terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tecnologia para o ensino: cinco tendências que estão mudando o ensino superior

  Dez séculos de ensino e aprendizagem universitários formais não mudam de uma hora para outra, ou pelo menos sem uma revolução. Mas já estamos vendo algumas tendências tecnológicas apoiadas pelo envolvimento pessoal dos próprios estudantes e é aí que reside o segredo da mudança!

Aqui estão cinco principais tendências emergentes em todo o mundo, na área de Educação Superior.

1. Mobilidade

À medida que avançamos, o ensino superior vai se tornando cada vez mais móvel, e os alunos acabam carregando sua universidade “no bolso”.

Dispositivos de computação móvel (como smartphones e tablets) estão mais acessíveis e são muito mais fáceis de usar do que os desktops. Em breve as baterias terão muito maior tempo útil, durando dias e sem perda de sua eficiência.

Dispositivos móveis fornecem funcionalidade mais do que suficiente para servir como um dispositivo de computação básico para a aprendizagem e são comprados por bilhões de pessoas em todo o mundo.

Tablets, em particular, são muito populares. Um relatório recente apresentado no jornal The Chronicle mostra que nos últimos 12 meses, o número de estudantes universitários americanos que possuem um tablete, mais que triplicou.

Nos últimos quatro anos, as pequenas extensões de software(os aplicativos) de baixo custo para esses dispositivos (APPs), têm sido foco de desenvolvimento em termos de qualidade, diversidade e volume.

Os aplicativos estão disponíveis para ampla variedade de usos como, por exemplo, o acesso aos conteúdos arquivados em bibliotecas universitárias e materiais de curso.

Em breve teremos novos aplicativos voltados à Educação com inovadoras finalidades e muitos educadores incorporando esses aplicativos em suas práticas pedagógicas cotidianas.

Mesmo algo tão simples como conseguir ler os conteúdos de um curso, mesmo estando em movimento (através de um smartphone ou tablet) tem se mostrado extremamente benéfico.


2. Conectividade

Utilizar a “nuvem de computação como arquivo é unificar tranquilamente conteúdos e atividades disponibilizando-os em muitos dispositivos que as pessoas usam na vida cotidiana. Se precisar conectar de casa, no trabalho, da escola, na estrada ou em qualquer situação social, as pessoas buscam e dependem, cada vez mais, do acesso em “nuvem” para obterem suas informações e dados sobre sua comunidade.

A conectividade também se tornou muito mais “transparente”. O smartphone no bolso indica sua localização e, portanto, onde estamos. Estes dispositivos gravam nossas coordenadas de localização, bem como tiram fotos, possibilitam a conversa entre amigos e até mensagens de atualização para redes sociais.

O sistema de arquivamento em “nuvem” incorpora uma parte importante de nossa vida que são todos os dispositivos de computação que utilizamos. Gradativamente, muitos dos aplicativos educacionais também vão contar com o sistema de “nuvem”.

O processo ensino-aprendizagem cada vez mais contará com o potencial de “locais de aprendizagem” – neste sentido, o próprio mundo vai se tornar o campus da universidade.

Cada vez mais vamos poder ver os serviços e as práticas que realizamos “in loco” e ao mesmo tempo sendo utilizados como uma ferramenta-chave do processo de aprendizagem do ensino superior. Vamos ver o estudante de administração aplicando um de estudo de caso, o assistente social no meio da comunidade, a enfermeira no hospital, o arqueólogo em campo, e todos imediatamente conectados com os recursos da universidade e com uma comunidade acadêmica de mesmo nível.


3. Abertura

Nos últimos anos temos visto uma explosão de recursos educativos on-line, gratuitos, que começaram no mercado cerca de dez anos atrás com a iniciativa de open courseware do MIT.

Informação está em toda parte; o desafio é fazer uso eficaz dela na busca do aprendizado e do conhecimento.

Acadêmicos estão começando a explorar novos modelos para abrir mais o leque de recursos, porém protegendo o valor acadêmico e reconhecendo a autoria.

Uma das possibilidades é a tomada pela Creative Commons, simples e que garante a licença com “alguns direitos reservados” – que é a Conversação, entre outros.

Em essência, o conteúdo fornecido sob essa licença permite que qualquer pessoa use o material como quiser desde que siga as diretrizes criadas pelo provedor de conteúdo.

Estudantes universitários são em geral muito produtivos. Eles criam o tempo todo e “muito além de suas tarefas”, muitas vezes não percebendo que, com isso, eles estão aprendendo.

Na verdade, eles estão simplesmente desfrutando o relacionamento, e se divertindo. Eles sabem com facilidade como fazer uploads de fotografias, de áudio e de vídeo direto para a “nuvem”.

A produção, avaliação e a interação com estes meios de comunicação tornou-se tão importante quanto as tarefas mais básicas como pesquisar, ler, assistir e ouvir.

As universidades estão começando a entender como elas podem adicionar valor real ao processo de aprendizagem, usando mídias sociais para conseguir um diálogo rico, envolvente e bidirecional entre seus alunos e funcionários.

Nos próximos anos teremos a colaboração e a contribuição tornando-se cada vez mais franqueada e totalmente engajada como um processo de aprendizagem totalmente válido.

4. A inteligência coletiva

Crowdsourcing (recursos de multidão) é uma atividade de trocas entre comunidades, geralmente temporárias, para contribuir com intercambio de ideias, links ou materiais que de outra forma permaneceriam desconhecidos.

Crowdsourcing muitas vezes é a solução para muitas questões que não podem ser superadas por outros meios. Atualmente, nas universidades, este é o recurso experimental que está sendo usado para os cursos on-line gratuitos, ou MOOCs.

Nos próximos anos veremos muitas universidades utilizando, cada vez mais, plataformas de redes sociais para compartilhar informações de interesse comum.

O grande desafio é tornar ideias de “inteligência coletiva” como conhecimento válido e aceito nas universidades como uma das formas tradicionais de ensino.

Mas cada vez mais a comunidade acadêmica está percebendo o valor de explorar ideias de crowdsourcing para o futuro. Os alunos já fazem.

5. Os mundos virtuais

Embora tenha causado furor, os avatares em mundos virtuais morreram. Houve um tempo, poucos anos atrás, quando as empresas pensaram que os mundos virtuais seriam bons lugares para promover e vender seus produtos, como carros ou casas. Na prática, essa tendência não deu certo e acabou. Mas muitas instituições de ensino hoje, ainda estão desenvolvendo avatares para novas formas de aprendizagem.

Plataformas de mundos virtuais que fornecem avatares com espaço para interagir já estão disponíveis – incluindo o bem conhecido Second Life, hoje bem mais desenvolvido.

A maioria das instituições de ensino superior estão realizando projetos em espaços virtuais. No Second Life, existem milhares de experimentos educacionais disponíveis, ativos e em andamento.

Os projetos iniciais foram fortemente baseados em cópia do mundo real, especialmente reproduzindo campi físicos, mas as práticas têm gradualmente dado lugar a empreendimentos mais experimentais.

Eles aproveitam oportunidades únicas oferecidas por mundos virtuais e outros ambientes de imersão digital.

Por exemplo, o Midia Jardim Zoológico, em Leicester, no Reino Unido, criou mundos antigos para estudantes de Arqueologia o visitarem. Iniciativa similar permite que estudantes de Psicologia pratiquem os exercícios de retirada de uma plataforma de petróleo no caso de um incêndio e, ainda oferece laboratórios virtuais de genética como opção para aliviar o custo da construção de caros laboratórios físicos.

À medida que o tempo passa vamos ver universidades usando, cada vez, mais espaços virtuais com avatares de alunos e professores colaborando para um ensino inovador, para o processo de aprendizagem e projetos de pesquisa.

O mundo virtual vai continuar nos permitindo fazer o que não pode ser feito no mundo real, fornecendo plataformas para melhor atender a necessidade do processo ensino-aprendizagem.

- Professor Gilly Salmon era um membro do painel para NMC Technology Outlook Australian Ensino Superior 2012-2017, que foi lançado em 10 de maio de 2012.
Fonte: Portal ABMES Educa
Projeto abre 10 mil vagas em cursos on-line gratuitos de TI

  Uma parceria entre a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) e o governo federal vai oferecer 10 mil vagas em cursos gratuitos à distância na área da tecnologia da informação. O projeto vai abrir 10 mil vagas todos os anos. Além de apoio do MEC, o projeto conta com o financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O projeto Brasil Mais TI abre as inscrições para cursos nas linguagens de programação Cobol, Java e .net. Para concorrer, é preciso ter mais de 16 anos e passar por uma seleção de perfil profissional e de conhecimentos em tecnologia.

O site também vai lançar um portal de vagas gratuito, onde empresas de TI e candidatos com formação na área podem divulgar vagas e currículos. O lançamento do site, onde é possível se inscrever para os cursos, está previsto para hoje.
Fonte: Uol - Educação

domingo, 26 de agosto de 2012

Cinco startups que estão revolucionando o ensino online

  Confira lista feita pelo site Mashable; iniciativa de Harvard e MIT é um dos destaques

O movimento que está levando oportunidades de educação para o universo online tem cada vez mais adeptos de peso. O site Mashable publicou nesta semana uma matéria em que elege as cinco startups americanas de educação que mais vêm revolucionando o ensino virtual. De acordo com o texto, essas empresas têm conseguido altos investimentos e seus feitos, impulsionados pelo poder da internet, não mais se restringem aos limites nacionais, mas tem potencial de impacto em todo o mundo.

Veja também:

link Aprendendo de graça com os tops

Confira, a seguir, a lista elaborada pelo site e iniciativas brasileiras próximas que já foram abordadas pelo portal Porvir (http://porvir.org).

1. 2tor (http://2tor.com/)

Criada em 2008, a 2tor, que traz no nome uma brincadeira que funciona tanto em inglês quanto em português com a palavra tutor, faz parceria com universidades renomadas, como Georgetown e Washington University in St Louis, e as ajuda a construir seus cursos online. É também uma das startups mais bem financiadas: em abril deste ano, seus investimentos já estavam na casa dos US$ 97 milhões, o que daria algo como R$ 200 milhões. No mês seguinte, a 2tor foi considerada pela Forbes uma das 10 startups que estão mudando o mundo, numa lista que também contava com empresas como Instagram e Pinterest.

A 2tor oferece infraestrutura virtual que permite que os professores compartilhem informações com os alunos, criem aulas interativas e deem palestras, além de facilitar a interação social entre os estudantes. Cada uma das plataformas que constrói é adaptada às necessidades das universidades parceiras. Suas versões são acessíveis em celulares e tablets.

2. Udemy (http://www.udemy.com/)

A Udemy é uma plataforma em que é possível sugerir e fazer cursos, que podem ou não ser ligados a instituições de ensino. Alguns cursos são grátis, outros têm taxa. Os interessados em propor um curso podem reunir vídeos, arquivos de Power Point, em zip, áudio ou PDF. O site oferece cursos em 15 áreas, entre as quais tecnologia, com quase 300 opções, artes e linguagens.

Com quase 10 mil alunos, o curso mais popular atualmente é gratuito na área de tecnologia e se chama Ideas Come From Everywhere (Ideias vêm de todos os lugares, em livre tradução). As aulas foram propostas por Marissa Mayer, ex-executiva da Google que acaba se ser contratada pelo Yahoo.

A premissa básica do site é a de crowdlearning, um modelo coletivo de reunião de experiências de ensino e aprendizagem, que vem sendo experimentado no Brasil por sites como o Nós.vc e o Cinese.me e pelo Sabixão. Nos três casos, assim como na Udemy, os usuários dos sites podem sugerir aulas em que compartilharão conhecimentos nas mais variadas áreas de uma maneira simples e a preços acessíveis.

3. EdX (https://www.edx.org/)

Anunciado em maio deste ano, o EdX é uma iniciativa conjunta de Harvard e do MIT. A parceria, que agora inclui também a UC Berkeley, leva ensino online gratuito para pessoas de qualquer parte do globo. Entre os recursos do EdX há vídeos, quizzes, resultados de notas e interação com comunidades de estudantes. Depois de um curso piloto, as aulas começam de verdade agora no segundo semestre. As inscrições estão abertas e há sete opções, com e sem pré-requisitos de conhecimento.

Nos mesmos moldes, outra iniciativa que vale acompanhar é o Coursera. Inicialmente, a plataforma reunia disciplinas online de Stanford, Michigan, Pennsylvania e Princeton, mas neste mês recebeu outras 12 adesões, inclusive de universidades de fora dos EUA.

4. Voxy (http://voxy.com/)

Para suprir a demanda de plataformas de ensino de línguas estrangeiras, a Voxy tem como princípio permitir que os usuários aprendam “línguas estrangeiras com a vida”. Assim, os idealizadores da plataforma defendem que é preciso usar o contexto em que o aluno está inserido e as tecnologias móveis no ensino de línguas estrangeiras. A Voxy transforma as conversas da vida real, atividades e as informações cotidianas em aprendizado. O serviço permite que o estudante aprenda no seu próprio ritmo e acesse as lições conforme os seus interesses. Também oferece aplicativos para uso da plataforma pelo celular.

Desde janeiro do ano passado, quando foi lançada, a Voxy já chegou a um milhão e meio de usuários em mais de 20 países.

5. Noodle (http://www.noodle.org/)

O Noodle foi pioneiro ao propor uma ferramenta de busca especializada para a navegação em sites de educação. O sistema customizado de pesquisa se propõe a ser um serviço de curadoria de informação que ajuda estudantes e suas famílias a encontrarem as opções mais adequadas de escolas e cursos, da educação infantil à pós graduação.

Fonte: http://porvir.org/porcriar/5-startups-estao-revolucionando-ensino-on-line/20120731
Fonte: O Estado de São Paulo