segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Internet do futuro
  Consórcio de universidades brasileiras e europeias começa a testar, no próximo ano, a chamada rede definida por software (SDN). Entre outras vantagens, o sistema transfere o comando da web %u2014 hoje nos roteadores %u2014 para a nuvem, garantindo acesso mais rápido e barato

No primeiro semestre de 2013, mais de 10 universidades e instituições de pesquisa no Brasil e cerca de seis centros da Europa se conectarão a uma rede experimental que abrirá as portas para a internet do futuro. O projeto Fibre (Future Internet Testbeds Experimentation between Brazil and Europe) é um consórcio de cooperação bilateral em que pesquisadores europeus e brasileiros poderão dividir experiências para implementar e validar o revolucionário conceito de rede definida por software (SDN, pela sigla em inglês).

Pelo Fibre, pesquisadores de instituições como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpQD) terão a oportunidade de desenvolver softwares de rede próprios, que podem ser, inclusive, livres (com códigos abertos), em um ambiente de teste repartido. Ou seja, o que uma instituição fizer, não necessariamente vai influenciar na rede em conjunto, já que haverá como reparti-la. Além disso, será possivel também criar uma rede na nuvem, por meio de máquinas virtuais em que o software rode em apenas um computador, mas que os fluxos de dados sejam transmitidos a vários outros. Os testes começam no começo do ano que vem e prometem mudar os paradigmas da internet.

Para tanto, uma das principais tecnologias envolvidas é o OpenFlow, criado em 2008 pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Entender os avanços trazidos por essa interface exige antes uma melhor compreensão de como a web é operada atualmente. Para montar uma rede de internet hoje, é preciso utilizar equipamentos como roteadores e switches. Os primeiros são aparelhos que transmitem a rede de internet e possibilitam a comunicação entre computadores distantes entre si. O switch, por sua vez, foi criado para que um único sinal de internet possa ser dividido por mais computadores de uma LAN (local area network). Para que a internet de um escritório seja dividida entre os vários computadores do local, por exemplo, basta colocar o cabo do modem no switch e, a partir do aparelho, levar vários cabos aos computadores da empresa.

“Os switches e roteadores são caixas-pretas. As pessoas não têm a mínima ideia do que têm dentro. Elas simplesmente os usam. Esses equipamentos, no entanto, são divididos em duas partes. Uma é a parte da inteligência, que toma as decisões sobre o que fazer com os dados que chegam ao aparelho (o software). A outra segue essas decisões e faz com que o tráfego de dados que chega por um lado saia pelo outro (hardware)”, explica Marcos Rogério Salvador, gerente de Evolução de Tecnologia de Redes Convergentes do CPqD, instituição responsável por implantar a tecnologia OpenFlow no Fibre.

Um dos grandes problemas desse sistema é que somente o próprio fabricante tem condições de alterar a inteligência que está no aparelho e, dessa forma, a tecnologia fica concentrada na mão de poucas empresas. O resultado: menos competição, preços mais altos e poucas aplicações de rede. “Quando você compra um equipamento desses, você tem que se adequar ao que ele te oferece”, critica Salvador. O ponto principal do OpenFlow é justamente reverter essa limitação e permitir que o software que define a rede seja retirado dos roteadores e switches para começar a ser gerenciado fora desses equipamentos, nos próprios computadores.

Soluções
“Atualmente, quando você compra um roteador, ele já vem com o software embutido. Você não pode mexer nele, ele foi dado pela empresa que vendeu o equipamento. O OpenFlow permite que as pessoas façam um programa de rede separado da caixa”, explica Cesar Marcondes, professor do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Coordenador regional do projeto Fibre, Marcondes esclarece que uma das grandes vantagens é possibilitar que o próprio usuário possa programar sua rede de acordo com demandas específicas.

Ou seja, na era da rede por software, o usuário continua comprando equipamentos como o roteador, mas eles não vêm com a inteligência embutida. Estima-se que, com isso, o preço desses equipamentos caia cerca de 80%. “O Google, em março deste ano, disse que está rodando OpenFlow na rede de data centers dela. Ela tem data centers espalhados pelo mundo todo. Isso significa que ela pode programar a rede dela para que certas conexões sejam encaminhadas para local em vez de outro e programar melhor seus recursos”, exemplifica.

A rede Fibre, nesse sentido, tem suporte a OpenFlow, mas também a outros mecanismos que permitirão aos pesquisadores experimentarem soluções novas para a internet do futuro. Marcondes acrescenta que por isso, em cada país, existem projetos de pesquisa que desenvolvem uma rede de experimentação, permitindo ao pesquisador testar novas soluções sem prejudicar a conexão dos usuários. “A internet é um bem tão valioso que ninguém quer deixar de fazer testes com ela. Os usuários dependem muito dela, estão sempre conectados, por isso a rede não pode ficar caindo e falhando”, explica.
Fonte: Correio Braziliense - Brasília/DF
Harvard on line e de graça 
  O professor Walter Sinnott-Armstrong, da Universidade Duke (EUA), fez uma aposta: se um terço dos alunos que começaram a assistir a suas aulas na semana passada chegar ao fim do curso, ele vai raspar e doar o cabelo a uma instituição que faz perucas para pessoas com câncer.

Baixa autoestima? Não. Apenas realismo: o curso do professor tem 166.872 estudantes. As aulas são dadas no site Coursera (coursera.org), que reúne 207 disciplinas de 33 universidades dos EUA, da Europa, da Ásia e do Oriente Médio -tudo de graça.

Onde quer que esteja, o aluno precisa só de um computador e de conexão banda larga. Depois de se cadastrar, assiste às aulas em vídeo, lê textos e resolve provas. No fim, recebe um certificado.

O Coursera é a maior, mas não a única iniciativa do tipo. Das dez melhores universidades do mundo segundo o ranking Times Higher Education, todas têm conteúdo gratuito on-line. Delas, seis têm disciplinas inteiras.

O site edX.org reúne a Universidade Harvard, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), a Universidade da Califórnia em Berkeley e a Universidade do Texas com esse mesmo propósito.

A ideia de boa educação superior ao alcance de todos ganhou corpo em 2012 com o conceito de Mooc, sigla que em inglês significa "cursos abertos on-line em massa".

Também entra nesse grupo o iTunes U, iniciativa da Apple que permite baixar, no iTunes, palestras e seminários universitários, de graça.

Independência

"A principal diferença entre os meus alunos da universidade e os on-line é a independência", diz Sinnott-Armstrong à Folha, por telefone. "Como minha disciplina na web possui um fórum, sinto que posso sentar e apenas vê-los se ajudarem."

Estudioso da epistemologia, ramo da filosofia que investiga a origem e a natureza do conhecimento, ele oferece a disciplina Pense Novamente: Como Raciocinar e Argumentar, a maior em número de alunos no Coursera, lançado em abril.

As universidades americanas não foram as únicas a abrir seus cursos na internet. Escolher aulas oferecidas por instituições de outras partes do mundo é, também, uma forma de ter contato com as respectivas culturas.

A Escola Federal Politécnica de Lausanne (França), presente no Coursera, oferece uma disciplina completa no idioma daquele país.

Outro exemplo é a disciplina Uma Nova História para uma Nova China, oferecida em inglês pela Universidade de Hong Kong.

No iTunes U, cinco instituições lusas, incluindo a renomada Universidade de Coimbra, têm vídeos de palestras e seminários em português.

Exatas X Humanas

Nas maiores plataformas de Mooc que existem atualmente, há prevalência de cursos das carreiras de exatas. Vários fatores podem explicar esse fenômeno.

"Estudantes de exatas têm naturalmente mais contato com línguas estrangeiras", diz Pollyana Mustaro, doutora em educação pela USP. Com aulas em inglês, estar acostumado ao idioma é essencial, argumenta.

Já Sinnott-Armstrong especula três motivos para haver mais cursos de exatas.

Primeiro, alunos de áreas como ciência da computação estão mais acostumados ao uso de tecnologia. Segundo, é mais fácil aplicar provas on-line com respostas mensuráveis que pedir textos ao aluno, situação comum em humanas.

Terceiro, vários cursos de humanas se baseiam em debates em sala de aula.

Brasileiros são muito presentes nos cursos

De São Paulo

Os alunos do professor Claiton Martins-Ferreira, 44, na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) aprendem redação acadêmica com uma professora da Universidade Stanford. Após assistir às aulas da disciplina Escrevendo em Ciências no Coursera, ele passou a indicá-la a seus estudantes.

"Escrever mal é um problema recorrente, principalmente entre alunos de graduação, por isso indico o curso", diz Martins-Ferreira. Pós-doutorando em biologia, ele fez várias disciplinas relacionadas à área. "É uma oportunidade para se atualizar."

Segundo os dados mais recentes, divulgados em agosto, o Brasil responde por 5,9% do total de alunos no Coursera, atrás dos EUA (38,5%) e seguido pela Índia (5,2%) e pela China (4,1%). Apesar de o Coursera ser a única plataforma a divulgar suas estatísticas, não é difícil encontrar brasileiros em outros sites.

Para Pollyana Mustaro, doutora em educação pela USP, a grande presença reflete a relação que os brasileiros têm com redes sociais. "O país está sempre entre os que mais usam redes sociais."

Após passar uma temporada no Brasil, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e na PUC-Rio, o professor Walter Sinnott-Armstrong, da Universidade Duke, acredita que a procura de brasileiros não se deve a uma eventual deficiência das universidades daqui. "Ter aulas em inglês faz diferença", diz. Assim, os alunos treinam o idioma enquanto aprendem.

Sem diploma

O empresário Felipe Benites Cabral, 30, assistiu às aulas de Introdução à Psicologia no site da Universidade Yale (oyc.yale.edu).

Sem ter completado um curso superior -largou ciências sociais e administração-, Cabral não se preocupa em conseguir os diplomas. "Não é meu foco", afirma. "Prefiro ficar com o conteúdo que com o certificado."

A situação é comum entre os estudantes daqui. Recém-formado em economia pelo Insper, Gustavo Amarante, 23, também não quis os certificados dos cursos a que assistiu em Yale.

Enquanto se preparava para os exames de mestrado no Brasil -em janeiro, vai para a PUC-Rio-, aproveitou para estudar teoria dos jogos e economia financeira. Assistiu aos cursos completos. "Para entender alguns termos técnicos, é preciso ver as aulas anteriores", explica.

Além da qualidade, outro motivo que leva alunos brasileiros a fazer cursos grátis on-line é a exclusividade.

Estudante do primeiro ano de marketing no Senac, a paulistana Carolina Kadix, 33, trabalha com webdesign há 12 anos. Nesse tempo, entretanto, não encontrou um curso como o que fez por Stanford, de interação entre computadores e humanos.

"Precisava aprimorar meus conhecimentos, mas não podia ir para outra cidade", diz ela. "No Brasil, só há algo equivalente em Curitiba." (Alexandre Aragão)

USP e Unesp são pioneiras em portais similares no país

De São Paulo

Duas iniciativas de universidades paulistas foram as primeiras a oferecer cursos nos mesmos moldes que as de universidades estrangeiras. A única diferença diz respeito à emissão de diplomas.

O primeiro desses projetos foi o Unesp Aberta (barnard.ead.unesp.br), lançado em junho. Nele, é possível assistir a cerca de 300 vídeos on-line, além de acessar materiais escritos e imagens de diversas disciplinas completas oferecidas pela universidade.

O site, elaborado pelo NEaD (Núcleo de Educação a Distância) da instituição, divide os conteúdos por área do conhecimento -humanas, exatas e biológicas.

O outro projeto que se destaca, lançado no final de agosto, é o portal de vídeos da USP (eaulas.usp.br), que também possui algumas disciplinas completas. Assim como a iniciativa da Unesp, oferece busca por palavras-chave e divisão de acordo com áreas do conhecimento. Também é possível procurar pelo nome do professor.

A ideia é que, no ano que vem, o sistema seja integrado à base de dados de buscas das bibliotecas da universidade, fazendo com que os conteúdos mostrados sejam tanto físicos -livros, periódicos etc.- como digitais.

Atualmente, no portal da USP, a área de humanas, principalmente pedagogia, é a que tem mais vídeos disponíveis: são 445. Em seguida, vêm exatas, com 385, e biológicas, com 174.

A aula mais popular é a de Introdução às Derivadas e Integrais, do professor Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos.

A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) também possui um site de educação a distância aberto a todos (tvled.egc.ufsc.br). No entanto, a iniciativa não oferece disciplinas inteiras e nem tem busca por assunto. (AA)

Top 10, de graça
Cursos on-line das melhores universidades do ranking Times Higher Education (2012-13)

Caltech
Oferece três disciplinas, entre elas Princípios de Economia para Cientistas
coursera.org

Universidade Stanford
Presente em quatro plataformas, reúne seus 22 cursos em um site próprio
online.stanford.edu/courses

Universidade de Oxford
Tem cerca de 2.000 arquivos, entre áudio e vídeo, disponíveis no app da Apple
iTunes U

Universidade Harvard
Um curso de ciência da computação e outro sobre pesquisa na área médica
edX.org

Instituto de Tecnologia de Massachusetts
Primeira instituição do edX, tem três cursos, todos de carreiras de exatas
edX.org

Universidade Princeton
Ao todo, oferece nove disciplinas completas, como Introdução à Sociologia
coursera.org

Universidade de Cambridge
Possui 50 palestras e seminários on-line, destaque para os da área de direito
iTunes U

Imperial College
Vídeos de sete carreiras, incluindo engenharia, matemática e administração
iTunes U

Universidade da Califórnia em Berkeley
Possui quatro cursos on-line: três sobre tópicos de computação e um sobre robótica
edX.org

Universidade de Chicago
Boa variedade nas áreas de humanas, principalmente filosofia e ciência política
iTunes U

*Todas as universidades da lista têm conteúdo no iTunes U, plataforma da Apple com vídeos de seminários e palestras
Fonte: Top Vitrine - Campo Grande/MS

domingo, 18 de novembro de 2012

Redes acadêmicas brasileiras se preparam para a internet do futuro

  – No primeiro semestre de 2013, algumas universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo começarão a se conectar a uma rede experimental na qual serão testadas aplicações de novas tecnologias que poderão definir a internet do futuro.

Em âmbito nacional, outras dez instituições brasileiras, incluindo três do Estado de São Paulo – Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpQD) –, também serão integradas a outra rede experimental que começará a ser criada no início de 2013 com o mesmo objetivo da rede paulista.

As duas redes experimentais acadêmicas brasileiras se somarão a algumas outras estabelecidas nos últimos anos em outros países com o objetivo de preparar universidades e instituições de pesquisa a uma mudança de paradigma na tecnologia de internet, prevista para ocorrer já nos próximos anos.

Baseada atualmente na troca (chaveamento) de pacotes de dados, a tecnologia da internet deverá migrar para o chaveamento de fluxos – conjuntos de pacotes de dados que têm alguma característica em comum.

Em função dessa mudança, as redes deixarão de ser definidas pelos equipamentos de rede (como os switches e roteadores) e pelos softwares contidos neles, como ocorre hoje, e passarão a ser gerenciadas por aplicativos externos que determinarão o comportamento dos fluxos de dados.

Em 2008, um grupo de pesquisadores de redes das universidades Stanford e da Califórnia em Berkeley, ambas nos Estados Unidos, publicou um artigo descrevendo a implementação de um novo protocolo para gerenciamento de tráfego. Chamada “OpenFlow”, a tecnologia abriu as portas para que as “redes definidas por software” se tornem realidade.

O protocolo permite transferir o controle do tráfego de dados em uma rede, antes realizado por switches e roteadores, para servidores externos. Com isso, se abriu a possibilidade de se desenvolver softwares de controle de tráfego de redes, com código aberto e executados por esses servidores, conforme começaram a fazer algumas startups criadas por pesquisadores da própria Universidade de Stanford e por outras instituições de pesquisa em todo o mundo.

Além disso, muitas empresas de tecnologia de computação começaram a fabricar e a disponibilizar switches e roteadores com OpenFlow para serem testados inicialmente em redes experimentais, dado que seria impossível interromper a word wide web para avaliar a nova tecnologia.

“A internet é uma commodity fundamental na vida das pessoas, e não se pode parar o funcionamento dela para experimentar coisas novas. Por isso, estão sendo desenvolvidos projetos de redes experimentais para suportar a internet do futuro”, disse Cesar Marcondes, professor do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), à Agência FAPESP.

De acordo com Marcondes, algumas empresas de tecnologia, como o Google, já desenvolveram códigos e estão operando suas redes de data centers com OpenFlow.
Atentas a esse movimento, universidades e instituições de pesquisa nos Estados Unidos e na Europa, que foram o “berço” da internet, também já montaram redes nacionais para possibilitar que seus pesquisadores possam fazer experimentos com a tecnologia OpenFlow.

Seguindo o mesmo caminho, a Rede Acadêmica do Estado de São Paulo (ANSP), financiada pela FAPESP, também pretende começar a realizar no primeiro semestre de 2013 um teste inicial de implementação de OpenFlow em uma rede experimental.

O teste na rede experimental paulista terá a participação de algumas das mais de 50 universidades e instituições de pesquisa filiadas à ANSP. Entre elas estão a USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a UFSCar e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Já em escala nacional, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – que interconecta as universidades e instituições de pesquisa brasileiras e provê o acesso internacional à internet – também coordena a criação de uma rede experimental em parceria com a União Europeia para realização de experimentos de novas aplicações baseadas em OpenFlow. Denominado Fibre, o projeto é realizado com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do 7th Framework Programme (FP7) da União Europeia.

“As universidades e instituições de pesquisa brasileiras têm que se preparar agora, porque não se sabe quando ocorrerá essa transição de paradigma na tecnologia da internet e quanto antes elas estiverem preparadas será melhor”, disse Luis Fernandez Lopez, coordenador geral da ANSP.

“Seria terrível se os sistemas de tecnologia da informação criados nas universidades e instituições de pesquisa do país para dar suporte aos seus processos educacionais e de pesquisa parassem em um determinado momento porque não acompanharam a evolução das pesquisas em TI”, avaliou Lopez.

Inovações nas redes acadêmicas

Segundo especialistas na área, as redes experimentais brasileiras possibilitarão aos pesquisadores em rede do país desenvolver e testar diversas soluções locais baseadas em OpenFlow que, eventualmente, poderão ser implementadas nas redes acadêmicas para suportar tanto o atual tráfego legado de dados entre elas como também novas funcionalidades.

Como se terá acesso à interface de programação dos switches com protocolo OpenFlow que compõem as redes experimentais, é possível desenvolver e implantar diversas soluções no servidor que os controla. Entre elas estão inovações voltadas para racionalizar a utilização das redes, tornando-as mais seguras e menos sujeitas a falhas.

Hoje, normalmente as redes utilizam os mesmos roteadores – que são equipamentos sofisticados e caros, que funcionam como servidores – tanto nos pontos por onde passa muito tráfego como naqueles onde o tráfego é muito pequeno.

Por outro lado, o OpenFlow permite usar nos pontos de pouco tráfego switches mais simples, que consomem menos energia e com as mesmas funcionalidades dos outros dispositivos por serem controlados por um mesmo servidor externo.

Além disso, soluções de computação em nuvem – caracterizadas pelo compartilhamento, por meio da rede, de computadores e servidores instalados em um data center –, cujo gerenciamento é muito difícil e complicado com a tecnologia utilizada hoje, poderiam ser gerenciadas por múltiplos usuários, de maneira bem mais simples, usando OpenFlow.

“O OpenFlow abre a possibilidade de se programar uma rede, em vez de apenas configurá-la, que é o que só se consegue fazer hoje. Em função disso, deverá surgir uma série de empresas que desenvolvem software para redes, a exemplo do que já está ocorrendo nos Estados Unidos”, estimou Marcondes, que participa do projeto Fibre.

Mais oportunidades para os pesquisadores brasileiros
Na avaliação de Marcondes e outros especialistas, a comunidade científica brasileira tem muito mais condições de participar ativamente e desempenhar um papel mais relevante nessa mudança de paradigma da tecnologia da internet para redes baseadas em software do que quando entrou em cena a web, a versão “moderna” da internet.

Quando a internet começou a se popularizar no Brasil, na década de 1990, sua tecnologia era baseada no desenvolvimento de equipamentos que permitem fazer chaveamento de pacotes de dados, como os switches e roteadores – que exigem grandes investimentos e o envolvimento de muitas pessoas. O desenvolvimento de software demanda menos recursos e menor número de profissionais.

“É muito mais fácil interferir em uma indústria de software que depende, basicamente, de boas ideias trazidas por bons pesquisadores do que na indústria de hardware”, comparou Lopez.

“Temos uma oportunidade de ouro com as redes definidas por software. Ao contrário de 1990, quando não havia pesquisa em hardware nas universidades brasileiras e indústrias preparadas para desenvolver esses equipamentos, hoje temos boa pesquisa na área de software e boa ciência e engenharia de computação”, avaliou.

Para estimular os pesquisadores da área a aproveitar as oportunidades e se preparar para as mudanças que deverão ser apresentadas pela Internet do futuro, a ANSP começou a realizar nos últimos dois anos uma série de ações.

No início de 2012, a ANSP começou a realizar encontros semestrais com os profissionais da área de TI de suas universidades e instituições de pesquisa filiadas.

No último encontro, realizado no fim de outubro e início de novembro no Instituto de Física Teórica da Unesp, em São Paulo, a ANSP realizou um curso de introdução ao OpenFlow, ministrado por Marcondes, e um workshop sobre políticas de roteamento.

“Se existe a perspectiva de que a internet deve caminhar na direção de redes definidas por software – e estamos convencidos de que irá –, é necessário que as universidades e instituições de pesquisa estejam prontas para fazer essa transição a partir de agora”, disse Lopez.
Fonte: Portal Agência Fapesp
5 melhores sites para aprender idiomas online
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Russo, Polonês, Inglês e muitos outros idiomas estão disponíveis no Wikilivros. Basta buscar a língua que você deseja aprender na barra de busca e aproveitar.

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O Bussu oferece aplicativos para celular, comunidades, guias gramaticais, exercícios e muito mais em vários idiomas diferentes.
Fonte: Portal Universia

sábado, 10 de novembro de 2012


5 dicas para quem pensa em fazer um curso a distância

  Agora não é mais necessário sair de casa para ter um diploma. Diversas universidades oferecem cursos online – tanto de graduação como pós-graduação – e abrem, assim, oportunidade para alunos que, por diversos motivos, não podem comparecer fisicamente à sala de aula.

Para alguns, essa possibilidade pode parecer ideal – não há preocupações quanto a chegar atrasado às aulas, temor em ser chamado para falar em público ou o incômodo de sentar em uma cadeira pouco confortável por horas a fio.
Porém, tais pensamentos não passam de mera fantasia! Antes de entrar de cabeça em um curso online, é importante conhecer como funciona esse universo para, então, tomar a decisão de seguir ou não em frente.

Foi pensando em ajudar aqueles que estão na dúvida que o site americano Edudemic ouviu pessoas que completaram seus cursos a distância com êxito. Os estudantes deram 5 dicas que consideram fundamentais para aqueles que desejam obter bom desempenho em cursos online. Confira abaixo e veja se você tem perfil para ser um “aluno online”.

1. A tecnologia não pode ser um problema
Pode parecer óbvio, mas para participar de um curso a distância é fundamental que se tenha acesso à tecnologia exigida. Acesso a computadores com boa conexão à internet pode ser uma demanda diária. Muitos cursos exigem de seus alunos uma produção volumosa, assim, computadores lentos podem atrapalhar o rendimento, causando, até mesmo, atrasos significativos em relação aos prazos estabelecidos pelos professores. Se a tecnologia for um “peso” e causar problemas constantes ela se tornará o foco e prejudicará o desenvolvimento do curso.

2. Saiba que tipo de estudante você é
É importante conhecer-se como estudante, pois dessa forma, torna-se possível incentivar o seu gosto pelo estudo. Conhecer os elementos e recursos que acionam sua curiosidade e vontade de estudar é fator-chave para um bom desempenho, não apenas nos cursos presenciais, mas também – e principalmente – nos cursos a distância. Você pode buscar complementos para o conteúdo que lhe foi passado na plataforma online e assim, ampliar o tema debatido em aula. Dividir suas descobertas e métodos com seus colegas também pode ser interessante. Pense em organizar fóruns de discussão com aqueles que compartilham interesses semelhantes aos seus.

3. Seja disciplinado
Um curso online exige ainda mais disciplina do que cursos presenciais. Você estará sozinho, sem professores ou colegas em volta que, ocasionalmente, possam chamar sua atenção para uma questão importante ou caso você esteja distraído. Você é o único responsável por determinar quais serão as “políticas” de aula e estudo. A primeira dica é estabelecer uma hora específica para a aula. A segunda dica é: não se distraia durante a aula. Não levante pra resolver problemas, atender ao telefone ou a campainha. Deixe claro para todos que, de tal a tal hora, você está ocupado.

4. Você deve ser capaz de trabalhar bem sozinho
Se você tem dificuldades para trabalhar sozinho, talvez um curso a distância não seja a melhor opção. Não haverá pessoas em volta para te motivar, a motivação partirá inteiramente de você e sua pró-atividade. Alguns cursos online, porém, propõem atividades em grupo (grupos online), mas não é sempre que ocorre.

5. Saiba administrar “pausas”, elas também são necessárias.
Saiba administrar o tempo. Estudar em casa pode ser perigoso pois a falta de horários pré estabelecidos pode levar ou a uma produtividade escassa ou a um tempo de trabalho sem limites, que se estende muito além do recomendado. Como já foi dito, estabeleça um horário para a aula e cumpra esse horário, sem esquecer das demais atividades, que são fundamentais e podem te ajudar a aproveitar ainda melhor o curso. Pausas são necessárias!
Fonte: Portal Educomunicação

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Aceitação à EaD no mercado de trabalho é cada vez maior

“A educação a distância deixou de ser tendência e hoje é uma lógica em todos os níveis de ensino”, afirma Tiago Sereza, gerente de integração da Catho Educação, ligada ao site de classificados de currículos e vagas de emprego de mesmo nome, que está entre os de maior audiência da América Latina nesse segmento. Segundo Sereza, o mercado de trabalho brasileiro não faz diferenciação entre candidatos formados por cursos presenciais ou a distância: “O que realmente importa é o conhecimento obtido e a aplicação no dia a dia e não a forma utilizada para obter esse conhecimento”, defende. Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), assume praticamente o mesmo discurso, mas com ressalvas: “Aos poucos, o clima está melhorando. Não está perfeito, mas muita gente reconhece os valores da educação a distância”, avalia.

Determinação, independência, organização e motivação são alguns dos atributos citados tanto por Litto quanto por Ricardo Holz, presidente da Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distância (Abe-Ead), quando se referem aos requisitos para o aluno de EaD ter sucesso em sua formação. Segundo ambos, são características imprescindíveis ao aluno e muito valorizadas no candidato a uma vaga de emprego. Sereza, da Catho, confirma: “Muitas empresas conseguem visualizar no aluno que participa desse modelo de curso (a distância) grandes diferenciais”.

Holz, da Abe-Ead, tem vasta experiência no assunto. Ele terminou o ensino médio por meio do Telecurso 2000, uma parceria da Fundação Roberto Marinho com prefeituras, governos estaduais e entidades privadas, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para complementar, via TV, a educação de quem precisou abandonar os estudos. Depois, Holz fez graduação em gestão pública e MBA na mesma área, ambos os cursos por EaD e na mesma instituição, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nesse meio tempo, ajudou a fundar a Abe-Ead e abriu uma empresa de consultoria no uso da tecnologia na educação.

“Tenho muito nítido na minha cabeça que eu devo isso à educação, e especialmente à educação a distância”, afirma Holz, que tem viajado por diversos países a fim de conhecer os modelos internacionais de EaD. O modelo brasileiro está bastante avançado, ele garante, mas a principal resistência vem de dentro da academia: “Aqui no Brasil, o MEC (Ministério da Educação) proíbe cursos totalmente online; as avaliações têm que ser presenciais. E eu não estou dizendo que o Brasil está preparado para ter avaliações virtuais, por exemplo, mas essa diferença você percebe nitidamente – lá fora (no exterior), as universidades têm uma liberdade maior sobre como trabalhar o conteúdo. Aqui no Brasil, existe ainda um pouco de receio”.

Segundo o censo do MEC sobre ensino superior realizado em 2010, cerca de 1 milhão de pessoas estudam à distância no Brasil. Enquanto os cursos de graduação presenciais têm um predomínio de matrículas em bacharelados, a maior parte dos alunos de EaD está matriculada em cursos de licenciatura. O percentual de alunos em cursos tecnológicos de EaD também é muito superior à fatia que esse tipo de formação representa no total de cursos presenciais de graduação.

http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/ead/rep_monique/rep_monique_grafico1.jpg

O Censo EaD.BR – Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil, realizado anualmente pela Abed, traz dados mais específicos: das matrículas feitas em 2010 em cursos de EaD, 79,5% foram em cursos de graduação, 11,9% em pós-graduação e o restante em educação de jovens e adultos (EJA), em cursos técnicos e outras modalidades de ensino básico. Segundo esse relatório, as instituições privadas predominam no ensino a distância, com 71,9% do total de matrículas. A região Sudeste também concentra a maioria dos alunos matriculados em EaD, com 71% do total.

O estado de São Paulo é o que mais tem cursos em EaD credenciados pelo MEC: são 122 no total, em 268 municípios. Em seguida, vêm os estados de Minas Gerais, com 112 cursos em 189 municípios, e da Bahia, com 105 cursos em 227 municípios. De acordo com a lista de cursos credenciados disponível no site do MEC, as graduações a distância oferecidas pelo maior número de instituições, nesses três estados, são pedagogia e administração, seguidas de perto por gestão de recursos humanos, gestão financeira e ciências contábeis. Holz observa, no entanto, que alguns concursos públicos para o primeiro ciclo do ensino fundamental, como os que são abertos pela prefeitura de São Paulo, por exemplo, não aceitam candidatos com o diploma de pedagogia obtido em curso de EaD. O número de queixas recebidas pela Abe-Ead relacionadas a esse tipo de problema é grande e os concursos públicos que não aceitam diploma de cursos a distância estão sendo questionados na justiça.

http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/ead/rep_monique/rep_monique_grafico2.jpg

Para o presidente da Abed, qualquer curso pode ser oferecido, senão totalmente, pelo menos parcialmente a distância. Holz endossa: “É óbvio que é importante entender que algumas áreas, em especial a área da saúde, têm obrigatoriedade e necessidade de atividades presenciais que são insubstituíveis. Tomados esses parâmetros, da necessidade presencial de cada profissão, todos os cursos podem ser a distância”. As áreas do mercado com melhor aceitação de profissionais formados em EaD, de acordo com Tiago Sereza, da Catho, são as de tecnologias da informação, administração, marketing e vendas e recursos humanos.

Para Holz, a educação a distância é muito importante para o desenvolvimento do Brasil. “No interior do Brasil é que a gente tem visto o que a educação a distância está fazendo pelo país. Muitos dos alunos de EaD são pessoas que não estariam no ensino superior se não fosse a educação a distância”, afirma. “A expressão ‘à distância’ dá uma conotação ruim, dá a impressão de que você não está presente, e é o oposto. A tecnologia está aproximando as pessoas da educação; estudar à distância não significa não estudar; os cursos não são mais fáceis, eles são mais difíceis”, completa. O resultado é que desde 2007, os graduados por EaD têm conseguido, em média, nota superior aos que cursam ensino presencial no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), segundo o Censo EaD.BR 2011. Holz finaliza: “Hoje em dia, a tecnologia é uma realidade, ela está presente nas nossas vidas e não vai embora. Portanto, ela deve, sim, ser inserida na educação”.

Monique Lopes
Fonte: Portal Com Ciência

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Na era virtual, o estudo em redes sociais 
  Sites de relacionamentos para universitários estimulam o compartilhamento de materiais acadêmicos.

RIO - Se depender de iniciativas como a dos estudantes Rodrigo Salvador e André Simões, da PUC-Rio, gastar várias horas do dia nas redes sociais poderá ser sinônimo de muito aprendizado para os universitários. Os dois lançaram recentemente o Passei Direto, um site de relacionamento gratuito, com fins educativos, voltado para jovens do ensino superior. Em ação semelhante, o site Ebah, criado por formandos da USP em 2006, já reúne mais de dois milhões de alunos trocando materiais de estudo.

Essas redes sociais acadêmicas têm como diferencial ferramentas que permitem o compartilhamento de arquivos, como textos da bibliografia pedida pelos professores, listas de exercícios ou avaliações. Depois de selecionar no site a graduação e as disciplinas cursadas, os alunos encontram outros colegas na mesma situação e, além de ganhar acesso ao material compartilhado, podem trocar mensagens tirando dúvidas e debatendo assuntos de determinada matéria. Apesar de às vezes até contarem com a participação de professores, as plataformas são totalmente gerenciadas pelos alunos e independentes das instituições de ensino.

Por enquanto, o Passei Direto é restrito a alunos da PUC-Rio, da PUC-Minas, da Unigranrio, da FGV-SP, da UFRJ e da Uerj, mas, nos próximos meses, será aberto a outras universidades. Em cerca de dois meses, a rede, que pode funcionar integrada ao Facebook, já atingiu cem mil cadastros.

— Nossa ideia era criar um espaço na internet para centralizar o conhecimento. Muitos estudantes já vinham criando grupos de estudo no Facebook. Mas essa rede não tem as ferramentas necessárias para uma interação acadêmica — explica Rodrigo Salvador, sócio-fundador do Passei Direto.

Estudante do 4º período de Relações Internacionais na PUC, Pedro Bertachini é um dos mais ativos na rede social e foi o primeiro a receber o status de “Rei da PUC” — título concedido aos alunos que mais colaboram com arquivos. Como prêmio, ganhou um livro didático no início do período. Segundo os fundadores, esse tipo de recompensa vai se estender também a outras universidades, como forma de estimular o compartilhamento de conteúdo.

— Comprei totalmente a ideia. Eu já espalhava arquivos para a minha turma pelo Drop Box, que era a plataforma que usávamos institucionalmente; então, foi fácil passar o material para a rede. Compartilhei cerca de 180 arquivos. Mas o grande diferencial do Passei Direto é que podemos ter acesso a conteúdo de outras graduações. Relações Internacionais, por exemplo, tem disciplinas de Direito, Sociologia, História. É muito útil — afirma Bertachini.

As redes sociais para universitários remontam às origens do Facebook. Criado por Mark Zuckerberg em 2004, o site era destinado inicialmente apenas a alunos de Harvard. A ideia do programador, no princípio, era criar um site que conectasse toda a universidade.

Em 2006, em São Paulo, Renato Freitas e Ariel Lambrecht, então estudantes da Escola Politécnica da USP, lançaram o site Ebah, uma rede social para o compartilhamento de arquivos. Cursando o último período da faculdade de Engenharia, eles estavam incomodados por ter que procurar listas de exercícios e outros materiais de estudo em lojas de xerox.

— Imaginávamos que se existisse todo aquele conteúdo disponível on-line seria mais econômico e organizado. Até que resolvemos nos juntar para tocar esse projeto — lembra Freitas.

O Ebah está disponível em praticamente todas as universidades reconhecidas pelo Ministério da Educação. São Paulo é o estado com maior participação no site, tendo 21% dos dois milhões de usuários. Minas Gerais e Rio vêm empatados em segundo lugar, com 10% dos cadastrados, cada um.

Já com um caráter institucional, a Universidade Federal Fluminense (UFF) também tem sua própria rede social, a Conexão UFF. Por ser administrada pela universidade, os professores centralizam o conhecimento. Para um aluno compartilhar determinado conteúdo, o arquivo deve ser aprovado pelo titular da disciplina.

O compartilhamento de textos e trabalhos acadêmicos, no entanto, esbarra nos limites da propriedade intelectual. Para o advogado José Carlos Vaz e Dias, professor de Direito da Propriedade Intelectual da Uerj, a reprodução reiterada de materiais pode ser classificada como violação ao direito autoral, mesmo que virtualmente:

— A reprodução de pequenos trechos de um livro pode ser permitida, em um primeiro momento, mas será violadora se for continuamente compartilhada para dar acesso a um número crescente de pessoas, mesmo que pela internet.

O advogado alerta também que quem usar o material compartilhado pelos colegas como de sua autoria cometerá crime de violação do direito moral do autor. Como sugestão aos desenvolvedores, para evitar problemas, o professor recomenda a realização de campanhas dentro das redes sociais para incentivar o respeito aos direitos autoriais, além de políticas punitivas, como a advertência ou expulsão de usuários que infrigirem a propriedade intelectual.
Fonte: O Globo

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tecnologia para o ensino: cinco tendências que estão mudando o ensino superior

  Dez séculos de ensino e aprendizagem universitários formais não mudam de uma hora para outra, ou pelo menos sem uma revolução. Mas já estamos vendo algumas tendências tecnológicas apoiadas pelo envolvimento pessoal dos próprios estudantes e é aí que reside o segredo da mudança!

Aqui estão cinco principais tendências emergentes em todo o mundo, na área de Educação Superior.

1. Mobilidade

À medida que avançamos, o ensino superior vai se tornando cada vez mais móvel, e os alunos acabam carregando sua universidade “no bolso”.

Dispositivos de computação móvel (como smartphones e tablets) estão mais acessíveis e são muito mais fáceis de usar do que os desktops. Em breve as baterias terão muito maior tempo útil, durando dias e sem perda de sua eficiência.

Dispositivos móveis fornecem funcionalidade mais do que suficiente para servir como um dispositivo de computação básico para a aprendizagem e são comprados por bilhões de pessoas em todo o mundo.

Tablets, em particular, são muito populares. Um relatório recente apresentado no jornal The Chronicle mostra que nos últimos 12 meses, o número de estudantes universitários americanos que possuem um tablete, mais que triplicou.

Nos últimos quatro anos, as pequenas extensões de software(os aplicativos) de baixo custo para esses dispositivos (APPs), têm sido foco de desenvolvimento em termos de qualidade, diversidade e volume.

Os aplicativos estão disponíveis para ampla variedade de usos como, por exemplo, o acesso aos conteúdos arquivados em bibliotecas universitárias e materiais de curso.

Em breve teremos novos aplicativos voltados à Educação com inovadoras finalidades e muitos educadores incorporando esses aplicativos em suas práticas pedagógicas cotidianas.

Mesmo algo tão simples como conseguir ler os conteúdos de um curso, mesmo estando em movimento (através de um smartphone ou tablet) tem se mostrado extremamente benéfico.


2. Conectividade

Utilizar a “nuvem de computação como arquivo é unificar tranquilamente conteúdos e atividades disponibilizando-os em muitos dispositivos que as pessoas usam na vida cotidiana. Se precisar conectar de casa, no trabalho, da escola, na estrada ou em qualquer situação social, as pessoas buscam e dependem, cada vez mais, do acesso em “nuvem” para obterem suas informações e dados sobre sua comunidade.

A conectividade também se tornou muito mais “transparente”. O smartphone no bolso indica sua localização e, portanto, onde estamos. Estes dispositivos gravam nossas coordenadas de localização, bem como tiram fotos, possibilitam a conversa entre amigos e até mensagens de atualização para redes sociais.

O sistema de arquivamento em “nuvem” incorpora uma parte importante de nossa vida que são todos os dispositivos de computação que utilizamos. Gradativamente, muitos dos aplicativos educacionais também vão contar com o sistema de “nuvem”.

O processo ensino-aprendizagem cada vez mais contará com o potencial de “locais de aprendizagem” – neste sentido, o próprio mundo vai se tornar o campus da universidade.

Cada vez mais vamos poder ver os serviços e as práticas que realizamos “in loco” e ao mesmo tempo sendo utilizados como uma ferramenta-chave do processo de aprendizagem do ensino superior. Vamos ver o estudante de administração aplicando um de estudo de caso, o assistente social no meio da comunidade, a enfermeira no hospital, o arqueólogo em campo, e todos imediatamente conectados com os recursos da universidade e com uma comunidade acadêmica de mesmo nível.


3. Abertura

Nos últimos anos temos visto uma explosão de recursos educativos on-line, gratuitos, que começaram no mercado cerca de dez anos atrás com a iniciativa de open courseware do MIT.

Informação está em toda parte; o desafio é fazer uso eficaz dela na busca do aprendizado e do conhecimento.

Acadêmicos estão começando a explorar novos modelos para abrir mais o leque de recursos, porém protegendo o valor acadêmico e reconhecendo a autoria.

Uma das possibilidades é a tomada pela Creative Commons, simples e que garante a licença com “alguns direitos reservados” – que é a Conversação, entre outros.

Em essência, o conteúdo fornecido sob essa licença permite que qualquer pessoa use o material como quiser desde que siga as diretrizes criadas pelo provedor de conteúdo.

Estudantes universitários são em geral muito produtivos. Eles criam o tempo todo e “muito além de suas tarefas”, muitas vezes não percebendo que, com isso, eles estão aprendendo.

Na verdade, eles estão simplesmente desfrutando o relacionamento, e se divertindo. Eles sabem com facilidade como fazer uploads de fotografias, de áudio e de vídeo direto para a “nuvem”.

A produção, avaliação e a interação com estes meios de comunicação tornou-se tão importante quanto as tarefas mais básicas como pesquisar, ler, assistir e ouvir.

As universidades estão começando a entender como elas podem adicionar valor real ao processo de aprendizagem, usando mídias sociais para conseguir um diálogo rico, envolvente e bidirecional entre seus alunos e funcionários.

Nos próximos anos teremos a colaboração e a contribuição tornando-se cada vez mais franqueada e totalmente engajada como um processo de aprendizagem totalmente válido.

4. A inteligência coletiva

Crowdsourcing (recursos de multidão) é uma atividade de trocas entre comunidades, geralmente temporárias, para contribuir com intercambio de ideias, links ou materiais que de outra forma permaneceriam desconhecidos.

Crowdsourcing muitas vezes é a solução para muitas questões que não podem ser superadas por outros meios. Atualmente, nas universidades, este é o recurso experimental que está sendo usado para os cursos on-line gratuitos, ou MOOCs.

Nos próximos anos veremos muitas universidades utilizando, cada vez mais, plataformas de redes sociais para compartilhar informações de interesse comum.

O grande desafio é tornar ideias de “inteligência coletiva” como conhecimento válido e aceito nas universidades como uma das formas tradicionais de ensino.

Mas cada vez mais a comunidade acadêmica está percebendo o valor de explorar ideias de crowdsourcing para o futuro. Os alunos já fazem.

5. Os mundos virtuais

Embora tenha causado furor, os avatares em mundos virtuais morreram. Houve um tempo, poucos anos atrás, quando as empresas pensaram que os mundos virtuais seriam bons lugares para promover e vender seus produtos, como carros ou casas. Na prática, essa tendência não deu certo e acabou. Mas muitas instituições de ensino hoje, ainda estão desenvolvendo avatares para novas formas de aprendizagem.

Plataformas de mundos virtuais que fornecem avatares com espaço para interagir já estão disponíveis – incluindo o bem conhecido Second Life, hoje bem mais desenvolvido.

A maioria das instituições de ensino superior estão realizando projetos em espaços virtuais. No Second Life, existem milhares de experimentos educacionais disponíveis, ativos e em andamento.

Os projetos iniciais foram fortemente baseados em cópia do mundo real, especialmente reproduzindo campi físicos, mas as práticas têm gradualmente dado lugar a empreendimentos mais experimentais.

Eles aproveitam oportunidades únicas oferecidas por mundos virtuais e outros ambientes de imersão digital.

Por exemplo, o Midia Jardim Zoológico, em Leicester, no Reino Unido, criou mundos antigos para estudantes de Arqueologia o visitarem. Iniciativa similar permite que estudantes de Psicologia pratiquem os exercícios de retirada de uma plataforma de petróleo no caso de um incêndio e, ainda oferece laboratórios virtuais de genética como opção para aliviar o custo da construção de caros laboratórios físicos.

À medida que o tempo passa vamos ver universidades usando, cada vez, mais espaços virtuais com avatares de alunos e professores colaborando para um ensino inovador, para o processo de aprendizagem e projetos de pesquisa.

O mundo virtual vai continuar nos permitindo fazer o que não pode ser feito no mundo real, fornecendo plataformas para melhor atender a necessidade do processo ensino-aprendizagem.

- Professor Gilly Salmon era um membro do painel para NMC Technology Outlook Australian Ensino Superior 2012-2017, que foi lançado em 10 de maio de 2012.
Fonte: Portal ABMES Educa
Projeto abre 10 mil vagas em cursos on-line gratuitos de TI

  Uma parceria entre a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) e o governo federal vai oferecer 10 mil vagas em cursos gratuitos à distância na área da tecnologia da informação. O projeto vai abrir 10 mil vagas todos os anos. Além de apoio do MEC, o projeto conta com o financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O projeto Brasil Mais TI abre as inscrições para cursos nas linguagens de programação Cobol, Java e .net. Para concorrer, é preciso ter mais de 16 anos e passar por uma seleção de perfil profissional e de conhecimentos em tecnologia.

O site também vai lançar um portal de vagas gratuito, onde empresas de TI e candidatos com formação na área podem divulgar vagas e currículos. O lançamento do site, onde é possível se inscrever para os cursos, está previsto para hoje.
Fonte: Uol - Educação

domingo, 26 de agosto de 2012

Cinco startups que estão revolucionando o ensino online

  Confira lista feita pelo site Mashable; iniciativa de Harvard e MIT é um dos destaques

O movimento que está levando oportunidades de educação para o universo online tem cada vez mais adeptos de peso. O site Mashable publicou nesta semana uma matéria em que elege as cinco startups americanas de educação que mais vêm revolucionando o ensino virtual. De acordo com o texto, essas empresas têm conseguido altos investimentos e seus feitos, impulsionados pelo poder da internet, não mais se restringem aos limites nacionais, mas tem potencial de impacto em todo o mundo.

Veja também:

link Aprendendo de graça com os tops

Confira, a seguir, a lista elaborada pelo site e iniciativas brasileiras próximas que já foram abordadas pelo portal Porvir (http://porvir.org).

1. 2tor (http://2tor.com/)

Criada em 2008, a 2tor, que traz no nome uma brincadeira que funciona tanto em inglês quanto em português com a palavra tutor, faz parceria com universidades renomadas, como Georgetown e Washington University in St Louis, e as ajuda a construir seus cursos online. É também uma das startups mais bem financiadas: em abril deste ano, seus investimentos já estavam na casa dos US$ 97 milhões, o que daria algo como R$ 200 milhões. No mês seguinte, a 2tor foi considerada pela Forbes uma das 10 startups que estão mudando o mundo, numa lista que também contava com empresas como Instagram e Pinterest.

A 2tor oferece infraestrutura virtual que permite que os professores compartilhem informações com os alunos, criem aulas interativas e deem palestras, além de facilitar a interação social entre os estudantes. Cada uma das plataformas que constrói é adaptada às necessidades das universidades parceiras. Suas versões são acessíveis em celulares e tablets.

2. Udemy (http://www.udemy.com/)

A Udemy é uma plataforma em que é possível sugerir e fazer cursos, que podem ou não ser ligados a instituições de ensino. Alguns cursos são grátis, outros têm taxa. Os interessados em propor um curso podem reunir vídeos, arquivos de Power Point, em zip, áudio ou PDF. O site oferece cursos em 15 áreas, entre as quais tecnologia, com quase 300 opções, artes e linguagens.

Com quase 10 mil alunos, o curso mais popular atualmente é gratuito na área de tecnologia e se chama Ideas Come From Everywhere (Ideias vêm de todos os lugares, em livre tradução). As aulas foram propostas por Marissa Mayer, ex-executiva da Google que acaba se ser contratada pelo Yahoo.

A premissa básica do site é a de crowdlearning, um modelo coletivo de reunião de experiências de ensino e aprendizagem, que vem sendo experimentado no Brasil por sites como o Nós.vc e o Cinese.me e pelo Sabixão. Nos três casos, assim como na Udemy, os usuários dos sites podem sugerir aulas em que compartilharão conhecimentos nas mais variadas áreas de uma maneira simples e a preços acessíveis.

3. EdX (https://www.edx.org/)

Anunciado em maio deste ano, o EdX é uma iniciativa conjunta de Harvard e do MIT. A parceria, que agora inclui também a UC Berkeley, leva ensino online gratuito para pessoas de qualquer parte do globo. Entre os recursos do EdX há vídeos, quizzes, resultados de notas e interação com comunidades de estudantes. Depois de um curso piloto, as aulas começam de verdade agora no segundo semestre. As inscrições estão abertas e há sete opções, com e sem pré-requisitos de conhecimento.

Nos mesmos moldes, outra iniciativa que vale acompanhar é o Coursera. Inicialmente, a plataforma reunia disciplinas online de Stanford, Michigan, Pennsylvania e Princeton, mas neste mês recebeu outras 12 adesões, inclusive de universidades de fora dos EUA.

4. Voxy (http://voxy.com/)

Para suprir a demanda de plataformas de ensino de línguas estrangeiras, a Voxy tem como princípio permitir que os usuários aprendam “línguas estrangeiras com a vida”. Assim, os idealizadores da plataforma defendem que é preciso usar o contexto em que o aluno está inserido e as tecnologias móveis no ensino de línguas estrangeiras. A Voxy transforma as conversas da vida real, atividades e as informações cotidianas em aprendizado. O serviço permite que o estudante aprenda no seu próprio ritmo e acesse as lições conforme os seus interesses. Também oferece aplicativos para uso da plataforma pelo celular.

Desde janeiro do ano passado, quando foi lançada, a Voxy já chegou a um milhão e meio de usuários em mais de 20 países.

5. Noodle (http://www.noodle.org/)

O Noodle foi pioneiro ao propor uma ferramenta de busca especializada para a navegação em sites de educação. O sistema customizado de pesquisa se propõe a ser um serviço de curadoria de informação que ajuda estudantes e suas famílias a encontrarem as opções mais adequadas de escolas e cursos, da educação infantil à pós graduação.

Fonte: http://porvir.org/porcriar/5-startups-estao-revolucionando-ensino-on-line/20120731
Fonte: O Estado de São Paulo

sábado, 30 de junho de 2012

Ferramentas do Google para a educação

O Google possui diversas ferramentas úteis tanto para estudantes, quanto para professores. Veja oito dicas que podem ajudar você a utilizá-lo.
Aplicações como o Google Earth, Google Acadêmico, Notícias e iGoogle podem ajudar você a ensinar e a aprender.

O Google vai muito além da simples busca na internet. Ele disponibiliza diversas ferramentas que podem ser úteis tanto para estudantes, quanto para professores e profissionais da educação. Aplicações como o Google Earth, Google Acadêmico, Notícias e iGoogle podem ajudar você a ensinar e a aprender. Para aproveitar ainda mais essas ferramentas, confira as dicas a seguir.

8 ferramentas do Google para a educação: Google Acadêmico
Você pode usar o Google Acadêmico para pesquisas e estudos mais aprofundados em diversas áreas como biologia, literatura, comunicação, psicologia, etc. Use essa fonte como consulta para trabalhos e outras tarefas.

8 ferramentas do Google para a educação: Google Sky
Uma verdadeira aula de meteorologia e astronomia por ser feita a partir da ferramenta Google Sky, do Google Earth.

8 ferramentas do Google para a educação: iGoogle
O iGoogle permite que você e seus alunos mantenham todas as informações mais importantes ao alcance de um clique. Caixa de entrada dos e-mails, temperatura, notícias, agenda, entre outras ferramentas ficam disponíveis em uma única página pessoal.

8 ferramentas do Google para a educação: Notícias
O Google Notícias possibilita que você encontre diferentes fontes de notícias de vários lugares diferentes do planeta em uma única página.

8 ferramentas do Google para a educação: Busca personalizada
Com a ferramenta de busca personalizada você pode criar um motor de buscar especialmente feito para suas necessidades.

8 ferramentas do Google para a educação: Google Earth
As possibilidades nessa aplicação são inúmeras. Com o Google Earth você pode estudar os oceanos e outros locais em 3D, por exemplo.

8 ferramentas do Google para a educação: Grupo de estudos
Em um grupo de estudos do Google você pode colaborar e interagir com seus colegas de classe.

8 ferramentas do Google para a educação: Google Code University
Com o Google Code University você pode aprender mais sobre ciências da computação por meio de conteúdos em licença Creative Commons.
Fonte: Portal Universia

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Educação a distância: uma nova realidade 
 A cada dia, mais brasileiros se matriculam em cursos de educação a distância (EAD), especialmente no âmbito do ensino superior, o que é uma excelente notícia. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2010, a EAD, que praticamente inexistia dez anos atrás, já responde pelo percentual de 14,6% do total das matrículas na graduação. Em 2001, apenas 5.359 estudantes estavam matriculados na modalidade de cursos a distância. Uma década depois, esse número aumentou 170 vezes, chegando a 930.179 estudantes.

Oscar Hipólito - Diretor geral acadêmico da Laureate Brasil

Ao contrário do que ocorria em um passado recente, hoje a educação a distância no Brasil não pode mais ser considerada sinônimo de ensino de baixa qualidade. A situação de fato mudou, e muito: os graduados em EAD tiveram, em média, 6,7 pontos a mais no resultado final do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), na comparação com os resultados dos alunos oriundos dos cursos presenciais, conforme revela o “Censo EAD.BR – Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil 2012”, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED).

A verdade é que o advento da internet criou um cenário totalmente novo para a educação a distância. Não se trata mais de realizar os estudos por meio de materiais impressos tradicionalmente enviados aos alunos pelo correio. Com a rede mundial de computadores e demais avanços tecnológicos nas telecomunicações, esse tipo de educação a distância tradicional está em franco declínio.

Hoje, as possibilidades são mais amplas e pode-se fazer um curso a distância praticamente nos mesmos moldes dos presenciais, com os estudantes assistindo, pela internet, às aulas de professores, com exibição de conteúdos audiovisuais. As avaliações podem ser feitas em tempo real, também pela rede, com tempo certo para a sua realização. Tanto a metodologia de ensino como a forma de avaliar a aprendizagem dos alunos e a atuação do corpo docente na educação a distância passaram por uma revolução, e isto está sendo percebido pelos estudantes, que cada vez mais acreditam e demandam essa modalidade de educação.

No exterior, aliás, há uma tendência de fim da fronteira entre educação a distância e presencial: cursos que antes eram exclusivamente presenciais já incluem uma parte realizada remotamente. E os programas de educação a distância muitas vezes abrangem atividades presenciais. No Canadá, país pioneiro da massificação da EAD, seus 32 milhões de cidadãos têm à disposição 56 universidades, das quais 53 oferecem cursos a distância.

No Brasil, o próprio governo federal também percebeu que a educação a distância é realidade e reconhece que o percentual de matrículas ainda é baixo em relação a outros países, onde a modalidade responde por até metade dos estudantes. O ministério da Educação, por outro lado, avisou que está atento à questão e irá controlar, por meio de regulamentação, o crescimento do ensino a distância para evitar que uma “explosão” desta modalidade redunde no aparecimento de cursos de baixa qualidade e sem referências técnica e acadêmica – iniciativa salutar e importante em defesa da formação qualificada do estudante.

O ponto é que, para países continentais como o Canadá e o Brasil, o ensino a distância é uma solução muito interessante. No caso brasileiro, a EAD tem inclusive o potencial de ajudar o País a se consolidar como potência econômica global. Sim, porque depois de todos os avanços dos últimos anos – estabilidade econômica e política, melhoria nas condições de empregabilidade e na renda dos trabalhadores, maior acesso ao crédito e bens de consumo –, que permitiram ao país atravessar duas crises mundiais, há grandes oportunidades para o aperfeiçoamento do conjunto de habilidades de nossas futuras gerações no setor de Educação.

É senso comum que não se constrói uma nação sem educação de qualidade. E o Brasil está no caminho certo ao universalizar a educação fundamental, tarefa em andamento acelerado. Agora é hora de formar profissionais qualificados, com educação superior, para que possam crescer junto com o País. Um dos grandes desafios da educação brasileira, neste momento, está na expansão do ensino superior. É neste sentido que a EAD pode dar uma importante contribuição, ampliando o potencial de acesso dos brasileiros à universidade, especialmente em estados e municípios com maior dificuldade de mobilidade para os estudantes. Estamos em um momento mais do que apropriado para revisitar nossos marcos regulatório, acadêmico e administrativo com o objetivo de apoiar essa tendência favorável no ensino superior.

Zelar pela qualidade do ensino e expandir a oferta de cursos a distância são tarefas essenciais para que o Brasil continue caminhando a passos largos para se tornar um país mais próspero e mais preparado para enfrentar os desafios do seu desenvolvimento.
Fonte: O Estado de São Paulo

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pedagogia é o curso de graduação a distância mais procurado do Brasil.

  O curso de pedagogia a distância possui 273 mil universitários matriculados em todo o Brasil.


O curso de pedagogia é o que tem mais estudantes em graduações a distância no Brasil. Ao todo, são mais de 273 mil matrículas, segundo o Censo da Educação Superior de 2010, realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Ao todo, há cerca de 930 mil matrículas em EAD (Educação a Distância), o que significa que, a cada cem alunos de graduações a distância, 30 são de pedagogia. Administração é o segundo curso em número de graduandos nessa modalidade de ensino, com mais de 128 mil matrículas.

A rede privada é responsável pela oferta de 80,5% das matrículas em cursos superiores a distância e, em alguns casos, como marketing ou tecnologia da informação, detém 100% dos estudantes.

http://noticias.bol.uol.com.br/educacao/2012/05/30/pedagogia-e-o-curso-de-graduacao-a-distancia-mais-procurado-do-brasil-veja-a-lista.jhtm
Fonte: Bol - Notícias

terça-feira, 29 de maio de 2012

EAD e a ruptura no ensino

Nos últimos dez anos o Brasil tem visto momentos históricos para a educação. A popularização do Ensino a Distância (EAD) trouxe à tona a possibilidade de mais brasileiros ganharem a oportunidade de se especializar e as empresas do setor ganharam uma nova oportunidade de ganhar dinheiro. Nos anos 90, a Internet começou a fazer parte da educação executiva no Brasil. No final da mesma década, passou a fazer parte também do ensino superior. Como consequência, houve muita resistência por parte de acadêmicos e instituições de ensino tradicionais.

Atualmente, números da Associação Brasileira de Ensino a Distância apontam que mais de 2 milhões de estudantes de graduação e pós-graduação estão inseridos nessa modalidade de ensino.

O número ainda está bem aquém do registrado nos Estados Unidos, onde supera 12 milhões. Agora o olhar atento sobre essa forma de ensino se faz necessária. A qualidade do EAD se faz igual à de uma universidade presencial? A pergunta, que ainda é pauta dos mais diversos fóruns e discussão do setor, deverá enfraquecer com o tempo, através da consolidação do mercado a distância.

E é apostando nisso que as empresas já se armam: milhões são investidos em equipamentos, novos polos de ensino e cursos profissionalizantes para mídias digitais aos professores. E as apostas se consolidam com fatos: enquanto universidades presenciais, como a São Marcos, em São Paulo, são fechadas pelo Ministério da Educação (MEC), vemos exemplos como a Anhanguera Educacional, que cresceu 33,5% no primeiro trimestre e somou 444 mil alunos matriculados, número que é puxado justamente pelo EAD.
Fonte: Jornal DCI

sábado, 12 de maio de 2012

  Opções para estudar na web nas melhores universidades

  Conheça cursos gratuitos oferecidos pelas principais universidades na internet.

São Paulo – Que tal assistir a aulas do MIT e de Harvard sem sair do Brasil e, melhor, sem pagar um centavo por isso? Pois as duas universidades americanas anunciaram, na semana passada, que irão oferecer aulas gratuitas através de plataforma online EdX, que deve ser lançada ainda este ano.

A iniciativa, contudo, não é única. Diversas universidades ao redor do mundo já estrearam seus conhecimentos na web. . Em 2001, por exemplo, a Universidade de Columbia, junto com a Universidade de Chicago e a Universidade de Michigan, lançou uma iniciativa conhecida como Fathom.

A empresa perdeu dinheiro e foi fechada em 2003, mas isso não significa que esse será o destino da nova geração de cursos online. A tecnologia na área avançou muito. Agora, os alunos assistem a vídeos produzidos por especialistas, há uma interface intuitiva, provas, maior interatividade, feedback imediato e interação entre os alunos. As aulas estão mais parecidas com as presenciais – e, em alguns pontos, podem ser até melhores.

- Stanford, Princeton, University of Pennsylvania e University of Michigan

Quatro das universidades de maior prestígio nos Estados Unidos firmaram uma parceria para lançar a empresa Coursera, que oferece cursos gratuitos ministrados por professores voluntários.

Os cursos são como disciplinas das faculdades e, além das vídeo-aulas, os alunos participam de exercícios práticos e são avaliados no seu desempenho – inclusive podendo reprovar na matéria.

Há cerca de 40 disciplinas nas áreas de Biologia e Medicina, Matemática, Economia, Sociedade e Informação, Humanidades e Ciências da Computação. Em geral, eles duram de 4 a 12 semanas.

- Udacity

Em 2011, o professor de Stanford Sebastian Thrun abriu o curso online e gratuito “Introdução à Inteligência Artificial”. As aulas atraíram cerca de 160 mil alunos do mundo inteiro e incentivaram o professor a fundar a Udacity. A empresa oferece atualmente seis cursos na área de tecnologia, todos gratuitos.

No site da Udacity, o aluno pode se inscrever nas aulas que quiser. Se a matéria for recém-lançada, ele consegue seguir as aulas no ritmo do professor. Os cursos têm duração de sete semanas, com vídeos novos lançados a cada sete dias. Na oitava semana, há exames online.

- FGV Online

A Fundação Getúlio Vargas também oferece cursos gratuitos pela internet. As aulas da FGV Online funcionam em módulos de cinco a até 30 horas nas áreas de Finanças Pessoais, Sustentabilidade, Empreendedorismo e Direito, entre outras.

Para fazer os cursos, basta entrar no site e se cadastrar na matéria escolhida usando seu CPF e endereço de e-mail.

Uma vez concluídos os diferentes módulos, o aluno faz uma prova e, se tirar uma nota maior que sete, pode imprimir um atestado de conclusão.

A plataforma brasileira ainda peca pela falta de interatividade e recursos que podem ser encontrados nos sites estrangeiros, mas a FGV Online oferece boas opções para quem quer se atualizar ou aprender sobre novos temas.

- Univesp TV

O portal da Univesp TV reúne vídeos de aulas da USP, Unicamp e Unesp que também são transmitidos pela televisão no canal da TV Cultura. Os cursos são, em sua maioria, disciplinas regulares dessas universidades, e as aulas são gravadas conforme elas acontecem – dá até para ver os alunos nas salas e ouvir as perguntas feitas por eles. Há aulas que envolvem linguagem, história, economia e física.

Apesar de as gravações serem profissionais, inclusive com o uso de mais de uma câmera e edição do material final, falta a interatividade que existe em outras opções cursos online. A Univesp TV também não aplica provas aos alunos virtuais e não oferece certificados de conclusão de curso.

- VEduca

O site VEduca oferece mais de 4.700 vídeos das melhores universidades dos Estados Unidos com o diferencial: muitos dos vídeos têm legendas em português, que foram feitas de maneira colaborativa por voluntários. Sem pagar nada, o aluno pode assistir às aulas que foram gravadas nas salas de Harvard, MIT, Yale e diversas outras universidades.

O sistema de busca do site é bastante avançado e é possível procurar por vídeos de assuntos diferentes, ou através de universidades e professores específicos. Há cursos em 21 áreas distintas, inclusive artes, astronomia, jornalismo, engenharia, economia e política, por exemplo. Como as aulas são gravações de cursos já dados, não há uma interatividade ao vivo com o professor ou com outros alunos. Tampouco há certificados e provas.

- Unicamp

A Universidade Estadual de Campinas também participa da iniciativa de oferecer aulas online. A Unicamp, porém, não grava um curso inteiro, mas disponibiliza “aulas magistrais” sobre temas específicos de física, literatura, saúde e biologia, por exemplo. O projeto foi lançado em 2011.

Com duração de cerca de uma hora, não é possível mandar perguntas para os professores. Entretanto, os alunos podem sugerir temas para as próximas aulas e comentar nos vídeos para debater o assunto ou receber respostas da Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp.

- YouTube EDU

Já há algum tempo o site de vídeos do Google oferece mais do que filmes de gatos ou clipes musicais. No canal de educação do YouTube é possível encontrar aulas de universidades como a Universidade de Harvard (Estados Unidos), Cambridge University (Reino Unido) e Università Bocconi (Itália). A busca pode ser feita por área de conhecimento, universidades e canais diferentes.

Além dos cursos, há também vídeos educativos oferecidos por outros canais, que mostram programas sobre história, ciências e humanidades. O aluno pode, por exemplo, assistir a documentários da BBC ou gravações da Nasa. Muitos dos vídeos possuem legenda.
Fonte: Portal Exame

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Universidades do Rio abrem 6.081 vagas para graduação à distância


  Estão abertas, até 20 de maio, as inscrições para 6.081 vagas do vestibular do Consórcio Cederj, que reúne as principais instituições públicas de ensino superior do Rio de Janeiro: Cefet, Uenf, Uerj, UFF, UFRJ, UFRRJ-Rural e UniRio. Ao todo, são oferecidos 12 cursos de graduação a distância e o diploma de graduação é o das instituições de ensino. Este é o maior número de vagas oferecido desde que o consórcio foi criado.

As inscrições serão feitas somente pela internet, no site www.vestibular.cederj.edu.br. O valor da taxa de inscrição é de R$ 45. As oportunidades são para os cursos de Administração (665 vagas); Administração Pública (438); licenciaturas em Ciências Biológicas(880); em Física (405); em História (250); em Letras (300); em Matemática(783); em Pedagogia (763); em Química (248); em Turismo (286); Tecnologia em Sistemas de Computação (813) e Tecnologia em Gestão de Turismo (250).

Nos cursos oferecidos pelo Cederj, o aluno conta com material didático especialmente elaborado para esta modalidade de ensino e necessita comparecer ao seu polo de matrícula, pelo menos, uma vez por mês. Nele, os tutores orientam os estudantes, individualmente ou em grupo, para apoio direto em relação ao conteúdo das matérias. O Consórcio Cederj conta, atualmente, com cerca de 30 mil alunos matriculados nos cursos universitários a distância.

Os polos Cederj estão localizados em Angra dos Reis, Barra do Piraí, Belford Roxo, Bom Jesus do Itabapoana, Campo Grande, Cantagalo, Duque de Caxias, Itaguaí, Itaocara, Itaperuna, Macaé, Magé, Miguel Pereira, Natividade, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, Piraí, Resende, Rio Bonito, Rio das Flores, Rocinha, Santa Maria Madalena, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São Gonçalo, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Três Rios e Volta Redonda.
Fonte: Jornal Extra

terça-feira, 24 de abril de 2012

Cinco universidades dos EUA criam plataforma de cursos online gratuitos

 Site terá aulas de Stanford, Princeton, Berkeley, Pensilvânia e Michigan. Usuário poderá fazer tarefas e participar de fóruns e videoconferências.

Cinco universidades de prestígio dos Estados Unidos (Stanford, Princeton, Universidade da Califórnia em Berkeley, Universidade da Pensilvânia e Universidade de Michigan) vão criar cursos online gratuitos para estudantes em todo o mundo através de uma nova plataforma de ensino interativo, chamada Coursera. O anúncio da criação foi feito nesta quarta-feira (18).

Os dois fundadores, professores de ciência da computação da Universidade de Stanford, também anunciaram que receberam US$ 16 milhões em financiamento de duas empresas de investimento do Vale do Silício.

O Coursera vai oferecer mais de 30 cursos universitários no ano que vem através do site Coursera.org sobre assuntos que vão desde mitologia grega a neurologia, de cálculo a poesia norte-americana contemporânea. As aulas serão projetadas e ministradas por professores das universidades.

O Coursera se junta a uma série de projetos online ambiciosos que têm como objetivo tornar o ensino superior mais acessível e barato. Muitos desses empreendimentos, no entanto, simplesmente publicam palestras inteiras na web, sem nenhum componente interativo. Outros se esforçam para criar novas universidades do zero.

Os fundadores Daphne Koller e Andrew Ng afirmam que o Coursera será diferente, pois os professores de escolas de prestígio vão ensinar usando o nome de sua universidade e vão adaptar os seus cursos mais populares para a web, incorporando tarefas e exames a aulas em vídeo, respondendo a perguntas dos alunos em fóruns online -- e até mesmo, talvez, trabalhando por meio de videoconferência.

Testes de múltipla escolha e de respostas curtas serão avaliados via computador. O Coursera em breve apresentará um sistema de classificação para avaliar trabalhos mais complexos, tais como ensaios ou algoritmos.

Os estudantes não receberão créditos da faculdade. Mas o Coursera pode oferecer "certificados de conclusão" ou transcrições mediante pagamento de uma taxa. Uma empresa também pode tentar lucrar conectano empregadores com alunos que tenham demonstrado aptidão em uma determinada área, disse uma porta-voz.

As universidades participantes esperam se beneficiar aumentando a sua reputação no exterior, conectando-se com ex-alunos distantes e, quem sabe, trazendo doações de alunos online agradecidos.
Fonte: G1 - Portal Globo

domingo, 15 de abril de 2012

Benefícios da aplicação da tecnologia na educação

Pouco tempo atrás, a discussão que girava em torno da temática tecnologia e educação tratava do uso ou não de ferramentas a favor da aprendizagem.

Contudo, ao resgatarmos um pouco da história e o reflexo que sofremos hoje nas relações sociais e no trabalho, percebemos que esse debate torna-se desnecessário.

A Terceira Revolução Industrial que ocorreu após a II Guerra Mundial provocou significativos impactos nos dias atuais, no modo como a sociedade organiza sua atividade econômica por meio das inovações tecnológicas.

Essas inovações suscitaram o surgimento da sociedade da informação, em que as pessoas geram e armazenam suas informações assim como conseguem disseminá-la e ter acesso de outros a todo o momento.

A sociedade da informação estabeleceu uma forma nova de organização da economia, das relações e do mercado. As novas tecnologias tornaram as respostas e decisões mais rápidas, acompanhando o fluxo das resoluções propostas, aumentando a competitividade no mercado.

Dessa forma, as empresas estão eliminando barreiras físicas e reorganizando os funcionários em redes (conectadas). Assim, independente do local que estão alocados em uma empresa, acessam todas as informações geradas na organização a qualquer momento.

Nesse atual contexto, as novas tecnologias são entendidas por educadores e demais profissionais da área como um importante papel na transformação e difusão do conhecimento, assim como na mudança cultural, pois passaram a exercer uma enorme influência na sociedade sendo ferramentas essenciais e indispensáveis à educação que precisa formar cidadãos para a sociedade da informação.

Nas organizações educacionais são muitas as possibilidades existentes e que podem ser utilizadas como elementos facilitadores da aprendizagem, como: computadores, conexão à internet, software de criação de sites e produção de textos colaborativos, salas de bate-papo, televisão a cabo, satélites, sistema de rádio e jogos eletrônicos, os mesmos que hoje são absorvidos nas relações sociais e profissionais sustentadoras da produção.

Entretanto, mesmo com tantos recursos, o que se percebe ainda são discretos e isolados movimentos de uso das novas tecnologias em contextos escolares e em sua grande maioria concentrado no Ensino Superior devido ao avanço da Educação a Distância.

As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, certamente por vários motivos que vão desde a dificuldade de investimento financeiro, a limitação de banda em algumas regiões do país, os conflitos culturais até a falta de formação e capacitação de muitos profissionais da área da educação que desconhecem o modo de absorver essas ferramentas de maneira eficaz no processo de ensino, rompendo com metodologias que durante anos foram utilizadas e atendiam às necessidades da sociedade e profissionais daquele momento.

Seguramente, a educação não continuará por muito tempo nessa tendência, pois sofrerá pressão social, cultural e econômica que sinalizarão uma necessidade emergente de mudança no atendimento das demandas das novas gerações.

- Carina Alves é diretora do Núcleo de Produção de Conteúdo e Inovações Tecnológicas da Anhanguera Educacional

Fonte: Jornal Brasil Econômico

quinta-feira, 29 de março de 2012

Diretor da Capes reforça importância da educação a distância

Diretor da Capes reforça importância da educação a distância em aula na Unirio

O diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), João Carlos Teatini, participou no dia 20 de março, da aula magna do primeiro semestre da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). A aula teve como tema a contribuição dos cursos a distância para a expansão do ensino superior, na qual Teatini apresentou o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e refletiu sobre o uso da tecnologia na educação.

Em sua exposição, Teatini ressaltou a importância das novas tecnologias e do acesso facilitado ao conhecimento nas políticas voltadas para a educação, frisando a necessidade de investimentos em tecnologia, atrelado à capacitação de professores e à promoção de infraestrutura nas escolas. "A tecnologia deve ser um instrumento, não um fim. É preciso ter uma boa estrutura, com oferta de banda larga nas escolas, e docentes capacitados", afirma o diretor.
Teatini fala sobre a contribuição dos cursos a distância para a expansão do ensino superior.

Entre as iniciativas mais recentes para qualificar o Sistema UAB, Teatini destacou a aprovação de resolução que autoriza cursos de segunda licenciatura a distância e a preparação de editais de apoio à pesquisa em EaD, para fomento a objetos de aprendizagem virtuais e de incentivo ao compartilhamento de tecnologias das modalidades presencial e compartilhada.

Segundo Teatini, a meta, para 2014, é chegar a 600 mil alunos e a mil polos, o que significa um polo para cada cinco municípios brasileiros índice alcançado somente pela região Norte, além do incentivo ao ingresso de estudantes em cursos de licenciatura. "Não há como aumentar as matrículas nas licenciaturas senão tivermos uma carreira docente atrativa, com respeito ao piso salarial. Essa é uma bandeira do ministro Aloizio Mercadante [da Educação]", disse Teatini.

Teatini destacou ainda que, além de propiciar o acesso de jovens de cidades mais distantes das capitais à universidade, sem que tenham que sair de seus locais de origem, os cursos a distância promovem um crescimento social nos municípios que contam com polos de apoio. Para o Reitor da Unirio, Luiz Pedro Jutuca, esse é um fator que aumenta a importância da EaD. "Trata-se de uma ação exitosa, que promove o desenvolvimento sustentável nos municípios e favorece a ascensão social", destacou.

(Com informações da Unirio)

Fonte: CAPES

terça-feira, 6 de março de 2012

Redes sociais e aprendizado escolar

Uma pergunta que muitos se fazem é como usar as novas mídias sociais de modo a contribuir para o aprendizado. Redes sociais são associações de pessoas, grupos de interação e convívio característicos de cada ambiente e realidade social. Com a massificação da internet e, em especial, com a explosão do fenômeno Facebook, as redes sociais incorporaram seus elementos sociais e culturais, aliando-se ao contexto de pós-modernidade vivido nos dias atuais. Como bem define Zygmunt Bauman, sociólogo contemporâneo, é o mundo líquido.

Diferentemente da sociedade moderna anterior, que chamo de modernidade sólida, que também tratava sempre de desmontar a realidade herdada, a de agora não o faz com uma perspectiva de longa duração, com a intenção de torná-la melhor e novamente sólida. Tudo está agora sendo permanentemente desmontado, mas sem perspectiva de alguma permanência. Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da liquidez para caracterizar o estado da sociedade moderna: como os líquidos, ela se caracteriza pela incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades autoevidentes. Eles (os jovens) não podem mais contar, como a antiga geração, com a natureza permanente do mundo lá fora, com a durabilidade das instituições que tinham antes toda a probabilidade de sobreviver aos indivíduos, afirmou Bauman em uma entrevista.

Contidas nessa liquidez, as redes sociais espelham o modo como muitos jovens se relacionam atualmente: a banda ou o cantor preferido, o grupo de dança, o time de futebol, os amigos da sala de aula, a turma que vai a festas junta etc. O advento da internet e a massificação das mídias sociais lançam um desafio aos educadores: educar com matrizes sólidas, milenares e científicas alunos imersos em outro mundo. Nós, os educadores, protagonistas da educação, procuramos desenvolver uma estratégia de convertê-las ao projeto pedagógico que preconiza nossa ação docente.

Será que as redes sociais mais ajudam ou atrapalham o aprendizado? Há autores que apontam um dilema vivido nas escolas atualmente, pois somos a única geração na qual os alunos são proficientes em tecnologia e os professores, não. Assim, surge um conflito no sistema educacional: ele é concebido e implementado pelos chamados imigrantes digitais para ensinar nativos digitais, como define o renomado professor estadunidense Marc Prensky.

O desafio para os educadores é promover um amálgama de saberes tradicionais (legado) com novos saberes (futuro) por meio das novas tecnologias, que devem se inserir em um projeto pedagógico, no sentido de a avalanche de informações colaborar para a construção do conhecimento. Isso com os mesmos passos que se estabelecem nas chamadas mídias tradicionais (papel, lápis, giz, lousa etc.).

Sou um entusiasta do uso da tecnologia em sala de aula e percebo o envolvimento e a animação dos alunos. Creio que o uso do Twitter, Facebook, Tumblr e outras redes sociais proporcionam a oportunidade de desafiar os jovens, criando uma nova matriz líquida do aprendizado, mais condizente com suas necessidades e demandas. Mas o ponto-chave, a meu ver, é o de atingi-los nos sentidos, isto é, promover uma cultura de tolerância, solidariedade, respeito mútuo, cidadania, autonomia e protagonismo social.

Assim, podemos unir os conteúdos ministrados no cotidiano escolar com assuntos e temas da contemporaneidade ao compartilhar vídeos, enigmas, curiosidades e as últimas notícias em tempo real e elucidar fenômenos, por exemplo. O objetivo dessa abordagem é colaborar para que os alunos se tornem cidadãos críticos, capazes de julgar, pensar, filtrar informações e construir argumentos fundados na capacidade de decifrar tudo o que os cerca, compreendendo os diversos eventos que impactam nosso mundo atual.

Sem dúvida, as redes sociais ajudam no cotidiano escolar. Com o advento da internet e das redes sociais, nossas aulas deixam de estar restritas ao horário e tempo físico e acabam se tornando espaços atemporais e virtuais de aprendizado, nos quais há uma construção permanente do conhecimento. Há anos, às vésperas de alguma prova, alguns alunos, invariavelmente os desavisados, distraídos ou relapsos, perguntavam: Magrão, o que vai cair na prova? Hoje, esse perfil de aluno continua a frequentar nossas escolas, mas a pergunta mudou para: Magrão, qual é o horário de sua twitcam? Estou cheio de dúvidas e quero estudar contigo, facilita muito! Passou o tempo, mas as pessoas e as redes sociais só mudaram de estado. Vivemos na fluidez, em períodos desafiadores, num tempo de incertezas e novos desafios.

Por: Claudio Paris, licenciado em ciências, biologia e pós-graduado em educação pela Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: Portal Revista Fator