quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Educadores e as tecnologias

Escolas precisam se abrir às novidades que alunos já dominam.

Nathalia Goulart

A educação não pode mais ser planejada no contexto da "era de Gutemberg" - ou seja, dos tipos móveis e, portanto, do livro de papel. Na visão de Salete Toledo, especialista em educação e editora executiva da Edições SM, é preciso pensar o ensino em constante contato com as novas tecnologias e mídias. Para isso, os currículos escolares precisam assimilar as tecnologias, o que, na visão de Salete, demanda transformações nas intituições de ensino. "Nossa escola segue um modelo fechado. Precisamos de um ambiente onde possam circular mais informações, e essas informações estão fora dos muros da escola", diz a especialista, convidada a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo. Confira a seguir os principais trechos da entrevista com ela.

No âmbito da educação, as novas tecnologia vêm sendo aplicadas de maneira efetiva no Brasil?
De maneira geral, o uso das mídias ainda não é efetivo. Existem algumas experiências em curso, mas são projetos incipientes e ainda há um longo caminho a ser percorrido. O projeto Um Computador por Aluno, por exemplo, é uma experiência efetiva. Também temos escolas principalmente as particulares – que usam recursos para ministrar aula interativas, como as lousas digitais. Essa realidade, porém, ainda não está disponível para todos os estudantes e professores.

Uma recente pesquisa da Fundação Victor Civita mostrou que 72% dos entrevistados não se sentem seguros em utilizar computadores na escola. Como a senhora enxerga essa situação?
Ainda existe um investimento a ser feito na formação dos professores. Algumas universidades começam a tratar das novas tecnologias em seus currículos, mas esse ainda é um fenômeno muito recente. A dificuldade dos professores é fruto de falta de conhecimento.

Quais os maiores desafios em matéria de integração da tecnologia às escolas?
A primeira dificuldade está na escola. Nossa escola hoje é uma escola fechada e com horários determinados. Precisamos de um ambiente onde possam circular mais informações. E essa informações estão fora dos muros da escola. É preciso pensar também em uma mudança de currículo e da forma como encaramos a escola. O papel do professor mudou ele já não é mais o detentor do conhecimento, mas apenas o mediador e precisa de orientação para isso. Essa é a grande reflexão que precisa ser feita: dentro dessa nova realidade, o que podemos fazer para ajudar esse professor a se aproximar dessa realidade tão viva que está fora da escola? Os desafios são variados, vão desde o material que o docente não possui até a própria visão do que a escola é. Esses são os grandes desafios e eles são grandes mesmo!

A escola muitas vezes é descrita pelos alunos como cansativa e pouco atraente. A incorporação das novas tecnologias pode aumentar o interesse dos alunos pelos conteúdos?
Elas facilitam na medida em que são usadas de forma significativa. Se eu quiser apresentar um conteúdo de gramática usando o computador da mesma forma que faria sem a máquina, não teremos nenhum impacto, e o aluno terá, igualmente, pouco interesse. Porém, se eu usar uma tecnologia para fazer com que o aluno participe do conhecimento e construa junto com outros colegas conceitos, textos e projetos, isso pode ser interessante. O aluno já faz isso fora da escola, mas a escola ainda não se apropriou disso. Se as tecnologias forem usadas de um modo significativo para o aluno, com certeza ele vai se sentir participante, porque deixará de ser expectador e passará a ser colaborador. Não é mais possível pensar em uma educação na era de Gutemberg. Não temos mais livros apenas. Temos livros, filmes, celulares, laptops etc. Temos uma quantidade enorme de possibilidades.

Temos bons exemplos de professores que já incorporaram a tecnologia?
Conheço professores, jovens principalmente, que já tomaram essa iniciativa. Outro dia, um professor de inglês me contou que pede para seus alunos consultarem um dicionário no celular. Isso é proibido em outras escolas, mas ele conseguiu dar a isso uso significativo dentro da aula. Ele deu sentido à tecnologia. Muitas vezes, o aluno se perde no uso do computador e da internet na sala de aula porque falta sentido e foco na atividade.

Os celulares já são amplamente acessíveis e oferecem muitas possibilidades - fotos, filmagens, mensagens e mesmo a internet. Contudo, a maioria das escolas prefere proibi-los, assim como o uso das redes sociais e de outros aparatos. Essa é uma atitude correta?
Proibir o uso do celular é nadar contra a corrente. O jovem usa o celular da mesma forma que usa boné. Precisamos descobrir maneiras de usá-lo pedagogicamente. E ele pode ser uma ferramenta importante para trabalhar a questão do conhecimento colaborativo. Vivemos em uma era digital, já não é o conhecimento particular e individual que prevalece. E o celular é isso, é uma forma de transmitir conhecimento. Claro que algumas escolas proíbem porque não sabem o que fazer com o aparelho.

Em termos de tecnologias na educação, o que se deve evitar?
É preciso ter muito claro o objetivo de cada proposta ou tudo fica muito solto. Se o aluno tem foco, ele não vai usar a internet pra procurar outras coisas além daquilo que está sendo pedido. Se o professor der foco, os conhecimentos se tornam significativos. O que o professor deve evitar, então, é deixar tudo muito aberto e assim se distanciar do universo do aluno. O professor tem que se aproximar para conquistar o aluno.

Fonte: Portal Veja

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Americanos preferem graduação online

Estudantes americanos vêm buscando cada vez mais cursos online em detrimento do tradicional presencial. Junto com a preferência vem o crescimento das atividades das maiores faculdades no ramo da internet. As informações são do New York Times.

O mais comum são os cursos que possuem maioria das aulas online, com algumas de obrigação de presença na sala de aula. Porém, a cada dia surgem mais cursos estritamente via internet. Essa opção, na visão dos alunos americanos, facilita o estudo, pois a realização das atividades em locais escolhidos por eles evita o gasto de tempo, por exemplo.

O último estudo que traz dados sobre a porcentagem de cursos online, realizado em 2008, diz que 4,6 milhões de estudantes realizavam ao menos um curso online, o que significa 1 a cada 4 alunos e 17% de crescimento em relação a 2007. As três univesidades americanas que mais apostam nos cursos online são as Universidades de Phoenix, Capella e Walden. A universidade possui 476.500 alunos fazendo cursos via internet, o que a torna a maior do gênero em toda a América do Norte.

Os estudantes que optam pelos cursos online fazem downloads de todo o material necessário para as aulas, e os debates com professores e outros alunos são via fóruns. Atividades e provas também são passadas virtualmente.

O campus de uma universidade que oferece exclusivamente cursos online, geralmente, fica em escritório ou em um prédio pequeno. Mais um diferencial em relação ao tradicional sistema americano, no qual alunos moram no campus de sua universidade dentro do período de aulas.

Os cursos mais procurados são: Bacharelado em Ciência e Gestão Empresarial e Ciência e Tecnologia, além de Mestrado em Administração.

Fonte: Terra - Educação

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Internet como um desafio

Avançamos no desenvolvimento e no acesso à tecnologia da informação, mas não o suficiente para reduzir o fosso entre os dois "brasis" que se contrapõem nesse limiar do século 21.

Temos o moderno, conectado à era digital, universalizado, pleno de cidadania e competitivo nos negócios, em contraste com o Brasil profundo, arcaico e excluído, onde o acesso às conexões rápidas pela internet está restrito a menos de 6% dos domicílios.

Num país em franco desenvolvimento, a necessidade da banda larga se transformou numa grande demanda reprimida, um desafio ao poder público. Não é só a dimensão continental do país ou a falta de infraestrutura que conspiram contra.

A privatização e exploração restrita a poucos grupos econômicos criaram barreiras praticamente intransponíveis às classes de menor poder aquisitivo. No Brasil, esse serviço é um dos mais caros do mundo.

Para se ter uma ideia da enorme discrepância, basta comparar a situação do Brasil com a dos demais países. Aqui, uma conexão de um mega bite por segundo (MBps) custa, em média, R$ 40, o que limita a internet rápida a menos de 6% das casas.

No extremo do globo, no Japão, que tem a internet mais veloz, de 60 MBps, o serviço chega a 64% dos lares ao preço de R$ 0,50. Na Coreia do Sul, a preço similar, 97% dos domicílios têm acesso a velocidade de 46 MBps.

Os valores variam, mas em nenhum outro continente o patamar é tão alto como aqui. Na Suécia, onde a internet com velocidade média de 18 MBps chega a 69% dos domicílios, o valor de cada MBps é de R$ 1,30.

Nos EUA, com média de 4,8 MBps em 80% das casas, um MBps custa R$ 6. Como se vê, são valores infinitamente inferiores aos cobrados no Brasil.

O desafio é tornar a banda larga acessível a todas as classes. Um estudo do Banco Mundial aponta que nos países em que o acesso pelas conexões rápidas sobe 10%, o PIB cresce a uma taxa 1,3%, aumentando a renda, a qualidade de vida e melhorando o padrão de cidadania da população.

A internet é uma ferramenta indispensável para as classes sociais que estão deixando a pobreza ou subindo de padrão.

Países como a Itália e Finlândia , antecipando-se a uma tendência mundial, passaram a tratar o acesso à internet rápida como um direito fundamental. Como secretário de Ciência e Tecnologia do Rio, implantei um programa de banda larga gratuita, bancado pelo governo.

Atualmente, apenas na região da Baixada Fluminense, cerca de 4 milhões de pessoas têm internet rápida pelo sistema wi-fi e estão alcançando oportunidades que não imaginavam existir.

O Estado deve disponibilizar recursos para subsidiar um programa de inclusão em todo o território brasileiro, destinado às pessoas que não têm renda suficiente para adquirir a internet rápida.

Junto, devem entrar nos domicílios programas educacionais que disseminem o conhecimento, a qualificação profissional a distância, semipresencial, e que gerem oportunidades de negócio e acesso ao mercado de trabalho.

Esse é um dos caminhos para afastar o risco de um apagão de mão-de-obra.


Fonte: Jornal Brasil Econômico

domingo, 15 de agosto de 2010

A utilização do computador pelas crianças

Como lidar com o crescente interesse de seus filhos pela tecnologia?

Regina de Assis, Mestra e Doutora em Educação e Consultora em Educação e Mídia

Rio - Mães do terceiro milênio têm um desafio: como lidar com o crescente e cada vez mais precoce interesse de seus filhos pela tecnologia? Hoje, a colunista dá as dicas para uma convivência saudável.

PERGUNTA E RESPOSTA

Meu filho tem 8 anos e não pode ver um computador. Em casa, nós controlamos o acesso, mas temo estar agindo de forma extrema, ou com muito zelo, ou com liberdade exagerada. Como devo proceder? Maria Aparecida,por e-mail

Seu filho é muito novo, mas já gosta muito do computador. Isto é natural, pois ele pertence à geração dos Nativos Digitais que integram o computador, suas redes sociais, jogos e tantos outros recursos à vida cotidiana. Sua preocupação sobre como agir com ele é legítima, e a orientação adequada é a de estabelecer horários de uso, ficando atenta sobre que tipos de sites seu filho conhece ou procura.

Há muitas crianças da idade de seu filho com problemas visuais e motores porque ficam mais tempo diante do computador do que brincando, correndo, jogando bola, lendo, ouvindo música, conversando com a família e amigos ou dançando. O importante é que experiências virtuais que as crianças têm com o computador não substituam outras reais e concretas, indispensáveis a seu desenvolvimento.

Todo cuidado é pouco também com o acesso a sites pornográficos ou de pedofilia. É preciso estar vigilante, conversando com interesse e compartilhando do uso do computador com seu filho, um Nativo Digital!

Fonte: O Dia - RJ

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A geração Y e as empresas.

A nova geração dos profissionais brasileiros quer tudo de forma mais intensa e rápida. Pesquisa em 25 países revela que os valores profissionais estão se alterando.
Por Fábio Bandeira de Mello.

Multimídia, tecnológica, questionadora, interativa e inovadora. A apelidada geração Y (profissionais com idades entre 18 e 29 anos) agrega todos esses valores e sempre está correndo atrás de novos desafios.

Um dos motivos para o comportamento dessa geração está na convivência com a internet desde a infância e o maior costume pelo debate sempre aberto.

Se antigamente a relação empresa/funcionário era marcada pela "submissão" do funcionário com a chefia, agora, os profissionais da geração Y, com seu jeito mais participativo, querem ajudar a ditar as regras também.

Novos valores
Um recente estudo chamado Empregador Ideal, realizado pela consultoria americana Universum com universitários de 25 países, relatou os desejos dos jovens em relação às empresas, através de diversos quesitos.

No Brasil, onde foram entrevistados mais de 11 mil universitários, foi relatado que 49% dos jovens profissionais têm como objetivo na carreira encontrar um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Já ser empreendedor ou inovador ficou com 37% e ter estabilidade no emprego obteve 34%.

Na pesquisa foi apontado também que 39% dos jovens profissionais consideram que o empregador ideal precisa ter sucesso no mercado.

Além disso, no quesito sobre o que o empregador deve oferece aos seus funcionários, 64% da geração Y consideram treinamento e desenvolvimento profissional um dos principais recursos a serem oferecidos. Veja no quadro: http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/o-que-essa-tal-geracao-y-possui-para-contribuir-dentro-das-empresas/36772/

Nas empresas

Nas empresas, todas essas potencialidades e desejos da geração Y são colocadas, dependo do caso, de forma favorável ou desfavorável. A geração pode ser considerada mais questionadora e aberta a novas possibilidades, o que cria uma facilidade mais apurada para reiventar e interagir. Só que da mesma forma, essas atitudes podem ser consideradas como arrogantes, devido ao profissional não esconder possuir mais compromisso consigo mesmo do que com a empresa.

Por isso, saber aproveitar ao máximo as potencialidades dessa geração é um desafio constante para as organizações.

Um exemplo de empresa que acreditou nessa geração foi a agência de marketing digital Homewebbing. Na empresa, 70% dos funcionários possuem até 29 anos. De acordo com Sergio Coelho, diretor da Homewebbing, "essa geração tem muita iniciativa e isso é fundamental. Estresses acontecem e é função dos mais maduros ajudar neste equilíbrio", explica.

Segundo Sergio relata que mais do que gerenciá-las, as empresas precisam entender a geração Y. "É preciso aproveitar as características naturais dos mesmos e obter o melhor que eles podem oferecer, incorporando uma visão mais ampla, uma avaliação mais holística das situações."

Fonte: www.administradores.com.br

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As ambições da nova geração

Ambições da Geração Y
Lembro das palavras da diretora da minha faculdade no meu primeiro dia de aula: - Eu fico muito contente ao constatar que a primeira pergunta que nossos alunos fazem em uma entrevista de emprego é "O que eu vou fazer?" e não "Quanto vou ganhar?"

Por Jack DelaVega

Conheci Cléber em uma entrevista de emprego. Eu estava contratando para a minha start-up e ele à procura de novos desafios. Tinha 23 anos, era formado em uma boa universidade, falava inglês, estava fazendo Alemão e um curso de pós-graduação. Não tinha, portanto, nenhum deficit de formação. Ele trabalhava há dois anos em uma multi-nacional, que oferecia toda a estrutura e pacote de benefícios que uma grande empresa possui. Não fazia sentido, para mim, a sua motivação para trocar de emprego.

- Pois é, eu fui recém-promovido.
Recém-promovido e procurando emprego, fiquei mais curioso ainda.
- Bom, deixa eu explicar. Acabei de ser promovido, passei do cargo de Analista I para Analista II. No contra-cheque a recompensa financeira foi boa, não posso reclamar, algo ao redor de trinta por cento.
- Trinta por cento?
Troco com você agora, pensei.
- O problema é que a minha promoção foi apenas no papel. Quero dizer, recebi mudança de cargo, aumento, mas no dia-a-dia continuo executando a mesma função, as mesmas tarefas. Pior, meu chefe continua exercendo o mesmo grau de supervisão que exercia quando comecei na empresa.

É claro que não podemos ignorar a parte financeira, mas, fico pensando se no tempo de meu pai os profissionais tinham a preocupação de Cléber. Naquela época, o grande objetivo de carreira era conseguir um emprego no “Banco do Brasil”, bom salário e estabilidade, não importava a função. Acho que foi nos anos noventa que a coisa começou a mudar. Lembro das palavras da diretora da minha faculdade no meu primeiro dia de aula:
- Eu fico muito contente ao constatar que a primeira pergunta que nossos alunos fazem em uma entrevista de emprego é “O que eu vou fazer” e não “Quanto vou ganhar”.

Mas, acredito que a geração Y, aqueles que vieram logo depois de mim e hoje se lançam ao mercado de trabalho, é muito mais enfática com relação a isso. Se foi Arnaldo Antunes que cantou para a minha geração:
“A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade”

Tenho certeza de que esse coro é repetido, cada vez mais forte, pelos profissionais que ganham o mercado nos dias de hoje.
Fica a pergunta:
- Até quando as empresas vão seguir com essa visão míope que separa vida e trabalho, ambições pessoais e profissionais?

Fonte: www.administradores.com.br

domingo, 1 de agosto de 2010

Sobrecarga de informações reduz a capacidade de pensar em profundidade?

Pesquisas indicam que sim.

Mesmo para os avessos à internet, nunca houve tanta informação disponível e não solicitada na rotina de uma pessoa comum. No caso de quem gosta de estar conectado, então, o volume de dados cresce a perder de vista. É o que acontece com o editor de vídeo David Donato, 28 anos, que passa cerca de 12 horas por dia na frente de um computador, intercalando trabalho com navegação na rede, Twitter e programas de mensagem instantânea. Além do celular, que o deixa ligado 24 horas por dia. O estilo de vida de Donato está longe de ser exceção, principalmente entre as novas gerações. Por isso, pesquisadores têm se debruçado para entender esse novo padrão de comportamento, tendo em mente a seguinte questão: diante de tantas fontes e recursos diferentes, é possível dar conta das informações sem perder o foco?

Um estudo da Universidade da Califórnia (EUA) já antecipou a resposta. E ela é não. O trabalho americano constatou que o excesso de informações propiciado pela internet é tamanho que excede a nossa habilidade mental de processar e armazenar novos dados no cérebro. Isso porque nossa capacidade de assimilação está ligada à memória de curto prazo. Quando a carga de informações excede nossa capacidade, não conseguimos retê-la e conectá-la com as memórias profundas, ou de longo prazo. Ou seja, não conseguimos traduzir novas informações em conhecimento.

Mas, com as perdas, há ganhos, garantem os pesquisadores. De acordo com a professora de psicologia Patricia Greenfield, da Universidade da Califórnia, cada meio desenvolve um tipo de inteligência, à custa de outros, que se perdem. Segundo um estudo dela, de 2009, o uso crescente de internet e outras mídias baseadas em telas levou ao desenvolvimento de habilidades visuais sofisticadas, por exemplo. Por outro lado, houve uma perda na capacidade de pensar em profundidade.Em 20 anos teremos dados de longo prazo para analisar, afirma a pesquisadora.

Há também quem ache todas essas teorias apocalípticas demais. É o caso de Rosa Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ainda estamos numa fase de transição e adaptação, afirma. Para ela, os nativos digitais já vivem isso de forma natural, como acontece com Donato, sem que seja um fator de stress.Eu gosto da opção de ter informação, mesmo que ela seja irrelevante, afirma o editor. O segredo é saber onde buscá-la.

Verônica Mambrini

Fonte: Revista ISTO É