quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ensino online exige esforço de capacitação

Profissionais mais experientes também podem buscar oportunidades nas áreas em ascensão, desde que consigam adaptar suas carreiras já delineadas às novas demandas do mercado. Uma das formas mais eficazes de fazer isso são os cursos de especialização. "Além da atualização efetiva que esses cursos proporcionam e da possibilidade de estabelecer redes de contato em novas áreas, ostentar no currículo um MBA de uma instituição respeitada certamente continua fazendo muita diferença a favor de qualquer candidato", diz o diretor de operações da consultoria Robert Half no Brasil, William Monteath. Entre as opções sintonizadas com as novas demandas do mercado estão os MBAs em administração de empresas com ênfase em meio ambiente e o MBA em gestão estratégica do agronegócio, ambos oferecidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); o MBA em gestão de saúde, pelo Insper; e o MBA em empreendedorismo social, pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP).

Os melhores MBAs do Brasil chegam a custar em torno de R$ 50 mil, o que certamente exige um bom planejamento financeiro. Muitos profissionais conseguem apoio da empresa para a qual trabalham - casos em que o empregador banca 100% do curso estão em extinção, mas não é raro encontrar programas de bolsas de estudo em que a empresa se responsabiliza pelo pagamento de algo entre 30% e 70% do valor das mensalidades.

Para quem não pode contar com patrocínio da empresa, uma das opções é buscar financiamentos como o oferecido pela Fundação Estudar, que faz empréstimos a perder de vista e sem juros - esse benefício é muito disputado, contudo, chegando a atrair mais de 100 candidatos por apoio concedido. Outro caminho são as parcerias com bancos mantidas por algumas instituições de ensino, o que pode dar acesso a empréstimos com juros mais baixos.

Uma vez integrado ao universo acadêmico, talvez venha daí mesmo uma boa oportunidade. Espera-se, por exemplo, um aumento significativo da demanda por profissionais preparados para o ensino a distância, modalidade que vem crescendo ano a ano. Muitas das pessoas que começam nesse tipo de curso não têm formação, ou são professores que tiveram experiência anterior presencial e são deslocados para o ensino a distância sem treinamento. "Somando isso à tendência do estudante de não assumir a responsabilidade pelo próprio estudo, temos um aproveitamento ainda muito baixo das possibilidades oferecidas pela modalidade", avalia o professor Edgar Cornachione, coordenador de ensino a distância da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e integrante do quadro docente da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Para quem pretende se especializar em e-learning, Cornachione sugere a realização de cursos e especializações na área de ensino e de tecnologia - a própria USP oferece um curso de capacitação em ensino a distância, formulado em parceria com a Universidade de Wisconsin, nos EUA. "Se os professores com formação tradicional não se atualizarem, serão engolidos por aqueles que convivem desde pequenos com a internet", diz Cornachione. Isso, aliás, vale para muitas outras profissões. (M.O.)

Fonte: Jornal Valor Econômico

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