar em uma educação na era de Gutemberg. Não temos mais livros apenas. Temos livros, filmes, celulares, laptops etc. Temos uma quantidade enorme de possibilidades.

Temos bons exemplos de professores que já incorporaram a tecnologia?
Conheço professores, jovens principalmente, que já tomaram essa iniciativa. Outro dia, um professor de inglês me contou que pede para seus alunos consultarem um dicionário no celular. Isso é proibido em outras escolas, mas ele conseguiu dar a isso uso significativo dentro da aula. Ele deu sentido à tecnologia. Muitas vezes, o aluno se perde no uso do computador e da internet na sala de aula porque falta sentido e foco na atividade.

Os celulares já são amplamente acessíveis e oferecem muitas possibilidades - fotos, filmagens, mensagens e mesmo a internet. Contudo, a maioria das escolas prefere proibi-los, assim como o uso das redes sociais e de outros aparatos. Essa é uma atitude correta?
Proibir o uso do celular é nadar contra a corrente. O jovem usa o celular da mesma forma que usa boné. Precisamos descobrir maneiras de usá-lo pedagogicamente. E ele pode ser uma ferramenta importante para trabalhar a questão do conhecimento colaborativo. Vivemos em uma era digital, já não é o conhecimento particular e individual que prevalece. E o celular é isso, é uma forma de transmitir conhecimento. Claro que algumas escolas proíbem porque não sabem o que fazer com o aparelho.

Em termos de tecnologias na educação, o que se deve evitar?
É preciso ter muito claro o objetivo de cada proposta ou tudo fica muito solto. Se o aluno tem foco, ele não vai usar a internet pra procurar outras coisas além daquilo que está sendo pedido. Se o professor der foco, os conhecimentos se tornam significativos. O que o professor deve evitar, então, é deixar tudo muito aberto e assim se distanciar do universo do aluno. O professor tem que se aproximar para conquistar o aluno.

Fonte: Portal Veja

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Americanos preferem graduação online

Estudantes americanos vêm buscando cada vez mais cursos online em detrimento do tradicional presencial. Junto com a preferência vem o crescimento das atividades das maiores faculdades no ramo da internet. As informações são do New York Times.

O mais comum são os cursos que possuem maioria das aulas online, com algumas de obrigação de presença na sala de aula. Porém, a cada dia surgem mais cursos estritamente via internet. Essa opção, na visão dos alunos americanos, facilita o estudo, pois a realização das atividades em locais escolhidos por eles evita o gasto de tempo, por exemplo.

O último estudo que traz dados sobre a porcentagem de cursos online, realizado em 2008, diz que 4,6 milhões de estudantes realizavam ao menos um curso online, o que significa 1 a cada 4 alunos e 17% de crescimento em relação a 2007. As três univesidades americanas que mais apostam nos cursos online são as Universidades de Phoenix, Capella e Walden. A universidade possui 476.500 alunos fazendo cursos via internet, o que a torna a maior do gênero em toda a América do Norte.

Os estudantes que optam pelos cursos online fazem downloads de todo o material necessário para as aulas, e os debates com professores e outros alunos são via fóruns. Atividades e provas também são passadas virtualmente.

O campus de uma universidade que oferece exclusivamente cursos online, geralmente, fica em escritório ou em um prédio pequeno. Mais um diferencial em relação ao tradicional sistema americano, no qual alunos moram no campus de sua universidade dentro do período de aulas.

Os cursos mais procurados são: Bacharelado em Ciência e Gestão Empresarial e Ciência e Tecnologia, além de Mestrado em Administração.

Fonte: Terra - Educação

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Internet como um desafio

Avançamos no desenvolvimento e no acesso à tecnologia da informação, mas não o suficiente para reduzir o fosso entre os dois "brasis" que se contrapõem nesse limiar do século 21.

Temos o moderno, conectado à era digital, universalizado, pleno de cidadania e competitivo nos negócios, em contraste com o Brasil profundo, arcaico e excluído, onde o acesso às conexões rápidas pela internet está restrito a menos de 6% dos domicílios.

Num país em franco desenvolvimento, a necessidade da banda larga se transformou numa grande demanda reprimida, um desafio ao poder público. Não é só a dimensão continental do país ou a falta de infraestrutura que conspiram contra.

A privatização e exploração restrita a poucos grupos econômicos criaram barreiras praticamente intransponíveis às classes de menor poder aquisitivo. No Brasil, esse serviço é um dos mais caros do mundo.

Para se ter uma ideia da enorme discrepância, basta comparar a situação do Brasil com a dos demais países. Aqui, uma conexão de um mega bite por segundo (MBps) custa, em média, R$ 40, o que limita a internet rápida a menos de 6% das casas.

No extremo do globo, no Japão, que tem a internet mais veloz, de 60 MBps, o serviço chega a 64% dos lares ao preço de R$ 0,50. Na Coreia do Sul, a preço similar, 97% dos domicílios têm acesso a velocidade de 46 MBps.

Os valores variam, mas em nenhum outro continente o patamar é tão alto como aqui. Na Suécia, onde a internet com velocidade média de 18 MBps chega a 69% dos domicílios, o valor de cada MBps é de R$ 1,30.

Nos EUA, com média de 4,8 MBps em 80% das casas, um MBps custa R$ 6. Como se vê, são valores infinitamente inferiores aos cobrados no Brasil.

O desafio é tornar a banda larga acessível a todas as classes. Um estudo do Banco Mundial aponta que nos países em que o acesso pelas conexões rápidas sobe 10%, o PIB cresce a uma taxa 1,3%, aumentando a renda, a qualidade de vida e melhorando o padrão de cidadania da população.

A internet é uma ferramenta indispensável para as classes sociais que estão deixando a pobreza ou subindo de padrão.

Países como a Itália e Finlândia , antecipando-se a uma tendência mundial, passaram a tratar o acesso à internet rápida como um direito fundamental. Como secretário de Ciência e Tecnologia do Rio, implantei um programa de banda larga gratuita, bancado pelo governo.

Atualmente, apenas na região da Baixada Fluminense, cerca de 4 milhões de pessoas têm internet rápida pelo sistema wi-fi e estão alcançando oportunidades que não imaginavam existir.

O Estado deve disponibilizar recursos para subsidiar um programa de inclusão em todo o território brasileiro, destinado às pessoas que não têm renda suficiente para adquirir a internet rápida.

Junto, devem entrar nos domicílios programas educacionais que disseminem o conhecimento, a qualificação profissional a distância, semipresencial, e que gerem oportunidades de negócio e acesso ao mercado de trabalho.

Esse é um dos caminhos para afastar o risco de um apagão de mão-de-obra.


Fonte: Jornal Brasil Econômico

domingo, 15 de agosto de 2010

A utilização do computador pelas crianças

Como lidar com o crescente interesse de seus filhos pela tecnologia?

Regina de Assis, Mestra e Doutora em Educação e Consultora em Educação e Mídia

Rio - Mães do terceiro milênio têm um desafio: como lidar com o crescente e cada vez mais precoce interesse de seus filhos pela tecnologia? Hoje, a colunista dá as dicas para uma convivência saudável.

PERGUNTA E RESPOSTA

Meu filho tem 8 anos e não pode ver um computador. Em casa, nós controlamos o acesso, mas temo estar agindo de forma extrema, ou com muito zelo, ou com liberdade exagerada. Como devo proceder? Maria Aparecida,por e-mail

Seu filho é muito novo, mas já gosta muito do computador. Isto é natural, pois ele pertence à geração dos Nativos Digitais que integram o computador, suas redes sociais, jogos e tantos outros recursos à vida cotidiana. Sua preocupação sobre como agir com ele é legítima, e a orientação adequada é a de estabelecer horários de uso, ficando atenta sobre que tipos de sites seu filho conhece ou procura.

Há muitas crianças da idade de seu filho com problemas visuais e motores porque ficam mais tempo diante do computador do que brincando, correndo, jogando bola, lendo, ouvindo música, conversando com a família e amigos ou dançando. O importante é que experiências virtuais que as crianças têm com o computador não substituam outras reais e concretas, indispensáveis a seu desenvolvimento.

Todo cuidado é pouco também com o acesso a sites pornográficos ou de pedofilia. É preciso estar vigilante, conversando com interesse e compartilhando do uso do computador com seu filho, um Nativo Digital!

Fonte: O Dia - RJ

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A geração Y e as empresas.

A nova geração dos profissionais brasileiros quer tudo de forma mais intensa e rápida. Pesquisa em 25 países revela que os valores profissionais estão se alterando.
Por Fábio Bandeira de Mello.

Multimídia, tecnológica, questionadora, interativa e inovadora. A apelidada geração Y (profissionais com idades entre 18 e 29 anos) agrega todos esses valores e sempre está correndo atrás de novos desafios.

Um dos motivos para o comportamento dessa geração está na convivência com a internet desde a infância e o maior costume pelo debate sempre aberto.

Se antigamente a relação empresa/funcionário era marcada pela "submissão" do funcionário com a chefia, agora, os profissionais da geração Y, com seu jeito mais participativo, querem ajudar a ditar as regras também.

Novos valores
Um recente estudo chamado Empregador Ideal, realizado pela consultoria americana Universum com universitários de 25 países, relatou os desejos dos jovens em relação às empresas, através de diversos quesitos.

No Brasil, onde foram entrevistados mais de 11 mil universitários, foi relatado que 49% dos jovens profissionais têm como objetivo na carreira encontrar um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Já ser empreendedor ou inovador ficou com 37% e ter estabilidade no emprego obteve 34%.

Na pesquisa foi apontado também que 39% dos jovens profissionais consideram que o empregador ideal precisa ter sucesso no mercado.

Além disso, no quesito sobre o que o empregador deve oferece aos seus funcionários, 64% da geração Y consideram treinamento e desenvolvimento profissional um dos principais recursos a serem oferecidos. Veja no quadro: http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/o-que-essa-tal-geracao-y-possui-para-contribuir-dentro-das-empresas/36772/

Nas empresas

Nas empresas, todas essas potencialidades e desejos da geração Y são colocadas, dependo do caso, de forma favorável ou desfavorável. A geração pode ser considerada mais questionadora e aberta a novas possibilidades, o que cria uma facilidade mais apurada para reiventar e interagir. Só que da mesma forma, essas atitudes podem ser consideradas como arrogantes, devido ao profissional não esconder possuir mais compromisso consigo mesmo do que com a empresa.

Por isso, saber aproveitar ao máximo as potencialidades dessa geração é um desafio constante para as organizações.

Um exemplo de empresa que acreditou nessa geração foi a agência de marketing digital Homewebbing. Na empresa, 70% dos funcionários possuem até 29 anos. De acordo com Sergio Coelho, diretor da Homewebbing, "essa geração tem muita iniciativa e isso é fundamental. Estresses acontecem e é função dos mais maduros ajudar neste equilíbrio", explica.

Segundo Sergio relata que mais do que gerenciá-las, as empresas precisam entender a geração Y. "É preciso aproveitar as características naturais dos mesmos e obter o melhor que eles podem oferecer, incorporando uma visão mais ampla, uma avaliação mais holística das situações."

Fonte: www.administradores.com.br

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As ambições da nova geração

Ambições da Geração Y
Lembro das palavras da diretora da minha faculdade no meu primeiro dia de aula: - Eu fico muito contente ao constatar que a primeira pergunta que nossos alunos fazem em uma entrevista de emprego é "O que eu vou fazer?" e não "Quanto vou ganhar?"

Por Jack DelaVega

Conheci Cléber em uma entrevista de emprego. Eu estava contratando para a minha start-up e ele à procura de novos desafios. Tinha 23 anos, era formado em uma boa universidade, falava inglês, estava fazendo Alemão e um curso de pós-graduação. Não tinha, portanto, nenhum deficit de formação. Ele trabalhava há dois anos em uma multi-nacional, que oferecia toda a estrutura e pacote de benefícios que uma grande empresa possui. Não fazia sentido, para mim, a sua motivação para trocar de emprego.

- Pois é, eu fui recém-promovido.
Recém-promovido e procurando emprego, fiquei mais curioso ainda.
- Bom, deixa eu explicar. Acabei de ser promovido, passei do cargo de Analista I para Analista II. No contra-cheque a recompensa financeira foi boa, não posso reclamar, algo ao redor de trinta por cento.
- Trinta por cento?
Troco com você agora, pensei.
- O problema é que a minha promoção foi apenas no papel. Quero dizer, recebi mudança de cargo, aumento, mas no dia-a-dia continuo executando a mesma função, as mesmas tarefas. Pior, meu chefe continua exercendo o mesmo grau de supervisão que exercia quando comecei na empresa.

É claro que não podemos ignorar a parte financeira, mas, fico pensando se no tempo de meu pai os profissionais tinham a preocupação de Cléber. Naquela época, o grande objetivo de carreira era conseguir um emprego no “Banco do Brasil”, bom salário e estabilidade, não importava a função. Acho que foi nos anos noventa que a coisa começou a mudar. Lembro das palavras da diretora da minha faculdade no meu primeiro dia de aula:
- Eu fico muito contente ao constatar que a primeira pergunta que nossos alunos fazem em uma entrevista de emprego é “O que eu vou fazer” e não “Quanto vou ganhar”.

Mas, acredito que a geração Y, aqueles que vieram logo depois de mim e hoje se lançam ao mercado de trabalho, é muito mais enfática com relação a isso. Se foi Arnaldo Antunes que cantou para a minha geração:
“A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade”

Tenho certeza de que esse coro é repetido, cada vez mais forte, pelos profissionais que ganham o mercado nos dias de hoje.
Fica a pergunta:
- Até quando as empresas vão seguir com essa visão míope que separa vida e trabalho, ambições pessoais e profissionais?

Fonte: www.administradores.com.br

domingo, 1 de agosto de 2010

Sobrecarga de informações reduz a capacidade de pensar em profundidade?

Pesquisas indicam que sim.

Mesmo para os avessos à internet, nunca houve tanta informação disponível e não solicitada na rotina de uma pessoa comum. No caso de quem gosta de estar conectado, então, o volume de dados cresce a perder de vista. É o que acontece com o editor de vídeo David Donato, 28 anos, que passa cerca de 12 horas por dia na frente de um computador, intercalando trabalho com navegação na rede, Twitter e programas de mensagem instantânea. Além do celular, que o deixa ligado 24 horas por dia. O estilo de vida de Donato está longe de ser exceção, principalmente entre as novas gerações. Por isso, pesquisadores têm se debruçado para entender esse novo padrão de comportamento, tendo em mente a seguinte questão: diante de tantas fontes e recursos diferentes, é possível dar conta das informações sem perder o foco?

Um estudo da Universidade da Califórnia (EUA) já antecipou a resposta. E ela é não. O trabalho americano constatou que o excesso de informações propiciado pela internet é tamanho que excede a nossa habilidade mental de processar e armazenar novos dados no cérebro. Isso porque nossa capacidade de assimilação está ligada à memória de curto prazo. Quando a carga de informações excede nossa capacidade, não conseguimos retê-la e conectá-la com as memórias profundas, ou de longo prazo. Ou seja, não conseguimos traduzir novas informações em conhecimento.

Mas, com as perdas, há ganhos, garantem os pesquisadores. De acordo com a professora de psicologia Patricia Greenfield, da Universidade da Califórnia, cada meio desenvolve um tipo de inteligência, à custa de outros, que se perdem. Segundo um estudo dela, de 2009, o uso crescente de internet e outras mídias baseadas em telas levou ao desenvolvimento de habilidades visuais sofisticadas, por exemplo. Por outro lado, houve uma perda na capacidade de pensar em profundidade.Em 20 anos teremos dados de longo prazo para analisar, afirma a pesquisadora.

Há também quem ache todas essas teorias apocalípticas demais. É o caso de Rosa Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ainda estamos numa fase de transição e adaptação, afirma. Para ela, os nativos digitais já vivem isso de forma natural, como acontece com Donato, sem que seja um fator de stress.Eu gosto da opção de ter informação, mesmo que ela seja irrelevante, afirma o editor. O segredo é saber onde buscá-la.

Verônica Mambrini

Fonte: Revista ISTO É

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Que tal a leitura deste livro?

A geração y no trabalho
Autor: Nicole Lipkin e April Perrymore

Editora: Campus Elsevier

Categoria: Não-ficção

ISBN: 8535233814

256 Páginas

R$59,90

A nova geração de profissionais que está entrando no mercado de trabalho é conhecida como a geração da internet. Foi pensando neste público que as doutoras em psicologia e especialistas em estudos comportamentais, Nicole Lipkin e April Perrymore escreveram A geração y no trabalho (Campus-Elsevier, 256 pp., R$ 59,90). O livro trata da revolução do mercado de trabalho, provocada pela geração de aproximadamente 73 milhões de jovens, mostrando como lidar com a força de trabalho influenciará a cultura das empresas. O título explora as influências psicológicas, sociais e ambientais que afetaram a geração fruto dessa avalanche de novidades, considerando o impacto, positivo e negativo, no ambiente corporativo. O livro traz ainda dezenas de soluções de coaching, nos níveis básico, intermediário e avançado, e uma seleção de conselhos a serem colocados em prática.
Fonte: PUBLISHNEWS

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vídeo EAD, com Pierre Levy

Que tal assistir a um vídeo de Pierre Levy no Youtube?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Redes sociais e a geração y

Redes sociais estimulam o debate na sala de aula

Antenado. Curioso. Angustiado. Sobram adjetivos para a chamada geração Y. Um deles é primordial: diferente. Também por isso, os nascidos entre 1978 e 1999 representam um desafio para os educadores.

O sistema educacional do Brasil é permeado por deficiências estruturais e se afasta cada vez mais da realidade desse jovem.

"Num mundo que produz informação em escala exponencial, a quantidade de matéria a ser aprendida pelos estudantes é gradualmente mais extensa, criando uma rotina que envolve ler, memorizar e reproduzir, sem estimular a associação e geração de novas ideias", define o educador Tom Coelho.

Ao professor resta integrar-se ao habitat do aluno, cuja criatividade é asfixiada. "Devemos ser protagonistas, e não espectadores passivos, entender as novas gerações e parar de criticá-las", recomenda Paulo Al Assal, fundador e diretor-geral da Voltage, agência de pesquisa de comportamento humano.

Ele não é expert em pedagogia mas é um crítico do sistema educacional. Al Assal pede atenção à identificação que esse jovem encontra nas redes sociais e elege o celular como "a" plataforma para interagir com eles.

Faz sentido levando em conta também a inclusão social promovida pelo telefone móvel às classes C e D. "Tem muito aluno vendo coisa no celular durante a aula. Os professores precisam usar isso".

A convivência de docentes com esse universo pode render frutos. O professor da Escola de Economia da FGV-SP, Marcos Fernandes, é prova disso.

"Mantenho a comunicação permanente dos alunos, aproveitando o excesso de memória paralela dessa geração", graças ao sistema Ning (plataforma on- line que permite a criação de redes sociais individualizadas), utilizado durante as aulas.

Tem aluno olhando para o teto mas que está prestando atenção, percebeu Fernandes. A fórmula está em aproveitar a plataforma para estimular debates, um dos ingredientes de atração da geração Y.

Na visão de Coelho, "o debate é um dos melhores caminhos para desenvolver o espírito crítico e alterar a metodologia convencional. Não apenas ideias e opiniões são compartilhadas, mas sobretudo integração e interatividade".

"Essa geração não respeita hierarquia. Foi a primeira que lidou com pais e mães trabalhando da mesma forma na sociedade. O filho ficou sozinho em casa e precisou se virar", diz Al Assal.

Portanto, "fazer um monólogo não vai conquistar a atenção desse jovem". O estudo da Voltage aponta que a geração Y gosta de questionar, participar e colaborar. O diretor da agência sente falta de laboratórios de ideias nas faculdades.

O professor da FGV reconhece que a sala tornou-se um ambiente mais participativo com o auxílio das redes sociais, sobretudo usando perguntas que exigem criatividade.

"Tinha aluno que eu não sabia o que passava na mente dele" afirma. Para Fernandes, agrupados em tribos, e diante da informação "commoditizada" na internet, os jovens querem se manifestar. "Houve estudante que se surpreendeu consigo mesmo".

Atenta à tendência da geração Y, a editora Campus-Elsevier prepara o lançamento de um sistema de biblioteca on-line em 2011. Sim, eles gostam de livros em papel. "A questão é o imediatismo, o conteúdo naquele minuto", diz Al Assal.

Conrado Mazzoni.
Fonte: Jornal Brasil Econômico