sábado, 28 de maio de 2011

Como resistir à tecnologia em sala de aula?

Recentemente em um debate na aula de Pedagogia surgiu uma indagação: Porque será que os professores são tão resistentes a tecnologia?

Diversas discussões em paralelo surgiram: medo, despreparo, falta de qualificação, falta de capacitação, ciúmes e outras coisas mais. Por horas discutimos e o único consenso foi que falta capacitação aos professores e que a tecnologia é uma ferramenta de apoio pedagógico que pode ser um elo aos alunos.

Não há como discutir, a tecnologia tem invadido nossas vidas,e esta presente tudo que fazemos, seja para se comunicar, alimentar, locomover, comprar e outras atividades rotineiras. Basta olhar para os computadores, equipamentos eletrônicos e de comunicação, que têm invadido nossos lares e tomado parte de nossa vida.

O termo tecnologia refere-se a tudo que se inventou, tanto artefatos como métodos e técnicas, para estender a capacidade física, sensorial, motora ou mental do homem, facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer.

A tecnologia educacional é um pouco diferente da tecnologia, pois, ela pode ou não ser utilizada, ficando a cargo dos professores e da coordenação pedagógica essa decisão. Diferente da sociedade que tem que se adequar as novas formas de viver ela simplesmente colabora e permite novos caminhos e soluções para sanar as deficiências de ensino.

A tecnologia não irá em nenhum momento substituir a figura do professor, mas ela pode ajudar na construção coletiva dos conhecimentos. No Brasil através do governo federal instalou até o ano passado cerca de 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras, atingindo 98% dos municípios brasileiros, e em 2011 estará capacitando todos os monitores e professores por meio de parceria entre o Ministério das Comunicações e da Educação.
Até 2014 , está previsto que seja implantada uma rede com 100 mil telecentros. Esses telecentros serão compostos por dez computadores, um servidor central, central de monitoramento com câmera de vídeo, impressora a laser, projetor multimídia e todo mobiliário (cadeiras e mesas).

A tecnologia serve de apoio ao professor com as mídias, som, imagem, filmes, pesquisas, promovendo a criatividade e o estímulo aos alunos. Diante do avanço tecnológico, o professor não é encarado como um técnico, mas um profissional que desenvolve, implementa inovações, participando ativamente e criticamente do processo, transformando-se em um agente dinâmico cultural, social e curricular que possa tomar decisões educativas e elaborar projetos com os colegas controlado pelo coletivo.

Portanto , não há como deixá-la de lado, aos diretores e coordenadores pedagógicos das escolas, cabem propor maneiras de utiliza-lá no projeto pedagógico, aos professores de inserir no contexto e aos governantes de capacitar todo mundo! Sem ela não há como interagir com esse novo aluno deste século.

Fonte: JorNow - Ribeirão Preto

sábado, 14 de maio de 2011

9º Fórum Universitário Pearson

Profissão docente: superando os desafios de uma sociedade conectada.

O ensino superior brasileiro tem vivido tempos difíceis. Embora o número de alunos tenha crescido muito nos últimos anos, ultrapassando os 5 milhões de estudantes em 2009, a taxa anual média de evasão tem se mantido em torno de 22%. Vários são os motivos para um aluno abandonar o curso, mas aqueles que ficam apontam que a qualidade da interação com o professor é a maior responsável por sua decisão de permanecer na instituição. Foi o que constatou o professor Vincent Tinto, da Universidade de Syracuse (EUA), considerado uma das maiores autoridades no assunto.

O que nós, docentes de ensino superior, devemos fazer para manter a motivação, presencialmente ou à distância, em alunos tão diversificados? As novas tecnologias podem ajudar ou atrapalhar a prática docente? Estamos preparados para receber em nossas salas de aula gerações cada vez mais “conectadas”?


DATA E LOCAL:

8 de junho de 2011 – Quarta-feira
Centro de Convenções Sulamérica
Av. Paulo de Frontin, 01
Cidade Nova - Rio de Janeiro

terça-feira, 10 de maio de 2011

Uso de computador ainda assusta professores da rede pública do Rio

Uso de computador ainda assusta professores da rede pública do Rio

A professora Maria Helena Ferreira Moreira utiliza aulas digitais com os alunos da Escola Municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí.

RIO - Em pleno século XXI, o mundo virtual ainda é um território que causa medo em muitos professores. Uma pesquisa realizada em parceria pela Secretaria municipal de Educação do Rio, pelo Instituto Oi Futuro e pelo Ibope com 5.505 docentes revela que mais da metade deles (53%) admitiu ter dificuldades em lidar com tecnologia na escola. Entre 1.532 diretores de colégios entrevistados, a porcentagem também foi de 53%. O levantamento ouviu ainda 25.145 alunos: 40% disseram ter problemas para usar a informática nas unidades de ensino.

- Até há pouco tempo, havia uma relação de poder onde o professor era o detentor da informação. Era uma via de mão única. O que estamos notando agora é que os alunos estão um pouco à frente dos docentes, mais familiarizados com tecnologia. E os professores ainda não estão preparados para a aplicação pedagógica. Esse descompasso revela a necessidade de um processo de treinamento e acompanhamento dos profissionais - comentou o vice-presidente do Instituto Oi Futuro, George Moraes.

LEIA MAIS: "O fracasso é importante", afirma diretora de empresa de tecnologia

Apesar de acusarem a falta de habilidade, os docentes querem aprender: 83% apontaram os cursos de informática como os mais importantes para o aperfeiçoamento da sua atuação profissional.

A pesquisa foi realizada entre maio e julho do ano passado e só foi divulgada agora, como parte da preparação para um projeto ousado da prefeitura do Rio. Com apoio do Oi Futuro e do Ministério da Educação (MEC), o município começou este ano a implementar em todas as turmas de segundo segmento do ensino fundamental (6 ao 9 ano) um sistema de aulas digitais: o Educopédia. O investimento total é de cerca de R$ 30 milhões, e o objetivo da Secretaria municipal de Educação é chegar até o segundo semestre com o programa completo em 430 unidades.

Professores já têm projetores nas salas de aula

Atualmente, mais da metade das escolas com segundo segmento já está utilizando as aulas digitais. Foram instalados nas salas de aula projetores em que os professores expõem o conteúdo do site (www.educopedia.com.br). Elementos como vídeos e jogos auxiliam nos conteúdos das disciplinas. Os docentes têm material disponível para uma aula por semana. Na Escola Municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí, na Zona Norte, a professora de matemática Maria Helena Ferreira Moreira é uma das entusiastas da tecnologia, mas admite que muitos colegas ainda têm resistência.

- É preciso entender o novo papel de mediador na sala de aula. A tecnologia é um instrumento dinâmico, atrativo, que envolve o aluno e o motiva mais - destacou Maria Helena.

A intenção da Secretaria de Educação é que cada aluno possa realizar as atividades do Educopédia em seu próprio netbook. Os equipamentos já começaram a chegar a algumas escolas. Na Epitácio Pessoa, repórteres do GLOBO acompanharam última quarta-feira a primeira turma da unidade, de 6 ano, que trabalhou com os computadores. A alegria foi tanta que foi difícil convencer os alunos a irem para o recreio.

A ousadia de colocar um computador para cada aluno emperra em dificuldades. A prefeitura teve que cancelar o contrato de internet de alta velocidade nas escolas porque a empresa não conseguiu cumpri-lo. Até o meio do ano, deve ser feita uma nova licitação. A conexão é fundamental no projeto. Por uma nova plataforma que está sendo desenvolvida, será possível até que cada aluno tenha um caderno virtual, onde poderá responder a provas objetivas, que poderão ser corrigidas automaticamente. Cada estudante já está recebendo uma senha de e-mail que será a sua assinatura no Educopédia.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/08/uso-de-computador-ainda-assusta-professores-da-rede-publica-do-rio-924411775.asp#ixzz1Lx7mDMN4

Fonte: O Globo on line

sábado, 7 de maio de 2011

Universidade corporativa e a geração de saber

Por criação do conhecimento organizacional, queremos dizer a capacidade que uma empresa tem de criar conhecimento, disseminá-lo na organização e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas.

A educação corporativa, nos moldes modernos de gestão, tem sido uma das mais importantes ferramentas para as organizações alcançarem a competitividade, promoverem o alinhamento estratégico e cultural e também para o desenvolvimento de talentos. Por isso mesmo, tem ocorrido o fenômeno da expansão das universidades corporativas em empresas multinacionais e, mais recentemente, nas companhias brasileiras de grande porte.

A primeira a lançar o conceito de escola empresarial foi montadora General Motors ao criar, em meados de 1927, a General Motors Engineering and Management Institute (GMI). Trinta e dois anos depois, em 1955, foi a vez da General Eletric fundar a Crotonville Management Development Institute. Hoje, as universidades geridas por empresas são uma verdadeira febre nos Estados Unidos e Europa.

No fluxo da tendência internacional, por volta dos anos 90, as universidades corporativas chegaram ao Brasil. A Accor foi a primeira a criar sua academia no País. Ao final daquela década, dez escolas empresariais já haviam se estabelecido em todo território nacional. Em 2009, segundo um levantamento feito pela professora Marisa Eboli, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP), o Brasil abrigava cerca de 250 institutos de aprendizagem mantidos por empresas brasileiras.

Na verdade, as universidades corporativas surgiram a partir das áreas de RH (Recursos Humanos) que, além do ensino formal, necessitavam capacitar os profissionais às estratégias de gestão de negócios e de mantê-los permanentemente atualizados. Mesmo não sendo reconhecida pelo Ministério da Educação, a nomenclatura universidade ou academia, centro ou instituto empresarial demonstra credibilidade e revela a importância do aprendizado contínuo dentro das corporações.

As possibilidades geradas por uma universidade corporativa acabam por disponibilizar o conhecimento de forma a englobar conceitos fundamentais relacionados à aprendizagem organizacional, porém, de maneira geral, essas ainda encontram-se ligadas às áreas de gestão de pessoas e não da gestão do conhecimento como seria o ideal. Competências como criatividade, intuição, visão estratégica, entre outras, ainda não são ensinadas por esses institutos. Sua missão é basicamente formar, desenvolver e reter talentos atualizados na gestão de negócios, vislumbrando as estratégias da organização.

Segundo os estudiosos da educação corporativa, além de se responsabilizar pelo aprendizado de novas qualificações e competências, para ter efetividade, é importante que os currículos básicos das universidades corporativas incorporem três itens fundamentais: Cidadania Corporativa, Estrutura Contextual e Competências Básicas.

A Cidadania Corporativa preocupa-se com os valores, visão, costumes e tradições da empresa. Já a Estrutura Contextual trabalha com a visão macro do negócio de atuação da companhia e, por fim, as Competências Básicas relacionam-se com o ambiente corporativo, estimulando a troca de informações, a perspicácia, o conhecimento de tecnologias, a criatividade e a sua disseminação. É necessário também ampliar a cadeia de valor incluindo parceiros externos como clientes, distribuidores e fornecedores.

Os investimentos, realizados pelas companhias para a manutenção de suas universidades corporativas, retornam rapidamente, pois os programas de educação continuada acompanham as necessidades e os anseios da organização orientados pela visão de negócio e na estratégia de cada empresa, obtendo os melhores resultados com o crescimento qualitativo e quantitativo do empreendimento.

Com as novas ferramentas de Tecnologias da Informação, a metodologia de ensino pode ser bastante otimizada por meio do e-learning ou campus virtual. O ensino à distância reduz custos, tempo e deslocamentos, além de propiciar a criação de redes de aprendizado virtuais, soluções compartilhadas e o auto-conhecimento. Pode incluir dinâmicas vivenciais, estudo de casos, atividades lúdicas e o aprendizado em grupo. O corpo docente pode incluir especialistas, professores universitários, facilitadores, consultores e até executivos da própria empresa.

Entre os principais casos de sucesso, instalados em território brasileiro, estão as companhias: Petrobras, Vale, Natura, Ambev, Siemens, Caixa Econômica Federal (CEF), Sadia, Banco do Brasil, Citibank, Embratel, Volkswagen, Fiat, Carrefour, Bank Boston, Algar, Brahma, Motorola, McDonalds, Grupo Accor, Coca-Cola e Schincariol. Nessas companhias existe o comprometimento da alta administração, a implementação de recursos financeiros na educação corporativa, controle da gestão dos investimentos, envolvimento dos trabalhadores e foco do negócio de cada empresa.

Como as universidades corporativas, em sua maioria, fazem parte do foco principal das áreas de RH, a ênfase dos programas educacionais são voltados para a identificação das áreas críticas da empresa, com treinamentos relacionados à educação de gestores, técnicas gerenciais, força de vendas, desenvolvimento gerencial, formação de sucessores, fidelização de clientes, tecnologia da informação, certificação de fornecedores etc.

No entanto, quando há a parceria com instituições de ensino superior, o colaborador percebe os créditos acadêmicos como um incentivo à sua carreira profissional, um agregador ao seu curriculum vitae, uma possibilidade até de almejar novos postos de trabalho, inclusive em outras companhias.

Por outro lado, a universidade corporativa, como geradora de competências, promovendo a gestão do conhecimento organizacional, reforça os valores da empresa e melhora sua imagem institucional. A sociedade do conhecimento valoriza não apenas os treinamentos, mas principalmente a capacidade de raciocínio de cada indivíduo, desenvolvendo atitudes, estimulando a criatividade e a pró-atividade. Com essa premissa, de transformação da organização e de desenvolvimento da cultura empresarial, por meio do ensinar a ensinar e do aprender a aprender, a empresa estabelece canais de comunicação, multiplica seus conceitos e os conhecimentos adquiridos em sua área de atuação e se torna geradora de saber.

Por: André Saito, Ph.D. em Ciência do Conhecimento, coordenador acadêmico da FGV e coordenador do curso de gestão estratégica de pessoas do SENAC, é diretor de Educação da SBGC - Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. (www.sbgc.org.br). E-mail: linksbgc@linkportal.com.br

Fonte: Portal Fator Brasil - Rio de Janeiro/RJ