terça-feira, 28 de setembro de 2010

Geração Y e os novos tempos

A chamada geração Y propõe, com o seu comportamento insubordinado, uma mudança no paradigma administrativo. As gerações anteriores estabeleceram o nosso direito a sobrevivência. Na sequência natural da evolução, esta geração quer mais do que simplesmente ver garantida a sua subsistência. É um grupo que busca sentido em tudo que faz, seja no trabalho, no lazer, nos relacionamentos, e em qualquer situação vivida. Quando se busca um sentido, a referência passa a ser interna, naquilo que é vivido diretamente. Em resumo, a pessoa precisa sentir-se bem para que a atividade seja válida. Não se faz coisas para que o outro aprove, promova, se ganhar mais dinheiro, ou qualquer outro valor externo. A geração Y fará o que for preciso para se sentir bem, para sentir-se plena, engajada e feliz.

Assim a manutenção física e material deu lugar à outra preocupação, a satisfação da alma. Mas poucos sabem disto e buscam aquilo que seu interior anseia pulando de uma atividade para outra, de um relacionamento para outro, de um emprego para outro, na medida em que a situação já não se mostra mais de acordo com seus apelos internos. Esta geração Y é uma conquista da própria sociedade, é a realização do sonho de muitas famílias que criaram seus filhos para serem felizes, e não simplesmente para cumprirem com seus deveres na ordem social. O cumprimento dos deveres está implícito, pois tem o exemplo da geração anterior como modelo, mas a proposta de ir além disto está também fortemente enraizada nesta turma irrequieta.

Por isso o perfil do gerenciamento desta geração Y não é aquela do líder carismático, onde o chefe empresta o seu entusiasmo e energia para motivar seus subordinados. A geração Y é motivada internamente, a partir do que sente e acredita. As lideranças empresariais na medida em que aceitam e compreendem esta natureza poderão aproveitar todo este potencial em beneficio de todos os envolvidos.

Este quadro aponta também para uma individualização do trabalho, onde o papel do líder torna-se limitado, pois cada pessoa precisa possuir dentro de si a noção dos objetivos corporativos, para sentir-se engajada no processo. Este processo de individualização proposto pela geração Y aponta para uma necessidade muito particular de capacitação pessoal. Isto significa investir em autoconhecimento, para proporcionar ao funcionário uma maior sintonia entre o trabalho realizado e seu perfil interno.

Tendo em vista que o funcionário da geração Y não permanecerá na empresa por fatores externos ou de sobrevivência, a sua atividade precisa estar finamente ajustada com o seu perfil interno, ou seja, precisa estar em sintonia com quem ele é como pessoa. Isso exige do setor de recursos humanos outra ótica em direção à colocação do empregado com esta característica da geração Y. Não basta uma qualificação técnica, o engajamento pessoal precisa ser priorizado, prevendo inclusive deslocamentos horizontais para que o entusiasmo e a visão do todo sejam privilegiados. Se esta ordem não for obedecida, a tendência ao desligamento espontâneo do funcionário continuará assombrando o quadro organizacional das empresas neste terceiro milênio.

- Marília Vargas é psicóloga, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trabalha com Psicoterapia há mais de 20 anos. Ministra cursos e palestras sobre temas relacionados ao aprimoramento humano na busca por uma vida mais rica e feliz. ieme8@iemecomunicacao.com.br

Fonte: LogWEB

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Empresas flexibilizam horários para atrair a Geração Y

Como estratégia para reter os profissionais da chamada Geração Y, 40% das empresas adotam a flexibilidade de horários, revelou pesquisa realizada pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) com gestores de Recursos Humanos das empresas associadas.

A Geração Y é formada por profissionais nascidos a partir da década de 1980 até meados dos anos 2000. Caracterizados por serem otimistas, sociáveis, apegados às amizades, terem facilidade para aprender, disposição em exercer a cidadania, adeptos do trabalho coletivo e terem alto interesse na vida profissional, os Ys têm dificuldade para lidar com pessoas difíceis no ambiente corporativo.

Mais peculiar, essa geração exige esforço das empresas. Não é à toa que a pesquisa revelou que 34,5% das companhias abordadas criam planos de carreira específicos para esses jovens colaboradores.

Desafios
Dos desafios apontados pelos entrevistados para lidar com essa geração, estão a necessidade constante de motivação para atuação em projetos e tarefas cotidianas, citada por 52,9%, e ajustes na adaptação aos modelos hierárquicos de gestão, lembrados por 35,6% das empresas.

O estudo mostrou que metade das companhias participantes conta com mais de 30% dos jovens da geração em seu quadro de funcionários. Questionados sobre as vantagens de terem profissionais da Geração Y na equipe, 63,2% citaram as ideias e práticas criativas como as mais importantes, enquanto outro aspecto importante lembrado sobre estes profissionais foi o melhor uso das ferramentas tecnológicas nas empresas.

De acordo com a Amcham, com base em conclusões obtidas no seu Comitê de Gestão de Pessoas, os jovens têm planos de permanecerem nas companhias, desde que possam exercer suas funções com autonomia, espaço para ideias, relação de confiança com os chefes e oportunidades de emprego.

Fonte: InfoMoney - São Paulo/SP

sábado, 18 de setembro de 2010

Educar na Cultura Digital

Fundações lançam grupo de estudos

Em uma parceria digital, as fundações Santillana e Telefônica lançam na internet um novo Grupo de Estudos sobre a cultura digital nas escolas: o grupo Educar na Cultura Digital. A proposta é incitar através da rede o debate sobre como professores e escolas poderão se apropriar da tecnologia digital para educar uma nova geração de estudantes, contemporâneos às redes sociais, aos sites de busca e a todos os recursos digitais que a rede oferece.

O Grupo de Estudos foi projetado em um espaço online, com ambiente interativo, na plataforma tecnológica de ensino à distância do Programa EducaRede, da Fundação Telefônica. As inscrições para participar do debate já podem ser feitas, gratuitamente, no endereço www.educarnaculturadigital.org.br.

Quem participar do curso terá acesso a materiais didáticos de apoio, com indicação de fontes de pesquisa, além de recursos como bate-papos e palestras com especialistas que serão transmitidas via streamer pela TV Web da Editora Moderna, que no Brasil é controlada pelo grupo Santillana.

De agosto a dezembro deste ano, o Grupo de Estudos seguirá a realização de cinco módulos de pesquisa, em torno dos seguintes temas: Mundo Digital; Geração Interativa (ou Geração Y); Aprendizagem na Cultura Digital; Ensino e Inovação Pedagógica; e Avaliação do uso das TIC.

Fonte: Terra - Educação

Concessões das empresas para se adaptar à rotina da geração Y.

Por que jovens profissionais são tão valiosos para as empresas?



O que essa tal geração Y possui para contribuir dentro das empresas?
Embate de gerações: como motivar os profissionais da "Geração Y"?
Jovens da geração Y podem ser divididos em quatro tipo de profissionais
Mais de um terço das empresas buscam adaptar-se às exigências da geração Y. Isso é o que mostra um estudo realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham). O levantamento aponta que 34,5% das companhias criam planos de carreira específicos para estes jovens e 40% adotam flexibilidade de horários.

De acordo com o especialista em carreiras e diretor Geral da Trabalhando.com no Brasil, Renato Grinberg, a adaptação é benéfica. "Os mais experientes estão tentando entender os objetivos e as vontades daqueles que compõem a geração Y e, como é interessante mantê-los na equipe, adotam tais mudanças", afirma o executivo.

Grinberg acredita, no entanto, que ainda falta sinergia entre as gerações. "Será que os jovens estão com a mesma disposição (das empresas) para adaptarem-se?", questiona. Segundo o especialista, essa é a grande dificuldade, pois os profissionais mais novos nem sempre estão dispostos a ceder em prol da contratante. "Alguns, inclusive, preferem procurar outra oportunidade mais adequada a tentar mudar determinado comportamento", explica Grinberg.

Os participantes da pesquisa concordam que entre os maiores desafios para lidar com estes colaboradores e mantê-los na equipe estão a necessidade constante de motivação em projetos e tarefas cotidianas, segundo 52,9%; e adaptação aos modelos hierárquicos de gestão, para 35,6% dos gestores.

Em contrapartida, contratar jovens talentos tem muitos benefícios. De acordo com Renato Grinberg, entre as características positivas deles estão a agilidade e a criatividade, ponto também abordado na pesquisa, realizada com 87 gestores de Recursos Humanos de empresas associadas à Amcham.

De acordo com as informações apuradas, aproximadamente 63% dos entrevistados ressaltaram as idéias e práticas criativas como o mais importante entre os mais novos. Outro aspecto fundamental é o melhor uso de ferramentas tecnológicas nas empresas. "Quando o assunto é tecnologia, eles certamente saem na frente", ressalta Grinberg.

"Diferente dos mais experientes, eles já nasceram na era do computador e da Internet, tendo mais facilidade na aprendizagem e um conhecimento de novas ferramentas quase natural. E isso é algo que as empresas buscam aprimorar sempre, independente da sua área de atuação", complementa o executivo.

A adaptação para reter talentos sempre houve nas companhias, porém, para os especialistas é preciso ter em mente que em todo relacionamento deve haver uma troca mútua. "Espera-se da empresa que entenda seus funcionários, mas está a cargo da equipe valorizar as mudanças e procurar uma troca justa entre as partes", finaliza Grinberg.

Fonte: www.administradores.com.br

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Inovação tecnológica impulsiona inovação pedagógica

"A inovação tecnológica não traz, sozinha, a mudança; ela impulsiona a inovação pedagógica", diz Maria Elizabeth Almeida, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), sobre o programa UCA (Projeto Um Computador por Aluno), do governo federal. A professora, que ajudou a implantar o piloto da ação no país, diz que as inovações tecnológicas, tais como os computadores do projeto, são apenas ferramentas para que haja a inovação pedagógica", diz.

Segundo Elizabeth, que participou do 3º encontro sobre laptops na educação, em São Paulo, não há resistência por parte dos professores para a aplicação do projeto, mas a alta rotatividade dos docentes temporários das redes públicas e a rigidez dos currículos podem limitar o uso de micros em sala. "É difícil transformar a mobilidade tecnológica em mobilidade pedagógica, porque os currículos têem margem de abertura pequena. O computador provoca a abertura disso, e isso provoca o repensar sobre o que é o currículo", diz.

Durante o encontro, foi reforçada a ideia de que o docente não deve somente repassar conhecimento, mas deve ser um "facilitador", ou seja, ele também deve atender às demandas das crianças e pode, inclusive, aprender com elas.
Sala de computação x computador

A professora explica que a principal diferença entre uma sala de computação e programas que dão um computador aos alunos é que, no primeiro, não ocorre a imersão do estudante: "Não se faz mudança ou imersão indo [na sala de computação] de vez em quando. Os alunos já chegam na escola com a linguagem digital, mas o uso na sala de aula é mais intenso", diz.

"Isso não significa que seja uma digitalização da educação. O uso do computador deve ser feito quando ele traz contribuições efetivas; mas ele tem que estar à mão para que isso aconteça."
Burocracia na implantação

Ela concorda que a burocracia torna o processo de aquisição dos micros mais lento, e destaca que, além do tempo da compra, há também o tempo da implantação: segundo a docente, isso varia de acordo com o nível de inclusão digital dos professores. Outra questão que Elizabeth ressalta é que, na implantação, é necessário que se crie oportunidades para que os docentes façam parte do projeto: "O que não pode ter é um treinamento; o desenvolvimento deve ser em conjunto", diz.

"É um projeto que nos desafia, mas se acreditarmos que a inserção do país na sociedade tecnológica passa pela inclusão digital, isso deve passar também pela escola", conclui.


Fonte: Uol - Educação

sábado, 11 de setembro de 2010

Consultor da Unesco defende maior uso de ensino a distância para aumentar acesso à educação

O maior acesso a tecnologia apresentado na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de Municípios) 2009 é um incentivo ao uso de EAD (Educação a distância) no país, defende o consultor da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Célio da Cunha. "O Brasil tem condições de fazer a educação chegar em locais mais longínquos, não podemos perder essa oportunidade", diz.

"Se for bem organizada e de qualidade, ela [a EAD] preenche o seu papel e tem condições de adquirir qualificação pública. Mesmo nas escolas tradicionais é possível ampliar o uso desse sistema", diz.

Para Cunha, o país está "acordando" para a importância da educação, mas ainda não ostenta resultados bons. "Precisamos transformar a educação numa prioridade do país, numa política de Estado; não podemos cometer o erro de não priorizá-la", opina.

Os principais problemas da pasta, na visão do consultor, são o financiamento, a formação e carreira dos professores e a falta de um sistema federativo de educação. "Precisamos acordar um pacto entre união e Estados e municípios para que todos olhem na mesma direção, para que as políticas fiquem acima de disputas partidárias. Esse é um tripé fundamental para uma próxima política de educação", diz.
Analfabetismo funcional

Sobre o analfabetismo funcional, o consultor, que também é professor da UnB (Universidade de Brasília), diz que é preciso que a educação seja de forma continuada. "Entramos na era da educação continuada, essa expressiva população tem que ser objeto de políticas de educação continuada, aliando um componente fundamental: a educação profissional, que é, historicamente, deixada de lado."

"Praticamente um terço dos estudantes brasileiros abandonam a escola porque ela não atende às suas ambições. É preciso que haja o aumento de vagas nos cursos técnicos. Não se presta atenção no mercado informal, mas falta oferecer a esse grande contingente uma educação que possa melhorar a vida dessas pessoas, aumentar seus rendimentos", diz.

Fonte: Uol - Educação

terça-feira, 7 de setembro de 2010

As redes sociais na escola

Como professores e alunos estão usando Orkut, Twitter, Facebook, MSN e blogs na sala de aula?

O estudante põe os livros de lado e dá uma escapada para ver os recados do Orkut, as novidades do Twitter, os últimos vídeos do YouTube... E aí a concentração já era. É por isso que professores se queixam de ter que disputar a atenção dos jovens com o descompromisso das redes sociais. Alguns educadores, porém, decidiram usar esses sites a seu favor. Eles perceberam que os recursos podem ajudar, e muito, no processo de aprendizagem.

No Brasil, o professor está começando a olhar as redes como ambientes virtuais que oferecem muitas formas de interação e estimulam o contato com a diversidade sociocultural, acredita Sônia Bertocchi, capacitadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). As iniciativas ainda são acanhadas. Poucos experimentam, por exemplo, mediar um debate on-line sobre um assunto determinado. Eles estão engatinhando no uso da tecnologia na educação, e o das redes, então, é menos explorado ainda, diz a pesquisadora Luciana Maria Allan, diretora do instituto Crescer para a Cidadania. Segundo ela, falta formação específica para a área, tanto no setor público quanto no privado. Os professores têm que se familiarizar com a tecnologia e, depois, saber usar para finas educacionais, o que é outra história.`

Os educadores que tentam manejar as redes, em geral, agem por conta própria, sem que sejam incentivados pela escola. O comum são ações isoladas, confirma Sônia, que também é gestora da rede social Minha Terra, criada em 2007 com fins puramente educacionais. Gerida pelo Cenpec em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a rede conta com mais de 9 mil alunos e professores inscritos, quase todos de escolas públicas sediadas em 24 estados. No portal, que incorpora Twitter e YouTube, é possível criar comunidades e blogs, participar de fóruns de discussão e partilhar imagens e textos. Os educadores devem perder o preconceito de que as redes e outras ferramentas da Web 2.0 são inimigas do processo educativo, defende outro gestor da Minha Terra, Claudemir Viana. Muitos deles são acomodados e usam a desculpa de que essas tecnologias fazem a escola perder a razão de ser, mas é o contrário. O bom uso delas depende da mediação do educador, complementa.

A aula não para

Os alunos matriculados na disciplina "computadores na educação", da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB), usam um blog e uma comunidade no Orkut para discutir, indicar textos e divulgar vídeos hospedados no YouTube. A mediação é feita pelo professor Gilberto Lacerda. Eu organizo a disciplina de modo que eles dominem esses recursos, ressalta. Crio intertextos e obrigo os alunos a transitarem de uma rede para outra, o que dinamiza a relação educativa. Gilberto acredita que os currículos acadêmicos estão se adaptando. “Não somente na UnB, mas nas faculdades Brasil afora, há uma crescente preocupação com esse tipo de formação no uso da tecnologia.

Um de seus aprendizes, Pedro Nascimento, 23 anos, afirma que a disciplina ocorre a todo tempo no mundo virtual. De madrugada você pode ir lá e postar um comentário”, explica. Ele diz que acessa seu perfil no Orkut cerca de seis vezes por dia, mesma frequência da colega Patrícia Ruas, 22 anos. A gente aprende a ver as redes com outros olhos, revela a moça. O problema é que tem gente que só usa o Orkut para fazer amigo, arrumar namorado. Em um fórum de discussão, você pode encontrar gente mais experiente, que pode te indicar um livro, uma monografia, acrescenta o rapaz.

Informalidade na relação entre professor e aluno

A internet é algo recorrente na vida dos alunos. A gente tem que mergulhar nesse mundo também, afirma o professor de biologia Marcelo Lasneaux, do colégio Galois. Ele mantém um blog no qual publica textos relacionados à sua disciplina e ancora uma página com os slides usados nas aulas. Também tem um espaço para enquete. Praticamente todo dia eu tenho resposta. Os alunos escrevem comentários, dúvidas, destaca. Marcelo também é seguido pelo Twitter, no qual divulga datas de provas e notícias relevantes publicadas na imprensa. Ele evita contatar os estudantes pelo Orkut. Ele está totalmente desacreditado, do ponto de vista educacional, justifica. É uma coisa que trouxe muitos problemas, como rixas entre os alunos, cyberbullying. E tem essa história dos fakes (perfis falsos), que eles inventam, usam o nome de outra pessoa, observa.

Em sua preparação para o vestibular, Gustavo Dias, 18 anos, aproveita a iniciativa do professor Marcelo. O blog facilita o estudo. Às vezes, ele passa um conteúdo que não entendi muito bem, aí em casa eu baixo os slides e reviso. Apesar disso, suas pesquisas pela internet não rendem muito. Eu me desconcentro, fico acessando outros sites que não têm nada a ver, admite. Ele também não costuma recorrer ao Orkut. É uma coisa que me distrai demais. É raro você ver gente que o utiliza para pesquisa, é um recurso que podia ser mais bem trabalhado. Mesmo assim, Gustavo aprova o uso das redes sociais. A relação com o professor fica mais próxima, não se dá somente no tempo da aula. Às vezes uma pessoa meio tímida se sente à vontade para fazer perguntas que não faria em sala, afirma. Pedro, aluno de Gilberto Lacerda, concorda: Por ser um meio mais informal, dá segurança ao aluno, que vê o professor como alguém que quer construir conhecimento com ele e em prol dele.

Educar para a cultura digital

O pesquisador Lúcio França, também da FE da UnB, coordenou a criação de uma espécie de YouTube dedicado exclusivamente à atividade educacional. O site, batizado de Proeja Transiarte Tube, foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Goiás e teve financiamento do MEC. O portal inclui o compartilhamento de gravações em áudio, documentos e fotos. A vantagem de criar nosso próprio site é que nele só podem ser publicados arquivos de caráter educacional, afirma França. A rede é utilizada apenas por alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos de uma escola da Ceilândia, mas está aberta a qualquer pessoa ou instituição que queira se cadastrar. Há muito conhecimento espalhado pelas redes sociais. Você pode encontrar pessoas com os mesmos interesses intelectuais, opina o pesquisador, ao ressaltar que o uso de redes sociais no processo educacional é hoje quase uma necessidade. Os educadores ainda estão lentos para perceber essa importância porque foram educados com base no papel. Muitos resistem, lamenta.

Preocupadas com a segurança de seus alunos, algumas escolas preferem criar redes internas para poder controlar as informações publicadas e evitar que sejam vistas por qualquer um. "Não concordo. É a mesma coisa que ter um filho e não deixá-lo ir à rua porque pode ser atropelado, pego por um pedófilo", argumenta Sonia Bertocchi, capacitadora do Cenpec. "Temos que ensinar o jovem a estar na internet, passar conceitos de responsabilidade e privacidade. Cabe à escola educar para a cultura digital", defende. A estratégia de uso da rede deve ser bem planejada pelo educador. “Dá para tirar proveito de qualquer ferramenta, desde que se saiba do que o grupo precisa e quais recursos são mais adequados para atingir suas finalidades", explica Luciana Maria Allan, do instituto Crescer para a Cidadania. "O professor precisa estimular o aluno a pesquisar e refletir. O importante é não só entulhar o espaço virtual de material, mas criar um ambiente de permanente debate."

Seu professor deve utilizar as redes sociais como ferramentas de aprendizagem?

Eu acho muito mais legal quando a disciplina agrega essas tecnologias. A gente está acostumada com aquela aula chata, o professor lá na frente, falando. Acaba que todas as aulas ficam iguais, o aluno perde o interesse. É bom quando surge algo diferente. Nunca tive um professor que usasse as redes sociais nesse sentido educacional, para promover discussões... O aprendizado seria mais dinâmico. Normalmente, quando a gente entra nas redes é para se distrair mesmo, não para ver coisas relacionadas a estudo. Eu mesmo nunca usei para pesquisar nem nada assim. Mas talvez desse certo: as pessoas acessam muito as redes e de vez em quando poderiam entrar no que o professor pedisse. A relação entre ele e a gente ficaria mais informal, já que a gente usa na internet uma linguagem mais solta. Eu uso muito o Orkut também para perguntar para os meus amigos coisas de escola, tirar dúvida sobre alguma matéria. Se tivesse um professor (na rede), seria mais legal.

O melhor tipo de aula é aquela em que o professor se expressa bem e os alunos são realmente interessados na matéria. O diferencial é sempre o educador em sala de aula. Porém, essas ferramentas virtuais, como as redes sociais, são meios de chamar mais os estudantes. O problema é que as redes são mais usadas para conversar futilidades, os jovens teriam resistência a vê-las como instrumentos de educação. Existem comunidades no Orkut, por exemplo, que se preocupam com o debate intelectual, mas elas são minoria. Aqui na universidade, eu tive um professor que criou uma comunidade para a disciplina dele, mas quase nenhum aluno entrou. Ele também fez um blog, só que a gente não utilizava, faltou interatividade. O hábito até poderia ajudar: a pessoa que tem o costume de acessar determinada rede, que já tem familiaridade com ela, também poderia passar a usá-la para discutir temas relevantes, indicar leituras, se fosse orientada por um professor. Para que isso acontecesse, a relação ent re professor e aluno teria que ser mais íntima e informal. Com o tipo de professor que gosta de manter uma relação hierárquica com os alunos, a utilização das redes seria infrutífera.

Fonte: Correio Braziliense - DF

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

16º Congresso Internacional de Educação a Distância

Por Larissa Leiros Baroni, de Foz do Iguaçu (PR)

- Evasão em EAD é menor do que em cursos presenciais

Evasão na modalidade a distância é menor do que a do ensino presencial. Enquanto 18, 5% dos alunos que ingressam nos cursos de EAD não concluem a graduação, o índice da desistência nos programas presenciais das instituições privadas é de 19,1%. Os dados foram apresentados durante o 16º Congresso Internacional de Educação a Distância, na tarde desta quarta-feira, 1° de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná. O evento será realizado até 3 de setembro.

Ainda que os números da EAD sejam favoráveis se comparados ao panorama da educação presencial, Bruno Jorge, assessor de diretoria do Cesumar (Centro Universitário de Maringá), afirma que o índice de evasão tem acompanhado o crescimento do setor. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2008, 430.259 estudantes ingressaram em programas de educação a distância, mas apenas 70.068 se graduaram. Em 2002, a proporção era de 20.685 ingressos para 1.712 concluintes. [Leia a matéria na íntegra](site do Universia.)

- Redes sociais em debates

Com crescimento das redes sociais, tema ganha destaque no 16º Congresso Internacional de Educação a Distância, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ainda que a comunidade acadêmica reconheça o potencial dessas ferramentas, práticas que aproximam a tendência tecnológica aos processos pedagógicos da educação a distância ainda não são expressivas.

Na opinião de Patrícia Lupion Torres, diretora da área de Educação da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), as instituições estão mais abertas para recorrer às redes sociais - Orkut, Facebook, Twitter - principalmente para intensificar seus processos de marketing. Falta, no entanto, segundo ela, explorar o potencial dessas ferramentas no processo pedagógico. "A maioria dos professores são imigrantes digitais, por isso ainda não estão totalmente adaptados com as novidades tecnológicas", afirma ela. [Leia a matéria na íntegra](site do Universia)

- Faltam docentes qualificados para EAD, diz secretário

Faltam profissionais qualificados para atender à demanda de crescimento da EAD no Brasil. Foi o que disse Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de educação a distância do MEC (Ministério da Educação), durante a primeira sessão plenária do 16º Congresso Internacional de Educação a Distância, realizada na manhã desta quarta-feira, 1º de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná.

O investimento em mão de obra qualificada, segundo ele, é essencial para garantir a qualidade dos cursos oferecidos na modalidade a distância. Ainda que a importância seja reconhecida pela comunidade acadêmica, Bielschowsky afirma que são poucas as instituições de Ensino que priorizam essa prática. "Para fazer educação a distância é preciso gastar. Não dá para cobrar mensalidade de R$ 100 e, ao mesmo tempo, assegurar a qualidade do Ensino", garante o secretário, que aponta a contratação de recursos humanos como um dos itens mais caros do processo. "EAD tem docência. É inevitável pensar em um sistema de Ensino sem a figura de um professor, mesmo que a distância". [Leia a matéria na íntegra] (site do Universia)

Serviço:
16º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância
Local: Mabu Thermas e Resort, em Foz do Iguaçu
Data: De 31 de agosto a 3 de setembro
Informações: www.abed.org.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Encontro de EAD

Encontro no RJ vai debater potencial da Educação a Distância

ENSP, publicada em 10/08/2010

Com o tema EAD como estratégia para a implementação de políticas públicas, a ENSP/Fiocruz, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, realizará o III Encontro Nacional de Educação a Distância para a Rede de Escolas de Governo. Voltado para gestores representantes das Escolas de Governo e das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, o evento, que acontecerá entre os dias 27 e 29 de outubro, no Rio de Janeiro, irá discutir o potencial da EAD. As inscrições para o envio de trabalhos estão abertas até o dia 13 de setembro.

O encontro será divido em mesas-redondas, oficinas, sessões de pôsteres comentados, discussão em rodas e sessão cultural. Seu principal foco é colocar, no centro da discussão, o potencial da educação a distância neste processo e contribuir para criar instrumentos para que todas as Escolas de Governo que integram a Rede possam desenvolver e operar um sistema de formação baseado na educação a distância. Dentre os temas já definidos para o encontro estão: a elaboração e produção de vídeos, com o Vídeo Saúde; as tecnologias aplicadas à Educação a Distância, com a EAD/ENSP; e a elaboração de projetos de educação a distância, também com a EAD/ENSP.

A comissão organizadora do evento tem como presidentes o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, e a presidente da Enap, Helena Kerr do Amaral. O coordenador geral da comissão é Victor Grabois, pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento da ENSP.

As inscrições para o evento são gratuitas, mas, por se tratar de um encontro direcionado a gestores, o aceite da inscrição estará condicionado à avaliação da comissão organizadora. Os interessados devem preencher o formulário e criar login e senha para acessar a página do evento, enviar trabalhos, acompanhar e imprimir comprovante de inscrição. Os resumos, que serão recebidos até 13 de setembro, deverão ser enviados exclusivamente por meio do formulário eletrônico.

Confira, aqui, todos os detalhes para submissão de trabalhos

Os resumos devem abordar o temário de experiências, com apresentação de resultados relevantes em educação a distância para a formação em políticas públicas nas seguintes áreas: saúde; educação; inclusão social; gestão; mecanismos de participação e controle social; defesa do patrimônio público, da fiscalização da utilização de recursos públicos e ao incremento da transparência da gestão; e poder judiciário e no poder legislativo em escala nacional, estadual e municipal.

Saúde: apoio às políticas de qualificação da gestão do SUS, da construção e gestão das redes e da organização e gestão de políticas voltadas a segmentos específicos - saúde materno-infantil; prevenção da violência contra a criança; saúde do trabalhador, entre outras áreas.

Educação: apoio às políticas de qualificação do magistério, da gestão educacional, ao desenvolvimento e gestão de políticas de educação inclusiva, entre outras áreas.

Inclusão Social: apoio às políticas de qualificação da gestão de programas sociais, ao desenvolvimento e gestão de iniciativas vinculadas à geração de emprego e renda.

Gestão: apoio às políticas de qualificação na gestão pública, ao desenvolvimento de políticas voltadas à gestão por competências nos órgãos da Administração Pública.

Mecanismos de Participação e Controle Social: apoio às políticas de qualificação do controle social das políticas públicas e de fortalecimento dos mecanismos de participação da população e dos usuários dos serviços públicos.
Defesa do patrimônio público, da fiscalização da utilização de recursos públicos e ao incremento da transparência da gestão: apoio às políticas de qualificação da defesa do patrimônio público, e do fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e do incremento da transparência da gestão.

Poder Judiciário e no Poder Legislativo em escala nacional, estadual e municipal: apoio às políticas de qualificação da gestão e do incremento da transparência na gestão.