terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desvendando a geração Y

Quem são, o que desejam e quais seus desafios no mercado de trabalho. Assista aos vídeos sobre o tema que foi discutido em Insights com Época Negócios.

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI190798-16714,00-DESVENDANDO+A+GERACAO+Y.html


Fonte: Época online negócios

EAD e a pós-graduação.

Apesar do preconceito que ainda existe contra a metodologia e dos desafios estruturais a vencer, como o acesso à internet no país, a Educação a Distância (EaD) vem se consolidando e se expandindo rapidamente no Brasil, com opções de qualidade também na pós-graduação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, completa 15 anos de atuação nesse segmento. O número de MBAs e especializações saltou de cinco, em 2007, para 15 em 2010, sendo dois internacionais. Este ano, os 51 mil alunos do primeiro semestre superaram todos os matriculados em 2009, considerando todos os cursos. No Senac-Rio, quando a modalidade começou, em 2005, eram duas as pós-graduações; hoje, são nove.

Na área pública, o segmento também vem crescendo, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), um programa vinculado à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Secretaria de Educação a Distância do MEC, e que fomenta e dá apoio aos cursos de 92 universidades públicas. São oferecidos 275 cursos de especialização. O modelo é inspirado no Consórcio de Educação a Distância do Estado do Rio (Cederj), que faz parte da UAB, mas só oferece graduação. A diferença é que, por uma questão de logística, cada instituição faz o seu processo de seleção. No Cederj, há um vestibular único para as seis universidades públicas participantes.

- Uma das grandes missões da UAB é oferecer pós em todas as áreas. Começamos esse trabalho há dois anos. E isso vai ser intensificado - afirma o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, idealizador do Cederj.


Segundo o diretor executivo do FGV Online, Stavros Xanthopoylos, a educação a distância cresce no mundo todo e faz parte de um cenário em que os meios de comunicação e as redes sociais são cada vez mais fundamentais no dia a dia das pessoas. Em países como Canadá, Alemanha e Espanha, diz, empresas já preferem contratar profissionais formados na educação a distância:

- Os alunos de EaD, por exigência própria da metodologia, leem e escrevem mais, são mais disciplinados e flexíveis, relacionam-se bem em equipe e estão totalmente familiarizados com as novas ferramentas de comunicação. No Brasil, o CensoEaD 2008, feito pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), comprovou que 75% das empresas que praticam educação corporativa não fazem distinção entre os alunos provenientes da educação a distância e aqueles vindos do ensino tradicional. Além disso, 50% afirmaram não haver diferença entre os dois modelos de aprendizagem.

Para o professor, ainda existe receio com o método, mas isso tende a diminuir com a sua disseminação, principalmente na educação corporativa e na qualificação profissional. Gerações anteriores aos nativos digitais (da chamada geração Y) também devem passar por um processo de adaptação, na sua opinião. Por isso, os cursos da FGV procuram integrar os alunos à tecnologia.

- Os profissionais mais jovens, da geração Y, têm muito mais facilidade. Para eles, o uso da EaD nada mais é do que uma extensão da forma natural com que buscam conhecimento: pela internet, em redes sociais, Wikipedia, Google, jornais e revistas on-line, entre outros.

Denise Pozas, gerente de Educação Corporativa do Senac Rio, diz que, nos últimos anos, muitas empresas perceberam as vantagens da educação a distância na qualificação de seus funcionários:

- Em 2009, por exemplo, o Senac Rio desenvolveu os materiais de treinamento a distância das 220 mil pessoas envolvidas no Censo Demográfico 2010 do IBGE. Estão em andamento programas para empresas como SulAmérica, White Martins, para o Banco do Nordeste e o Secovi (Sindicato da Habitação).

De acordo com o MEC, hoje existem 208 instituições credenciadas em EaD, sendo 162 para oferecer graduação e especialização e o restante, somente especialização. Em 2005, 71 tinham credenciamento pleno. São, aproximadamente, três milhões de alunos. O ministério faz um controle maior sobre a graduação. Não há dados específicos de quantos estão se especializando. No caso da pós, o MEC apenas autoriza o início dos cursos, por entender que eles apresentam outra lógica, mais voltada ao mercado. Mas o secretário Carlos Bielschowsky diz que existem alguns critérios para escolher uma boa especialização:

- Primeiro, a pessoa deve checar se a instituição e o polo (instalações de apoio) são credenciados. No caso da pós, ter polo não é necessário. Depois, verificar o nível da instituição, pelo IGC (Índice Geral de Cursos) e por outros elementos, como saber se a escola tem uma boa tradição. Na graduação, a pessoa também deve visitar as instalações. Tem curso que requer laboratório. Por último, ela deve perguntar aos alunos se estão estudando muito. Curso fácil eu não faria de jeito nenhum. Tem que ter um rigor. Curso a distância não é mais fácil.

No endereço do Sistema de Consulta de Educações Credenciadas para Educação a Distância e Polos de Educação Presencial , é possível checar as instituições e polos credenciados pelo MEC.

Fonte: O Globo on line

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Geração Y no cenário da educação mundial

O Relatório de Competitividade Global 2010/2011, publicado no segundo semestre deste ano pelo Fórum Econômico Mundial, ressalta que o Brasil tem um ensino superior aceitável, embora a educação de base apresente preocupantes indícios de piora.

É importante lembrar que, quando falamos sobre educação, estamos na verdade falando da capacidade do país em manter seu crescimento nas próximas décadas. E não há como se falar em educação hoje, sem considerar as características específicas da Geração Y e daquelas que a sucedem.

Longe de ser um fenômeno que simplesmente ocorreu, a Geração Y surgiu como fruto, entre outras coisas, de um cenário conturbado onde a educação ainda tem indicadores de qualidade pífios – como já mencionado, se bem que com tendências consistentes de melhoria. Um quadro onde a preocupação com o futuro se mistura à desesperança, na medida em que se navega pelos diferentes extratos da sociedade e onde trabalho e estudo já não são vistos como meios viáveis de realização pessoal.

E engana-se quem pensa que o problema está atrelado à falta de recursos do governo para investir. Nações economicamente destacadas no mundo ombreiam com o Brasil – algumas ficam abaixo dele – quando o assunto é qualidade de ensino. O que significa dizer que há esperança para nós, desde que não a confundamos com a posição de quem espera por algo que aconteça por si só.

Na tentativa de melhorarmos este panorama, algumas ações como o ensino a distância, revitalização do ensino técnico, uso de novas mídias, Universidades Corporativas, entre outras, estão sendo incentivadas, de forma mais ou menos articulada. Tudo visando a preparação desta geração para a missão de conduzir o país a um futuro mais promissor e estável do que aquele que vislumbramos a cada marola da economia mundial.

Porém, falar de educação inclui, necessariamente, a capacidade de manter uma comunicação com uma geração que é exímia no uso de recursos tecnológicos de última geração e que tem, a um só tempo, sede de conhecimento e pouca paciência para assimilá-la nas formas convencionais que ainda são usadas para transmiti-lo.

Diante deste fato, urge uma discussão ampla sobre as diversas dificuldades encontradas por pais, educadores e organizações no trato com aquelas pessoas que progressivamente estão direcionando o mercado de consumo, assumindo posições de decisão dentro das empresas e, por fim, tomando as rédeas de um mundo que lhes é deixado como uma herança não muito alentadora.

Tal iniciativa se faz necessária quando verificamos a tendência de algumas empresas estrangeiras de criarem departamentos de expatriação de profissionais, com o objetivo de fixar aqui profissionais trazidos de fora, para ocuparem cargos que a nossa mão de obra não se mostra capaz de tocar. Seja pai, educador, profissional de RH ou simplesmente cidadão engajado, é preciso se abrir para esta discussão que vai da educação à comunicação, da criatividade à legislação, do amor à urgência.


Osmar Rezende de Abreu Pastore é mestre em Administração, professor da Universidade Anhembi Morumbi, consultor e coordenador do Fórum de Educação e Comunicação do Movimento INOVAcomm.

Fonte: Techlider

Tecnologia em sala de aula

Os professores das faculdades têm dificuldades para despertar a atenção dos alunos com as aulas tradicionais. Inga Carboni, professora-assistente do College of William and Mary Mason School of Business, por exemplo, proibiu os laptops e telefones celulares em suas aulas. Ela diz que os alunos ficam surfando na internet e enviando mensagens de texto durante suas aulas, mas, no geral, não tem nada contra a tecnologia.

A professora Carboni, que ensina comportamento organizacional, usa regularmente vídeos e arquivos de áudio para ilustrar seus ensinamentos e estimular o debate em sala de aula. Para introduzir uma lição sobre diferentes estilos de liderança, por exemplo, exibe uma conversa do bombástico técnico de basquete Bobby Knight, gravada secretamente no intervalo de um jogo, que foi parar no YouTube.

"Longe de ser simplesmente uma distração em classe, acho que esse tipo de material aprofunda o aprendizado", afirma. Na medida em que as escolas de negócios e seus corpos docentes decidem as melhores maneiras de mobilizar essa geração tão íntima da tecnologia, muitas estão incorporando a multimídia - blogs, vídeos, arquivos de áudio e outras tecnologias virtuais - em cursos e seminários, uma mudança no ensino que no entender de muitos professores enriquece as aulas.

A Geração Y abrange jovens com idades entre 15 e 30 anos. Eles cresceram mergulhados no mundo digital, acostumados a surfar na internet, enviar mensagens de texto, ouvir música e assistir televisão ao mesmo tempo. Muitos mal conseguem se lembrar de como eram suas vidas antes do Facebook. Atrair a atenção desses jovens na classe, com aulas tradicionais e discussões de estudos de casos, é um desafio.

Sam Dunn, diretor de tecnologia da Olin Graduate School of Business do Babson College, diz que a maneira como a nova geração aprende e a absorve informações é muito diferente. "Um dos desafios envolve o intervalo de atenção. Pedir a eles para que se sentem e leiam um livro durante três horas pode ser demais. Nosso corpo docente precisa passar conteúdo da maneira que eles estão acostumados a digerir."

Dentro desse espírito, escolas de negócios de todas as partes do mundo vêm equipando seus prédios com uma série de tecnologias que possibilitem aos professores intercalar vídeos com planilhas, sites da internet e exibições em Powerpoint. Muitas estão testando softwares que ajudam os alunos a tomarem notas enquanto gravam versões em áudio das aulas; alguns professores pedem aos alunos que levem celulares para a aula, para decidir tópicos de discussões por mensagens de texto.

Escolas de negócios que incluem a Babson e a Fuqua School of Business da Duke University, estão experimentando sistemas de videoconferência que permitem aos professores incluir transmissões de palestrantes convidados a distância. Elas também usam essa tecnologia para possibilitar a participação nas discussões dos alunos fora do campus. "Trazer a tecnologia social da informação para o ensino é uma mudança grande", afirma Dunn.

Tom Smith, professor-assistente de finanças da Goizueta School of Business da Emory University, por exemplo, adota uma postura mais prática em seu curso de macroeconomia. Os alunos vão para as aulas armados com o computador Mac e, ao longo do curso, precisam baixar da internet dados oficiais do governo, representar graficamente o PIB e então alterar os percentuais para entender o que cada dado revela. "Em vez de ficar com discussões teóricas, nós olhamos para situações específicas. Em algum momento, seus questionamentos acabam levando as coisas de volta para a teoria e as ideias abrangidas nos textos. Mas elas precisam ser relevantes", afirma Smith.

É claro que a nova tecnologia na sala de aula não é uma garantia de melhoria da experiência de aprendizado; há quem diga que as quinquilharias eletrônicas prejudicam a qualidade das discussões. Bill Gribbons, diretor do programa de design da informação da McCallum School of Business da Bentley University, é seletivo em relação ao uso da tecnologia. "Pedagogicamente, você precisa pensar no que está tentando conseguir. Um vídeo pode ser melhor para passar um determinado conteúdo, mas uma aula normal pode ser melhor que um blog em outro conteúdo", afirma. "O que me preocupa são os professores que estão abraçando a tecnologia apenas pelo seu valor de entretenimento. Precisamos ser cautelosos, porque isso pode promover o pensamento raso", acrescenta.

Linda Anderson - Do Financial Times

Fonte: Valor Econômico

domingo, 7 de novembro de 2010

Educação superior a distância em debate

Cuiabá - Representantes de universidades e institutos federais de todo o país reuniram-se em Cuiabá para o 7º Congresso Brasileiro de Educação Superior a Distância da rede federal. Até esta sexta-feira, professores, tutores, especialistas discutiram os 15 anos de experiência pública na área.

Representando o ministro da Educação na cerimônia de abertura, o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, fez um balanço das ações realizadas na área. Para Bielschowsky, a modalidade tem avançado de forma quantitativa e qualitativa no Brasil. No entanto, segundo ele, o sistema cresceu de forma muito rápida, sem estar consolidado. Para superar as falhas foram necessárias ações do Ministério da Educação para intensificar os processos de regulação e supervisão de cursos ofertados, afirmou. O número de matrículas em graduação a distância saltou de 1.682 em 2000 para 814 mil em 2010.

No setor público, o secretário destacou a criação, em 2007, do primeiro curso da Universidade Aberta do Brasil. O sistema, idealizado pelo Ministério da Educação, engloba 92 instituições de ensino superior públicas, cerca de 180 mil alunos em 587 polos localizados em diversas cidades do país. Em 2009, foram investidos R$ 385 milhões na Universidade Aberta do Brasil para oferta de cursos de licenciatura, bacharelado e especialização. Para 2010, está prevista a aplicação de R$ 819 milhões.

Maria Lúcia Neder, reitora da Universidade Federal do Mato Grosso, instituição pioneira na oferta de educação a distância no país, observou que essa modalidade de ensino tem oferecido oportunidades a pessoas que vivem no interior e não têm acesso ao ensino superior. Lembrou que a Universidade Federal do Mato Grosso iniciou seu primeiro curso em 1995, com o objetivo de oferecer formação para professores da educação básica. A educação a distância permite a oferta de formação inicial e continuada para professores, disse.

Durante o encontro, os participantes discutiram as formas de avaliação de aprendizagem nos cursos superiores de educação a distância, as práticas pedagógicas de formação, material didático, tecnologias no processo de ensino, entre outros temas relevantes para a melhoria da qualidade da oferta.

Fonte: MEC